Mais de 50 mil cristãos, na maioria evangélicos, ocuparam o gramado diante do Congresso Nacional, sob o comando do pastor Silas Malafaia. No final da tarde os organizadores já falavam em 70 mil pessoas reunidas para pedir liberdade de expressão e para marcar posição contra o aborto e o casamento gay.
FOTO ISAURA MORGANA (G1) |
Não é sempre que multidão assim se manifesta em Brasília. O que chama a atenção é o pequeno espaço dado ao encontro pela chamada mídia tradicional, além das distorções nos títulos, que procuram distorcer as reais intenções do evento. A Marcha para Jesus, no último dia 25, no Rio de Janeiro, que pode ter chegado a 500 mil pessoas, também foi quase esquecida pela cobertura da Imprensa.
Segundo o jornalista Reinaldo Azevedo, em seu blog, "Há uma clara manifestação de arrogância em relação às
opiniões e às convicções de milhões de brasileiros, ali representados por
muitos milhares. Parece que se parte do seguinte princípio: “Se eu não noticio,
então não existe”. A mera comparação pode ser devastadora para aqueles que
dizem seguir um jornalismo isento e independente.
Todos os protestos contra o
Marco Feliciano, por exemplo, que reuniam, muitas vezes, não mais do que duas
ou três dezenas de pessoas, mereceram ampla cobertura da imprensa. Até as
manifestações de pura truculência às portas de templos religiosos em que ele
pregaria ganharam ampla visibilidade."
E mais: " Os que discordam do ponto de vista dos evangélicos podem
achar que esse é, sim, um bom caminho. Afinal, como consideram “reacionária” a
pauta daqueles cristãos, acham correto que a imprensa abra mão de seu papel,
que é noticiar o que sabe, o que apura e o que vê. Trata-se de um engano fatal,
amigo! Amanhã, essa mesma imprensa pode ignorar algum outro assunto que você
considera fundamental porque está fora da sua (dela) agenda. "
Laryssa Borges (Brasília), da revista Veja, informou que: "Representantes de
grupos evangélicos fizeram uma manifestação pacífica nesta quarta-feira, em
Brasília, contra a descriminalização do aborto e o casamento entre pessoas do
mesmo sexo, e em defesa da liberdade de expressão. Segundo a Polícia Militar, o
ato reuniu 40.000 pessoas diante do Congresso Nacional.
FOTO VEJA |
O líder da Assembleia
de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, que convocou fiéis para
desembarcarem em Brasília, criticou o ativismo gay e disse haver o
“fundamentalismo do lixo moral”. Ele condenou o aborto e a interpretação de que
homossexuais poderiam formar um casal. “O feto não é prolongamento do corpo da
mulher”, disse. “Vamos arrumar uma ilha deserta e mandar dois gays para lá.
Quero ver se depois de anos haverá raça humana”, completou
A PM do Distrito
Federal não registrou incidentes graves na manifestação. Um princípio de
conflito foi identificado quando um pastor evangélico foi retirado à força do
palco após empunhar uma bandeira colorida. O símbolo foi confundido com a
bandeira do movimento LGBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais), que tem
as cores do arco-íris. Na verdade, de acordo com os manifestantes, o pastor
tentou estender a bandeira da Igreja do Evangelho Quadrangular, que traz
listras nas cores vermelho, amarelo, azul e roxo, e uma pomba, uma cruz e um
cálice como símbolos.
Também durante a
manifestação, fiéis se fantasiaram de palhaços para protestar. "Querem
calar a igreja. É uma palhaçada”, dizia um dos cartazes.
Parlamentares
evangélicos, entre deputados e senadores, participaram do evento, que tem
previsão de continuar na noite desta quarta com a apresentação de cantores
evangélicos."
Fotos Veja e Isaura Morgana (G!)
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