PAULO ROGÉRIO, O PAI VINGADOR. ATORMENTADO E ARREPENDIDO |
O leitor é pai, avô, irmão, noivo, marido? E se sua filha,
neta, irmã, noiva, esposa tivesse sido seqüestrada e o miserável dissesse a ela
vou estuprar você. Se contar a alguém, sei onde você mora e onde é a escola de
sua filha. E se o miserável tivesse falhado na tentativa e fugido, sendo detido
logo depois pela policia e o senhor fosse à delegacia e o marginal risse na sua
cara. Aquele riso nojento de quem não liga para o afeto familiar e nem para
qualquer pessoa, a não ser ele mesmo?
O senhor não ficaria possesso de raiva? Não teria vontade de
esmurrar um sujeito assim? Dar uma coça no safado com relho, bater em sua
cabeça com um pedaço de pau? O leitor pode pensar, não, isso não resolverá
nada. Sei disso. De modo geral não resolve mesmo, e devemos deixar a solução
desses problemas para a policia e para a Justiça.
Um criminoso como Vinicius Rafael Fabiani, de 33 anos, morto
com uma facada no peito pelo pai da moça que havia seqüestrado e queria
estuprar, em Passo Fundo, RS, achava que era um sujeito sortudo. Não, não o conheci.
Mas, pelo comportamento do sujeito, detento do regime semi-aberto, só poderia
acreditar nisso. Mas, finalmente, na terça-feira 13, ele encontrou o seu dia de
azar. Um pai enfurecido o castigou, de forma fatal com um canivete de 15 cm de
lâmina.
Não devemos reagir, em tese, não é mesmo?
E se a sua filha foi seqüestrada ao deixar uma criança (sua
neta) na escola e o senhor recebesse uma ligação dela, de um hospital contando
o que houve. Ao chegar ao hospital encontra a moça, criada com tanto afeto e
cuidado, com as mãos cortadas por uma lâmina de faca e toda machucada devido ao
capotamento do automóvel dirigido pelo assaltante?
O senhor ficaria furioso, não ficaria? Eu também. Qualquer
um de nós que tenha um coração no peito.
O pai de Deise, 27 anos, Paulo Rogério Gonçalves Ribeiro, 48
anos, ao chegar à delegacia de Passo Fundo após ter vista o estado da filha
ferida e ouvido dela as ameaças feitas por Vinicius Rafael Fabiani, 33 anos,
estava fora de si. Ao chegar à delegacia para prestar queixa pelo ocorrido, eis
que chega a polícia que havia detido o sujeito que havia fugido após uma luta
com Deise e haver capotado o veículo em uma estrada rural,afastando-se do
centro urbano. Queria levá-la a um local deserto para estuprá-la, e disse isso
a ela.
O pai questionou o suspeito. Conta que ele ficou rindo na sua cara. Isso enfureceu Rogério que saiu, foi ao carro, pegou um canivete de pesca e o enterrou no peito de Vinicius. Foi detido em seguida e liberado, depois, por ordem judicial, para aguardar o julgamento em liberdade. Vinicius foi levado a um hospital e, não resistindo ao ferimento, morreu.
O pai questionou o suspeito. Conta que ele ficou rindo na sua cara. Isso enfureceu Rogério que saiu, foi ao carro, pegou um canivete de pesca e o enterrou no peito de Vinicius. Foi detido em seguida e liberado, depois, por ordem judicial, para aguardar o julgamento em liberdade. Vinicius foi levado a um hospital e, não resistindo ao ferimento, morreu.
A moça, bonita, casada, mãe de uma menina de onze anos temeu
pela vida dela e da filha. Como também não tinha sangue de barata atracou-se
com o marginal e feriu-se ao segurar a lâmina da faca que ele usava para dominá-la.
Não reaja, diz a policia. Se Deise não houvesse reagido poderia estar não só
estuprada como morta.
Ela disse à imprensa que sabe que não deveria reagir. Mas na
hora o sangue ferve e sobe. O dela ferveu e subiu, e ela tentou dominar o
bandido. Ele perdeu a direção, o carro capotou, ele fugiu. Ela está viva, ele
está morto.
CRIME E CASTIGO
Sou contra a pena de morte. Sou contra a aplicação da
Justiça pelas próprias mãos. Mas a humanidade não é constituída, apenas, por
gente com sangue de barata. O que está acontecendo no Brasil, com o crescimento
da violência por parte da bandidagem, e a quase certeza de impunidade pelos
crimes, devido às leis super protetoras aos criminosos, chega às raias do
insuportável.
Basta o senhor ver os protestos dos condenados pela corrupção
mais nojenta no caso do Mensalão. Condenados batem no peito, como se achassem o
que fizeram a coisa mais linda do Mundo e criticam... os juízes!!!
Bandidos cruéis, de crimes de sangue, cumprem penas curtíssimas
e são postos em liberdade apos poucos anos, e cometeram crimes violentíssimos!
No Brasil o crime compensa, sim. Está mais do que na hora de endurecer as
penas, construir mais prisões e rever esse negocio de tratar bandidos, de
crimes de sangue ou de colarinho branco como vitimas do sistema.
As pessoas devem aprender o que é certo e o que é errado.
Errou? Puniu. O Brasil é um pais em que tudo é faz de conta. O pais do
jeitinho, da malandragem. Se alguém tiver um pouco de curiosidade leia um livro
curto, um tanto não convencional, mas fantástico, do famoso filósofo alemão
Nietszche, “A genealogia da Moral”.
O autor conta como foi construído o espírito ordeiro do alemão
de sua época, em comparação aos bárbaros e selvagens germanos que invadiram o Império
Romano.
Para dobrar aquele espírito combativo, cruel, foram séculos
e séculos de castigos. Niesztche nos fala da pedagogia do castigo. Corpos
esquartejados, corpos queimados, pele arrancada a frio, empalamento.
Não, não defendo tais soluções para os nossos criminosos de
hoje, mas castigos duros.
Isso é o que falta. O que sobra é passar mãozinha na cabeça
de aloprados. E tivemos tantos maus exemplos em Brasília.
Hoje um professor não pode ser um pouco mais duro com um
aluno mal educado e já toma processo. Um bandido é solto antes que o corpo de
sua vitima esfrie. Mata-se por qualquer razão, com crueldade crescente, quase
por diversão, pois não foram ensinados a dar valor à vida alheia e à própria
liberdade.
Precisamos de uma nova educação, não essa porcaria que se
tem hoje. Assim como outro Código Penal e novas formas de encarar o pagamento
de crimes e pecados. Chega de frouxidão. Isso não tem nada a ver com o que os
esquerdiotas chamam de justiça social. Isso é só, e sempre, impunidade e estímulo
aos crimes.
Nenhum pai que matar um bandido que ameaçou a sua filha. Ou
melhor, pode querer isso intimamente; mas se o sistema funciona de forma
decente, será desnecessário. O que aconteceu em Passo Fundo é um indicador do que
ocorre em todo o Brasil. Um sinal triste mas poderoso doque acontece com o nosso apodrecido sistema legal e político.
IMAGEM REPRODUZIDA DA TV RBS.
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