A execução de policiais militares paulistas decorre de uma ordem
dos criminosos do PCC (Primeiro Comando da (Capital) que exigem vingança quando bandidos morrem ao enfrentarem policiais a tiros. E a situação se agrava porque, agora, bandidos do Rio de Janeiro,
ligados ao CV (Comando Vermelho), fogem para São Paulo e Baixada Santista. Os matadores de policiais são, segundo
matérias divulgadas na imprensa, devedores de dinheiro ou favores dos
traficantes.
Um dos grandes méritos da política de pacificação de favelas
do Rio de Janeiro é o incremento da migração interna de traficantes de drogas.
Ao enviar a polícia para retomar territórios da cidade que estavam em poder dos
bandidos, com avisos prévios sobre as ocupações, as autoridades cariocas
colaboram para que ninguém seja preso, facilitando a fuga de criminosos para
outras favelas, cidades da Baixada Fluminense e, até, para São Paulo.
Em São Paulo, nota-se, também, o incremento do número de
policiais que estavam de folga mortos em
tocaias, em curva ascendente antes das eleições. Como se a sensação de caos e
falta de controle favorecesse quem pretenda tirar proveito político da
situação.
Não algo usual bandidos se organizarem para caçar policiais.
Isso, como já afirmei antes neste blog, é uma tática nitidamente de caráter
terrorista, destinada a deixar os policiais inseguros, a população desacreditada
na capacidade da polícia de controlar a situação, e gerar um sentimento de
desconfianças com relação às autoridades que governam São Paulo.
O QUE É TERRORISMO
O leitor jovem, que apenas ouviu falar em ditadura, luta armada
e terrorismo, não faz ideia de que o que acontece hoje, em termos de execução
de agentes da Lei está quase chegando aos níveis do tempo da ditadura militar. Os terroristas dos anos 60 e 70, que gostam de
falar da luta armada, mataram, naquele tempo, em suas ações, cerca de 140
pessoas, com assassinatos a tiro e explosões a bomba.
Este ano já foram mortos perto de 90 policiais militares em
São Paulo. Um índice de letalidade incompreensível, considerando-se que estamos em tempos de
democracia.
O que leva policiais a serem
mortos? Segundo a interpretação de autoridades estaduais, brigas entre
quadrilhas. Só isso não explica tudo. A tese da vingança por bandidos mortos é
plausível, mas vai provocar mais mortes, pois a polícia certamente agirá de
forma mais dura.
O governador atribui o incremento da violência contra os
policiais à apreensão de grandes quantidades de drogas, o que prejudica as
finanças dos bandidos. Isso realmente é fato. Mesmo assim isso não explica
tudo. São Paulo não é como no Rio, onde imensas áreas urbanas estavam sob controle absoluto das quadrilhas de
traficantes pela dificuldade natural da topografia dos morros.
Em São Paulo, mesmo favelas com mais de 50 mil habitantes,
são policiadas, como se fossem outros bairros. Não existem áreas proibidas para
a polícia. Se a polícia vai mais ou vai menos a alguns lugares, isso depende,
aí sim, de determinadas relações escusas que possam haver entre bandidos e
policiais corruptos que, ao invés de colocarem os bandidos na cadeia os
toleram, desde que paguem propinas. Mas isso é exceção, e não a regra.
Desse modo, fica claro que escapa ao normal essa matança,
pois isso prejudica os negócios do crime. Só pode ser uma máquina em andamento,
que mesmo os bandidos não conseguem parar. Se há devedores sendo usados como
matadores de policiais, e se isso atrai ainda maior repressão, os bandidos
devem estar, também, sendo levados a isso, por alguma razão.
Como o CV e o PCC tiveram sua formação inicial no contato
com presos políticos e terroristas, muitos da luta armada, creio que há uma
cadeia, elos de ligação até hoje, funcionando como correia de transmissão. Não podemos nos esquecer, também, que estamos falando drogas como maconha e cocaína, fornecidas pela Colômbia, Bolívia e Paraguai. A cocaína, em sua maior parte, procede daqueles primeiros países.
Um dos mais importantes produtores de cocaína do mundo hoje são as FARC, que agora nada têm mais de grupo político, vivem de produzir cocaína e traficar armas ilegais. Como as FARC são vistas, entretanto, apesar disso, por muitos governos como forças legítimas (beligerantes) que lutam contra o governo colombiano, é possível que haja quem, mesmo sendo isso perverso, a suposta luta das quadrilhas contra as forçaspoliciais seja um instrumento de luta política.
Aí a coisa se fecha. A execução de policiais de forma dramática choca a opinão pública e cria a impressão de impotência. Isso favorece que pretenda derrotar adversários políticos. Não se esqueçam, os leitores, que há ainda muita gente que acredita que os fins justificam os meios.
Um dos braços armados de partidos políticos que não acreditam na democracia é o crime organizado, que trafica drogas. Exatamente como na Colômbia agem as FARC.
A luta armada foi usada nos anos 60 e 70, não para derrubar simplesmente a ditadura e restaurar o regime democrático, mas para iniciar uma outra ditadura de partido único.
A alguém interessa essa matança, esses incêndios de ônibus.
Contra quem a população fica revoltada, no caso dos ônibus queimados? Com as
autoridades que não conseguem impedir isso. Como impedir rapidamente ataques de surpresa? Não há mágica. Isso se chama terrorismo.
Essa luta da ordem contra o acaso, contra o inesperado,
contra a surpresa, é isso a que chamam terrorismo.
A luta do tipo terrorista
contra o Estado não se faz apenas na ditadura. Quando se quer tirar proveito
político, na democracia, pensando em uma futura ditadura, pode-se também ser vil e traiçoeiro; é só deixar a
população em pânico. Isso é tão antigo...
FANTÁSTICO-GLOBO-PCC EXECUTA POLICIAIS
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