MOHAMMED MORSI, FARAÓ ISLÂMICO DO EGITO |
Desde dezembro de 2010 – lá se vão dois anos – a imprensa
internacional fala em Primavera Árabe. A tal primavera teria começado, segundo
uns românticos, por conta do uso que teria sido feito, por libertários árabes,
do Facebook e do Twitter! Quanta ingenuidade.
Agora o presidente do Egito Mohammed Morsi assinou uma Lei,
proclamada por ele mesmo, que afirma que tudo o que ele decidir não poderá ser
constestado. Isso é um presidente? Claro que não, Morsi é o novo Mubarack,
muito mais centralizador e com mais poderes. Já é chamado em seu pais de o Novo
Faraó!
Desde o início desse movimento não comprei a idéia. Há vários
textos no arquivo do blog. Nunca me iludi em pensar que multidões, em paises de
populações majoritariamente islâmicas, pudessem estar indo às ruas lutando pela
mesma liberdade que temos, ainda, no Ocidente.
Certamente há árabes que conhecem o mundo e sabem que há paises
em que existe a pluralidade política, religiosa, democracia e estado laico,
isto é, sem o controle oficial por um grupo religioso. Desse modo, é razoável admitir
que no Egito, Líbia, Síria, e tantos outros paises que enfrentaram turbulências
políticas, desde então, parcelas minoritárias estivessem de olho em maior
liberdade política, religiosa ou comportamental, distantes do controle da
Sharia, por exemplo.
Muitos daqueles países como Egito e Líbia, eram governados
por ditadores como Mubarack e Kadafi. Mubarack apoiado na força do Exército e
Kadafi um tirano absolutista, verdadeiro dono da Líbia. Ditadores, sim; de
religião islâmica, sim;
Mas ambos distantes dos aiatolás e chefes da religião
islamita. Isto é, aqueles paises não eram governados sob a Sharia, a Lei
Religiosa, como ocorre no Irã.
O que aconteceu? O óbvio para quem não era ingênuo. As
revoltas tinham suas razões, pois ditaduras perseguem, prendem, matam. Mas no
fundo, em todos os paises árabes a causas primarias foram a crise na economia e
o interesse dos religiosos islâmicos em tomar o poder.
E, muito mais que Facebook e Twitter, as revoltas foram conduzidas
de dentro, da sombra das mesquitas. Rolou muito sangue nestes dois anos. E
muito mais ainda rolará. Sem drama. Observem que a Síria, outra ditadura antiga
naquela região, enfrenta desde março de 2011 revoltas que já custaram, a ambos
os lados – governo e revoltosos – mais de 40 mil vidas!
Lembrem-se de que Hussein Obama, o presidente americano,
quando esteve no Brasil, em visita a Dilma Rousseff, o prêmio Nobel da Paz, foi
daqui que mandou a ordem para detonar militarmente o regime de Kadafi.
Interferiu em um conflito interno, tomando um dos lados. O lado dos revoltosos.
Mas está claro, agora, que os revoltosos mais radicais no
mundo árabe hoje são os islâmicos que querem derrubar os governos ditatoriais
que tem para implantar outras ditaduras, de natureza religiosa! Vocês acham que
isso é muito diferente do que fizeram aqui os supostos libertários, lutadores
da luta armada contra a ditadura militar? Não, pois os tais guerrilheiros
lutavam aqui é para derrubar uma ditadura e construir outra. São contra o
ocidente, o capitalismo, as liberdades plurais, o mercado; contra a democracia.
Isso é mais transparente que cristal. Só idiotas da esquerda
ocidental não enxergam isso, ou enxergam, mas até apóiam os fanáticos religiosos
(!) porque estes são contra o Ocidente, o mercado, o capitalismo, a democracia,
etc. Viram? São todos parecidos em seu ódio à nossa própria civilização.
Mais uma vez repito, veremos muito mais sangue. Os islâmicos
mais radicais onde já ocupam o poder, começaram a perseguir os opositores políticos,
os crentes e fiéis de outros grupos islâmicos e os fiéis de outras religiões,
especialmente os cristãos, embora a imprensa ocidental, amplamente
esquerdizada, finja não notar os gritos de socorro vindos do Oriente.
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