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domingo, 11 de novembro de 2012

O BLOQUEIO AMERICANO A CUBA E AS HISTORINHAS PARA BOI DORMIR. De como o valente Tarso Genro enganou a Quarta Frota americana e foi vender produtos gaúchos em Havana.



NO IMAGINÁRIO DA ESQUERDA,
CUBA ESTÁ CERCADA DE NAVIOS DE GUERRA AMERICANOS

Este blog  publicou diversos textos sobre as mentiras que se contam sobre o tal bloqueio americano a Cuba. Muita gente inocente e desinformada deve imaginar que há uma cerca de arame farpado à voltada fazenda de Fidel Castro, à moda do imenso muto que separa México dos Estados Unidos. Mas a barreira com o México é para evitar que milhões mexicanos se mudem para o inferno americano...

Outros devem imaginar que o Mar do Caribe, por onde circulam transatlânticos deslumbrantes, está coalhado de minas de superfície e de profundidade, para evitar que os cubanos fujam ou que turistas cheios de dólares ou euros possam se esbaldar sob o sol de Havana e praias especialissimas, quase proibidas ao cubano comum, aquele pé-de-chinelo comuna, do povo, um tipo de cidadão de segunda classe, ou quinta categoria, que não tem dinheiro para gastar e que, por isso, importuna turistas pelas ruas para conseguir uns trocados ou obter favores.

O tal embargo americano, coisa de mais de 50 anos, não foi um anel de aço posto à volta de Cuba. Empresas americanas não podem fazer comércio com Cuba, por conta do regime comunista haver expropriado milhares de propriedades de americanos que tinham negócios em Cuba.

O regime comunista cubano mantém, hoje, relações comerciais com mais de cem países. Os melhores hotéis, que vivem lotados de turistas de todo o mundo, são de capital espanhol, por exemplo.

O problema cubano é que os comunistas, com a mania de centralizarem tudo e planejarem a realidade de modo quase absoluto, destruíram a economia e a agricultura que existiam antes da revolução de 1959. Cuba era um país com ótimo nível de vida àquela época.

A produção agrícola cubana praticamente acabou e hoje a ilha vive de favores de gente como Hugo Chávez, que exporta petróleo a preços subsidiados, dando de presente aos cubanos aquilo que não lhe pertence, mas aos venezuelanos.

Todos os países que fazem parte do Foro de São Paulo ajudam Cuba ao seu modo, para evitarem a ruína completa do centro difusor da ideologia comunista na América Latina. O Brasil também tem negócios de milhões de dólares, por conta do governo querer fazer cortesia com o chapéu alheio. Cuba nunca pagará tais empréstimos ou obras feitas por empresas brasileiras com financiamento do BNDES.

É só propaganda.

A incompetência gerencial comunista é histórica.

GJ

Assim, Percival Puggina conta, no texto a seguir, como Tarso Genro furou o bloqueio americano para, mais uma vez, o Brasil pagar a conta da incompetência cubana.


    
Tarso Genro furou o bloqueio? 

Percival Puggina
11 Novembro 2012

Quando o governador Tarso Genro anunciou que iria a Cuba com uma caravana de empresários para comercializar produtos gaúchos, fiquei pensando: como essas exportações irão perfurar o "terrível bloqueio americano"? Viajarão de submarino? Chegarão, furtivamente, alta madrugada, a bordo de pequenos e discretos botes de borracha, vindas de Key West, na direção inversa à dos cubanos evadidos?

Ironias à parte, nem Tarso Genro, viu-se agora, acredita no "terrível bloqueio americano". Esse clichê só é válido quando se torna necessário explicar a pobreza da ilha após mais de meio século de comunismo e revolução, ao longo dos quais só se faz, por lá, o que os Castro mandam. Mesmo assim, Tarso foi a Cuba, com numerosa comitiva, vender produtos do Rio Grande do Sul ao sonolento mercado daquele país.

Minha mais recente viagem a Cuba ocorreu em novembro do ano passado. Mantenho-me atualizado sobre a realidade cubana. Recebo, assiduamente, informações por meio de amigos que, contornando as dificuldades impostas pelo regime, se dedicam ao chamado "periodismo independente". Periodismo independente, para os efeitos ocidentais, é apenas jornalismo.

Em Cuba é diferente. Lá, jornalistas, reconhecidos como tal, são meros redatores da imprensa oficial. Portanto, tenho informações atualizadas. E sei que o país não dispõe de dinheiro para coisa alguma. A famosa "libreta" - caderneta de racionamento criada sob mal-estar nacional, em 1963 - foi perdendo conteúdo e qualidade. Hoje, quando o governo cogita em extingui-la, ocorrem protestos populares... Sem a libreta, muitos cubanos não sobreviveriam.

O país é muito pobre. A recente abertura para empreendimentos totalmente privados restringe-se a pequenos serviços, sem efeito perceptível na morna cadência da vida econômica de um país em que a quase totalidade da força de trabalho atua no serviço público. Na verdade, o que o governo fez foi legalizar o velho mercado negro de serviços e os "cuentapropistas" (trabalhadores por conta própria que há alguns anos vinham atuando no país). Nesse contexto de pobreza geral, Cuba - entenda-se, como tal, o governo cubano - não poderia comprar e pagar por nada que lhe pretendêssemos vender. Não é à toa que os Estados Unidos, só lhe vende à vista.

Darei um exemplo. O vidro dianteiro do taxi que me levou do hotel ao aeroporto estava totalmente trincado. Creio que se mantinha no local por docilidade das forças da natureza ao regime. Perguntei ao motorista por que não o substituíam. Disse-me ele: "Porque no hay ni plata ni reemplazo", ou seja, não há dinheiro, nem peças de reposição. Note-se que era um taxi para turistas, propriedade do governo. Segundo o motorista, o vidro estava assim havia quase um ano e quando ele referia a situação ao chefe da repartição onde deixava o carro, este lhe respondia que podia recolher o veículo e abandoná-lo lá. 

O modo de exportar para Cuba encontrado por Tarso Genro foi fazer o Badesul buscar R$ 40 milhões no BNDES e, com esse montante, financiar as vendas gaúchas. É um negócio de risco, que jamais seria assumido por um banco privado, diante da má fama de Cuba no mercado internacional. É o que me asseguram pessoas conhecedoras desse tipo de operação. Com Cuba? Nem pensar.

De fato, a situação da economia cubana é pior do que a da Grécia. Os títulos da dívida cubana junto ao Clube de Paris chegam a US$ 30 bilhões e estão em situação de calote ou atrasados ( wharton.universia.net ). O país exporta três vezes menos do que importa (indexmundi), o que mostra a inoperância do seu, digamos assim, parque produtivo. E o Badesul vai entrar nessa roubada porque a ideologia do governador gaúcho tem razões que a razão desconhece.

TEXTO DE PERCIVAL PUGGINA REPRODUZIDO DO SITE MIDIA SEM MÁSCARA:

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