IRRITADA COM CABRAL |
Irada com escândalos, Dilma desliga telefone na cara de
Cabral por marcha sobre royalties do petróleo
POR JORGE SERRÃO
Exclusivo - Talvez pressionada emocionalmente pela ação da
Polícia Federal que compromete ela, Lula e Dirceu com um esquema mafioso no
terceiro escalão do governo e apavorada com os processos judiciais que tomará
de investidores da Petrobras e Eletrobras, a Presidenta Dilma Rousseff cometeu
ontem à noite um de seus mais comprometedores erros políticos, capazes de lhe
tirar a sustentabilidade no meio do mandato.
Irada com as 200 mil pessoas que tomaram o Centro do Rio de
Janeiro para a megapasseata “Veta, Dilma: contra a injustiça, em defesa do
Rio”, Dilma saiu do sério e praticamente rompeu com Sérgio Cabral Filho. Depois
de brigar com Cabralzinho, sentindo-se traída pela manifestação que desgasta a
imagem dela por causa dos bilhões de reais dos royalties do petróleo, Dilma
desligou o telefone na cara do governador e o deixou falando sozinho.
O descontrole emocional de Dilma, que estava demorando a se
manifestar publicamente, pode gerar problemas para ela com a base aliada do
PMDB. O maior partido de sustentação tem tudo para abandonar o Titanic do PT,
sob sério risco de afundar com a Operação Porto Seguro. Dilma devia saber que
governos, muitas vezes, são derrubados por bobagens de gestão política – e não
pelas grandes denúncias de corrupção, que por aqui costumam sempre acabar em
pizza.
Dilma se descontrolou ao ver, pela televisão, cerca de 200
mil pessoas participarando da passeata contra as novas regras de distribuição
dos royalties. Mas, se Dilma não vetar a nova Lei dos Royalties, quem vai ficar
descontrolada é a economia do Rio de Janeiro. O desastroso projeto pode tirar
R$ 2,079 bilhões do estado apenas em 2013. Pelo telefonema dado a Cabral, tudo
indica que Dilma deixará o RJ se ferrar. Junto com o Espírito Santo. Tudo para
satisfazer uma suposta maioria da base aliada.
Cabral não pode brigar com Dilma. Nem ela com ele. A quebra
da relação pode ter consequências muito ruins para Dilma. Se um perder a
proteção política do outro, ambos podem sair destruídos da História. Dilma
ainda tem dois anos para completar o mandato, com previsão de estouro de muitos
escândalos, quase certo rompimento com o PT e crise econômica para botar mais
fogo nos problemas políticos. A boa popularidade de agora pode se transformar
em impopularidade, de uma hora para outra.
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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
FOTO DILMA ROUSSEFF
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