Nos últimos dias todos vimos milhares de fotografias e imagens pela TV das manifestações que começaram, é o que se acredita, como revolta contra o aumento de R$0,20 centavos da tarifa de ônibus e São Paulo. Esmiuçar isso é assunto para um pós-doutorado em Sociologia e Política.
O que me interessa, e intriga, é que ao lado de grandes massas pacíficas, idosos, mulheres, crianças e jovens, sempre aparecem os tais vândalos, os baderneiros, os arrombadores de lojas, os pichadores. Parece uma lei da Física que trata do arrasto aerodinâmico.
FOTO EFE/ SEBASTIÃO MOREIRA |
Sempre onde há pacíficos há vândalos e criminosos. Bem, esse negócio estranho deveria ser pesquisado por algum doutor também.
A própria imprensa parece titubear, errando no uso da linguagem.
Vemos uma multidão nas ruas e repórteres de TV dizem "ativistas". Ativistas? Multidão de ativistas? Ficaram doidos. Ativistas são tudo menos multidão, menos massa. Os ativistas costumam ativar, organizar.
Há ativistas nas manifestações e marchas? Claro. O pessoal de Mayara Vivian é ativista, embora ligados a partido político, e não movimento apolítico como escrevem os jornalistas distraídos.
Mas e os mascarados? Todos com aqueles turbantes feitos com camiseta ao estilo dos terroristas. É, ao estilo dos terroristas mais radicais.
Pode ser apenas imitação vagabunda, mas há uma pergunta que não para: por que simples manifestantes pacíficos agem como bandidos, encapuçados, atirando bombas contra a polícia, quebrando patrimônio público e destruindo e roubando propriedade alheia?
Bem, essa é uma questão delicada.
Pode ser que parte dos quebradores vândalos seja mesmo de simples vagabundos atraídos por taxas extras de adrenalina. Mas a constância das quebras me parece que vai além disso.
Multidão, massa pacífica é uma coisa, ativistas são outra coisa, e bandidos, mascarados são uma terceira.
A pobreza de espírito de jornalistas é tão grande, tão ruim o seu preparo para lidar com a realidade (não com ideologia), que li num texto impresso que um jornalista relutava em chamar os vândalos de bandidos.
Bandidos são bandidos. As coisas e atos têm palavras corretas para designá-las.
Não creio que todo o vandalismo tenha sido tão desligado das manifestações quanto advogam alguns. Sem quebra-quebra algumas metas não teriam sido atingidas. Isso ficou evidente pela expressão de covardia de nossos governantes.
Mas ainda não consigo entender porque manifestantes pacíficos precisam esconder o rosto atrás de disfarces usados por terroristas.
Imagens do blog Resistência Democrática e
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Isso é uma coisa que faz parte de todo o ser humano. O índio quando está em pé de guerra se pintam. É o modo de afrontar o inimigo e mostrar que é séria a situação caso de vida ou morte. No exercito muitos soldados pintam o rosto para intimidar o inimigo. A policia também usam capuz para não serem reconhecidos. E os Black Bloc usam as camisetas na cara em sinal de protesto a todos os tipos de autoridades demonstrando insatisfação. E muitos deles tiram as mascaras de vez em quando e colocam de novo. Então não é problema de serem reconhecidos, e sim simbologia pelos seus ideais. Quando você grita e não é ouvido vem a reação humana que todos tiveram na infância. A malcriação, atirar objetos para longe, e armar o braço para bater. A mascara dos Black Bloc é o desabafo de quem tem a certeza de que só está nas ruas não irá resolver. Tem que quebrar para os políticos acreditarem.
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