QUEM PAGA?
Olavo de Carvalho
27 Junho 2013
Que uma política inspirada na
religião cristã possa ter algum parentesco mesmo longínquo com o nazismo ou com
o fascismo é uma crença indefensável sob todos os aspectos.
De uns tempos para cá, as
expressões “extrema direita” e “ultradireita” passaram a ser usadas para
carimbar com o estigma do nazifascismo qualquer cidadão ou grupo que se oponha
ao abortismo, ao casamento gay ou à proibição de opiniões religiosas na vida
pública. Opiniões majoritárias, consagradas pelo uso universal e incorporadas
de há muito na prática democrática das nações civilizadas, são assim,
repentinamente, movidas para as trevas exteriores, para zona do anormal, do
inaceitável e do proibido. A elite iluminada se autoconstitui em medida-padrão
do normal e do certo, e, como o dr. Simão Bacamarte no “Alienista” de Machado
de Assis, condena o povo inteiro como louco, fanático e extremista.
Essa deformação semântica
monstruosa, violência simbólica em estado puro, aparece com notável
uniformidade tanto no discurso da esquerda em geral quanto na “grande mídia” da
qual essa mesma esquerda, com a hipocrisia de quem sabe que domina os cargos de
chefia em quase todas as redações do país, se finge de inimiga e vítima
indefesa.
O objetivo da operação é, de
imediato, mergulhar a população cristã na “espiral do silêncio”, destituí-la
dos meios verbais de autodefesa e, portanto, debilitar sua identidade ao ponto
de dissolvê-la por completo. Já é, portanto, um genocídio cultural
indisfarçado, cínico, criminoso no mais alto grau, que prepara a oficialização
do anticristianismo militante como prática nacional obrigatória e a realização
do sonho de Lênin: “Varrer o cristianismo da face da Terra”.
Que uma política inspirada na
religião cristã possa ter algum parentesco mesmo longínquo com o nazismo ou com
o fascismo é uma crença indefensável sob todos os aspectos, quando mais não
fosse pela obviedade de que foi precisamente a derrota do nazifascismo que
trouxe ao poder, pela primeira vez na história européia, partidos
declaradamente cristãos, a Democracia Cristã na Alemanha e na Itália. Mutatis
mutandis, foram os conservadores católicos e protestantes que, em toda a
Europa, pregaram a resistência a Hitler quando os comunistas e esquerdistas em
geral preferiam a acomodação, então favorável aos interesses de Moscou, que
partilhava com os nazistas o cadáver da Polônia.
A liderança comunista explora
despudoradamente a ignorância histórica de seus militantes quando os induz a
crer que são “de extrema direita” precisamente aquelas opiniões majoritárias
que trouxeram a paz, o equilíbrio e a normalidade democrática ao mundo após o
pesadelo da II Guerra Mundial, enquanto, nas zonas ocupadas pelo comunismo, as
instituições repressivas criadas pelo nazismo eram simplesmente modernizadas e
adaptadas às necessidades de uma ditadura mais astuta e mais eficiente.
Hoje sabe-se, para além de
qualquer dúvida razoável, que o nazismo jamais teria crescido às proporções de
uma ameaça mundial se não fosse pela ajuda soviética, passada por baixo do pano
por anos a fio e camuflada sob um antinazismo de fachada. (Nota do editor do
Laudaamassada: Veja o vídeo do documentário “Soviet Story” sobre este tema – informações abaixo)
Quando os comunistas tentam
associar a imagem de seus inimigos conservadores à lembrança do nazifascismo,
não fazem senão repetir o procedimento-padrão, estabelecido desde os tempos de
Lênin, que consiste em cometer o crime e apagar as pistas rapidamente, lançando
as culpas sobre o primeiro bode expiatório disponível antes que alguém sequer
suspeite da verdadeira autoria.
Nunca houve nem nunca haverá um
comunista bem intencionado, pela simples razão de que o comunismo nega, na
base, todo princípio moral e o substitui por uma nova “ética” em que não há
outro Bem Supremo acima dos interesses da Revolução, nem outra obrigação moral
superior à de fazer crescer, por todos os meios, o poder do Partido.
Todo comunista, sem exceção, é um
canalha e um manipulador, pronto a elevar-se ao estatuto de assassino e
genocida tão logo, inchado de orgulho, seja convocado a isso pelo clero
revolucionário. Ninguém jamais se tornou comunista por amor aos pobres, por
idealismo humanitário ou por qualquer outro motivo elevado. Todos entraram
nisso movidos pelo desejo de enobrecer-se e beatificar-se pela prática do mal
transfigurada em virtude partidária. O comunismo não explora os sentimentos
mais altos, e sim o mais baixo de todos, que é o desejo de inverter o senso
moral para que cada um se sinta tanto mais santo quanto mais se emporcalhe na
mendacidade e no crime.
Novo e oportuno exemplo dessa
inversão vem agora do sr. Tarso Genro, que atribui a “grupos pagos de extrema
direita” as depredações ocorridas em várias cidades do Brasil. Esse grotesco
arremedo de intelectual e escritor sabe perfeitamente bem que os atos de
violência ocorreram sobretudo nos primeiros dias, quando havia praticamente só
radicais de esquerda nas ruas – estes sim, pagos pelo sr. George Soros e pelo
Foro de São Paulo --, muito antes de que qualquer cristão, conservador ou
patriota fosse “melar”, como disseram os esquerdistas, o tão bem planejadinho
tumulto destinado a forçar um “upgrade” do processo revolucionário comunista.
É o bom e velho “acuse-os do que
você faz, xingue-os do que você é”, que os comunistas seguem à risca desde há
um século. Como sempre, essa inversão prepara aquilo que eles mais gostam de
fazer: perseguir os inocentes, enviá-los à cadeia, matá-los e depois ainda
culpá-los.
Homens que se entregam a esse
exercício não merecem que nenhum cidadão honesto lhes dirija a palavra, e por
isso não é com eles que estou falando. Estou falando ao que ainda resta de
consciência moral entre empresários, juízes, promotores de Justiça, advogados,
políticos e militares. E o que tenho a lhes dizer é simples e direto: Auditoria
no Foro de São Paulo já! Veremos quem são os arruaceiros pagos.
Publicado no Diário do Comércio.
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA
SEM MÁSCARA:
Nenhum comentário:
Postar um comentário