ORLANDO LOVECCHIO PERDEU UMA PERNA
EM UMA EXPLOSÃO DE BOMBA TERRORISTA.
NUNCA OUVIU UM PEDIDO DE DESCULPAS
Já escrevi aqui que aprendi com os meus pais a não gostar das ditaduras, caseiras ou estrangeiras, de esquerda ou de direita, teocráticas ou não. Portanto, posso reafirmar, com a consciência absolutamente tranqüila, que jamais me iludi com os dirceus ou os genoínos da luta armada ou da subversão.
Os terroristas de esquerda que tentaram derrubar a ditadura
militar para implantar uma ditadura aos moldes cubanos, ou da Albânia, ou Romênia, da China,
jamais foram os meus heróis. O terrorismo é, simplesmente, abominável. Coisa
de... terroristas.
O texto que segue abaixo, do professor Olavo de Carvalho,
trata do comportamento daqueles que lutaram contra a ditadura para implantar uma
outra, como as que citei acima.
Jamais se arrependeram do que fizeram, e batem no peito
sobre suas supostas glórias, como se glórias fossem as mortes que provocaram. Não
estou defendendo os torturadores que agiram no tempo da ditadura, mas prefiro
falar dos terroristas que se vendem como heróis do povo. O que nunca foram.
Recuperei este texto do professor Olavo porque vem a calhar,
neste momento estranho em que José Dirceu
e José Genoíno, ex-altos dirigentes petistas, condenados pelo Superior Tribunal
Federal – STF por formação de quadrilha e corrupção ativa, tiveram a coragem de
emitir notas ao povo brasileiro vendendo o seu passado, supostamente heróico, como se fosse um escudo à condenação .
E o que tal passado, heróico ou não, tem a ver com as
falcatruas do Mensalão? Agiram para derrubar a ditadura movidos pela ideologia comunista, não a pedido
do povo. E as notas ao povo deixaram muito claro que não aceitam o julgamento
pelo STF, não aceitam a decisão do maior tribunal do País, não reconhecem o que
fizeram como crime, pois nem reconhecem que o fizeram.O próprio PT parece não dar muito crédito à decisão, pela manifestação de seus líderes.
Em suma, como diz o prof. Olavo de Carvalho (no texto de
2008!) sobre os episódios do terrorismo, os terroristas nunca pediram desculpas
sinceras às suas vítimas ou às famílias das vítimas.
Nunca demonstraram qualquer arrependimento. Foi necessário
aguardar até o julgamento de 2012 para se perceber que não mudam nunca. O mundo
todo é que está errado... Quem sabe suas vítimas é que deveriam estar gratas,
por haverem encontrado a morte pelas mãos de gente tão humanista, boa e heróica...
GJ
Nossos governantes
Olavo de Carvalho
Jornal do Brasil, 28 de agosto de 2008
Desafio o governo Lula e seus sessenta intelectuaizinhos de
estimação, os partidos de esquerda, o dr. Baltasar Garzón e todos os camelôs de
direitos humanos a provar que qualquer das afirmações seguintes não corresponde
aos fatos:
1. Todos os militantes de esquerda mortos pela repressão à
guerrilha eram pessoas envolvidas de algum modo na luta armada. Entre as
vítimas do terrorismo, ao contrário, houve civis inocentes, que nada tinham a
ver com a encrenca.
2. Mesmo depois de subir na vida e tomar o governo,
tornando-se poderosos e não raro milionários, os terroristas jamais esboçaram
um pedido de perdão aos familiares dessas vítimas, muito menos tentaram lhes
dar alguma compensação moral ou material. Nada, absolutamente nada, sugere que
algum dia tenham sequer pensado nessas pessoas como seres humanos; no máximo,
como detalhes irrisórios da grande epopéia revolucionária.
Em contrapartida, querem que a opinião pública se comova até
às lágrimas com o mal sobrevindo a eles próprios em retaliação pelos seus crimes,
como se a violência sofrida em resposta à violência fosse coisa mais absurda e
chocante do que a morte vinda do nada, sem motivo nem razão.
3. Bradam diariamente contra o crime de tortura, como se não
soubessem que aprisionar à força um não-combatente e mantê-lo em cárcere
privado sob constante ameaça de morte é um ato de tortura, ainda mais grave,
pelo terror inesperado com que surpreende a vítima, do que cobrir de pancadas
um combatente preso que ao menos sabe por que está apanhando.
Contrariando a lógica, o senso comum, os Dez Mandamentos e
toda a jurisprudência universal, acham que explodir pessoas a esmo é menos
criminoso do que maltratar quem as explodiu.
4. Mesmo sabendo que mataram dezenas de inocentes, jamais se
arrependeram de seus crimes. O máximo de nobreza que alcançam é admitir que a
época não está propícia para cometê-los de novo – e esperam que esta confissão
de oportunismo tático seja aceita como prova de seus sentimentos pacíficos e
humanitários.
5. Consideram-se heróis, mas nunca explicaram o que pode
haver de especialmente heróico em ocultar uma bomba-relógio sob um banco de
aeroporto, em aterrorizar funcionárias de banco esfregando-lhes uma
metralhadora na cara, em armar tocaia para matar um homem desarmado diante da
mulher e do filho ou em esmigalhar a coronhadas a cabeça de um prisioneiro
amarrado – sendo estes somente alguns dos seus feitos presumidamente gloriosos.
6. Dizem que lutavam pela democracia, mas nunca explicaram
como poderiam criá-la com a ajuda da ditadura mais sangrenta do continente, nem
por que essa ditadura estaria tão ansiosa em dar aos habitantes de uma terra
estrangeira a liberdade que ela negava tão completamente aos cidadãos do seu
próprio país.
7. Sabem perfeitamente que, para cada um dos seus que morria
nas mãos da polícia brasileira, pelo menos trezentos eram mortos no mesmo
instante pela ditadura que armava e financiava a sua maldita guerrilha. Mas
nunca mostraram uma só gota de sentimento de culpa ante o preço que sua
pretensa luta pela liberdade custou aos prisioneiros políticos cubanos.
Desses sete fatos decorrem algumas conclusões
incontornáveis. Esses homens têm uma idéia errada, tanto dos seus próprios
méritos quanto da insignificância alheia. Acham que surrar assassinos é crime
hediondo, mas matar transeuntes é inócuo acidente de percurso (e recusam-se, é
claro, a aplicar o mesmo atenuante às mortes de civis em tempo de guerra, se as
bombas são americanas).
São hipersensíveis às suas próprias dores, mesmo quando
desejaram o risco de sofrê-las, e indiferentes à dor de quem jamais a procurou
nem mereceu. Procedem, em suma, como se tivessem o monopólio não só da
dignidade humana, mas do direito à compaixão. Qualquer tratado de psiquiatria
forense lhes mostrará que esse modo de sentir é característico de criminosos
sociopatas, ególatras e sem consciência moral. Não tenham ilusões. É esse tipo
de gente que governa o Brasil de hoje.
SITE DE OLAVO DE CARVALHO:
ORLANDO LOVECCHIO:
FOTO de Itamar Miranda/AE - Jornal da Tarde
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