Vivemos no mundo da fantasia.
Há pessoas como Reinaldo Azevedo,
o prof. Olavo de Carvalho, o jornalista Aluizio Amorim, o Coronel do Blog do
Coronel (Coturno Noturno), e mais alguns poucos, uns mais velhos, outros ainda
jovens como o Felipe Mello da Juventude Conservadora da UNB, ou o Felipe Moura Brasil,
do blog do PIM, que lutam para trazer um pouco de luz e razão a estas trevas em
que vivemos.
Também não posso esquecer de citar o brilhante trabalho de Klauber
Pires, do blog Libertatum, que mantém o Liberesfera, que reúne quase mil blogs
conservadores e liberais do Brasil.
Vez ou outra entro no Facebook
(fiz um para bisbilhotar as conversas e ver a temperatura política) e fico
horrorizado com a leviandade, a vulgaridade e a superficialidade com que os
assuntos são tratados.
A rede é a fonte de si mesma,
alimentando um processo fechado de estupidez e fazendo rolar os apelidos como
Cura Gay, Bolsa Estupro, Bolsa Crack, Pec da Corrupção, e outras coisas, sem qualquer
respaldo na realidade.
Ninguém se dá ao trabalho de
fazer perguntas e ir olhar os textos, as propostas reais.
Participa-se do Facebook como se
fosse um revolucionário; quanta ilusão, apenas uma multidão de alienados e
manipulados achando que sabem tudo, que controlam alguma coisa.
A imprensa tem sido outra
decepção, exceto um ou outro jornalista.
Acompanhando o noticiário sobre
os protestos pelo Brasil, me pareceu que o país sofre de um tipo de mal
coletivo, um ataque epilético gigantesco, uma imensa convulsão que gasta
energia e leva a nada. Um espasmo doentio e um sinal de uma doença autoimune,
degenerativa.
Isso me fez lembrar o livro de
Wilbur Schramm (Responsabilidade na Comunicação de Massa ,antigo) em que autor
se refere a uma teoria que propõe que há um fenômeno comunicacional chamado
Disfunção Narcotizante.
O telespectador toma a carga de notícias ruins e fica
indignado. A disfunção seria quando o sujeito toma toda a indignação como
participação ativa na vida social e, cansado, depois de protestar um pouco na
sala vai dormir realizado; foi cidadão!
No outro dia acorda e vai
trabalhar. E tudo se repete à noite, novamente.
Agora temos os participantes das
redes sociais. A coisa sofisticou-se um pouco nos meios, mas a caca continua exatamente
a mesma.
Desanimador.
GUTENBERG J.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
A revolução perfeita
Rodrigo Sias
29 Junho 2013
Isso não é um súbito “despertar
de cidadania”, é apenas, a exposição pública de um grau de alienação grotesco
das massas.
Um dos livros mais interessantes
para se ler nesses dias marcados por “manifestações” é “O homem revoltado” de
Albert Camus, no qual o autor apresenta a fenomenologia do “espírito da
revolta” mostrando que todos os grandes atos de revolta ao longo da história,
podem ser encarados como uma revolta metafísica, uma rebelião contra Deus e uma
negação da realidade. “Se Deus não existe, tudo é permitido”, diria
Dostoievsky.
No fundo, igualitarismo,
socialismo, marxismo e todas essas ideologias modernas são apenas uma
elaboração intelectual “elegante” para expressar os sentimentos mais primitivos
de revolta e de negação.
Mais de 40 anos de revolução
cultural gramsciana em curso no Brasil, com a doutrinação maciça, em especial,
da juventude nos colégios e universidades, entronizaram o vírus da revolta como
algo bom e como a expressão máxima da democracia.
Acostumados a ver o PT, MST, ONGs
e “movimentos sociais” tomando as ruas e trazendo o caos com a desculpa de
lutar por “um mundo melhor” e “democrático”, nada mais natural para milhares e
milhares de pessoas, que expressarem seu descontentamento com o status quo,
reproduzindo o mesmo modus operandi absorvido.
Qual foi mesmo o partido que
destruiu adversários, adestrou uma enorme militância e ganhou apoio popular
liderando a "luta contra corrupção" e pela "ética na
política"? Pois é.
Querer “fazer algo" só por
fazer, expondo reclamações difusas e aleatórias, mostra apenas um sentimento
imaturo de frustração e revolta.
Isso não é um súbito “despertar
de cidadania”, é apenas, a exposição pública de um grau de alienação grotesco
das massas. Milhares de pessoas na rua, gritando contra "tudo isso que
está aí", sem perceber que, ao provocarem uma situação artificial de
convulsão social, precipitam mudanças, as quais, no fim, favorecem quem está no
poder, ampliando exatamente “tudo isso que está aí”.
Embora haja muitos manifestantes
- talvez a grande maioria - que tenham até boas intenções, eles servem de massa
de manobra para quem verdadeiramente encontra-se posicionado para impor sua
agenda à sociedade.
As manifestações são a
constatação empírica de que a cosmovisão esquerdista alcançou o ideal do
lendário Sun Tsu - o estrategista militar chinês - em seu clássico livro “A
Arte da Guerra”: “lutar e vencer todas as batalhas não é a glória suprema. A
glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar. É
preferível capturar o exército adversário a destruí-lo. (…) Dominar o inimigo
sem combater, isso sim é o cúmulo da habilidade”.
Quando se comenta da falta de
representatividade dos partidos políticos, pouco é mencionado sobre o vácuo
resultante da inexistência de partidos com uma orientação conservadora, próxima
ao sentimento médio da maioria da população brasileira.
A maré pode virar? Pode, mas para
isso acontecer, teriam que existir lideranças capazes de conduzir esse
descontentamento para fora deste zeitgeist vermelho dominante, da luta por mais
“direitos”, passe livre, por mais saúde e educação e, como consequência, mais
impostos e mais Estado provedor e interventor. Tais lideranças, porém, ainda
não se avistam no horizonte.
Por enquanto, o que temos é o tom
profético das palavras do saudoso Roberto Campos: "A burrice, no Brasil,
tem um passado glorioso e um futuro promissor".
Essa é a revolução gramsciana
perfeita.
Rodrigo Sias é economista do
Instituto de Economia da UFRJ.
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA
SEM MÁSCARA:
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