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Leio na imprensa que o PT poderá vir a fazer uma vaquinha
para coletar fundos para o pagamento das multas aplicadas pelo STF aos petistas
condenados por formação de quadrilha e corrupção ativa com o uso de dinheiro público.
As multas aplicadas a José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares chegam a R$
1,46 milhão.
Dirceu terá que desembolsar R$ 676 mil; Genoíno R$468 mil e
Soares R$ 325 mil.
Durante a campanha eleitoral para a disputa da Prefeitura de
São Paulo, o então candidato Fernando Haddad chegou a questionar na Justiça o
PSDB pela associação de seu nome ao de Dirceu, ou ao Mensalão do PT. Haddad
alegou que sua imagem ficaria prejudicada com a associação. Não conseguiu nada,
uma vez que o PT é também o partido de Dirceu, Genoíno e Delúbio, e a Justiça
entendeu que uma coisa está ligada à outra; isto é, ônus e bônus caminham
ligados como irmãos siameses.
Isto posto, essa questão é complicada. O PT questiona, por
meio de suas lideranças (é claro que é um pouco de jogo-de-cena), a decisão do
STF de condenar os mensaleiros, incluindo os três caciques petistas. Se
questiona, não deve ver algo tão grave assim nos seus atos. Portanto, ao invés
de serem expulsos do partido diante da condenação por corrupção, os condenados
talvez sejam ajudados.
É uma corporação ajudando seus membros, estejam eles certos
ou errados. Outros partidos, também não coalhados de santos, ao menos expulsam
condenados ou cassados. Mas o PT é um partido especial, que talvez, pelo seu
programa, se julgue melhor que os outros, e acima das leis de um regime democrático
republicano.
O povo, em sua aparente passividade bovina, não faz muito
barulho, mas presta bastante atenção a essa dupla moral e aos dois pesos e duas
medidas.
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