Pesquisar este blog

terça-feira, 2 de julho de 2013

MANIFESTAÇÕES E PROTESTOS. BRINCANDO DE REVOLUÇÃO COM O FACEBOOK. "Isso não é um súbito “despertar de cidadania”, é apenas, a exposição pública de um grau de alienação grotesco das massas." (Rodrigo Sias)


Vivemos no mundo da fantasia.

Há pessoas como Reinaldo Azevedo, o prof. Olavo de Carvalho, o jornalista Aluizio Amorim, o Coronel do Blog do Coronel (Coturno Noturno), e mais alguns poucos, uns mais velhos, outros ainda jovens como o Felipe Mello da Juventude Conservadora da UNB, ou o Felipe Moura Brasil, do blog do PIM, que lutam para trazer um pouco de luz e razão a estas trevas em que vivemos.

Também não posso esquecer de citar o brilhante trabalho de Klauber Pires, do blog Libertatum, que mantém o Liberesfera, que reúne quase mil blogs conservadores e liberais do Brasil.

Vez ou outra entro no Facebook (fiz um para bisbilhotar as conversas e ver a temperatura política) e fico horrorizado com a leviandade, a vulgaridade e a superficialidade com que os assuntos são tratados.

A rede é a fonte de si mesma, alimentando um processo fechado de estupidez e fazendo rolar os apelidos como Cura Gay, Bolsa Estupro, Bolsa Crack, Pec da Corrupção, e outras coisas, sem qualquer respaldo na realidade.

Ninguém se dá ao trabalho de fazer perguntas e ir olhar os textos, as propostas reais.

Participa-se do Facebook como se fosse um revolucionário; quanta ilusão, apenas uma multidão de alienados e manipulados achando que sabem tudo, que controlam alguma coisa.

A imprensa tem sido outra decepção, exceto um ou outro jornalista.

Acompanhando o noticiário sobre os protestos pelo Brasil, me pareceu que o país sofre de um tipo de mal coletivo, um ataque epilético gigantesco, uma imensa convulsão que gasta energia e leva a nada. Um espasmo doentio e um sinal de uma doença autoimune, degenerativa.

Isso me fez lembrar o livro de Wilbur Schramm (Responsabilidade na Comunicação de Massa ,antigo) em que autor se refere a uma teoria que propõe que há um fenômeno comunicacional chamado Disfunção Narcotizante.

O telespectador toma a carga de notícias ruins e fica indignado. A disfunção seria quando o sujeito toma toda a indignação como participação ativa na vida social e, cansado, depois de protestar um pouco na sala vai dormir realizado; foi cidadão!

No outro dia acorda e vai trabalhar. E tudo se repete à noite, novamente.
Agora temos os participantes das redes sociais. A coisa sofisticou-se um pouco nos meios, mas a caca continua exatamente a mesma.

Desanimador.  

GUTENBERG J.


XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


A revolução perfeita
Rodrigo Sias 
29 Junho 2013

Isso não é um súbito “despertar de cidadania”, é apenas, a exposição pública de um grau de alienação grotesco das massas.

Um dos livros mais interessantes para se ler nesses dias marcados por “manifestações” é “O homem revoltado” de Albert Camus, no qual o autor apresenta a fenomenologia do “espírito da revolta” mostrando que todos os grandes atos de revolta ao longo da história, podem ser encarados como uma revolta metafísica, uma rebelião contra Deus e uma negação da realidade. “Se Deus não existe, tudo é permitido”, diria Dostoievsky.

No fundo, igualitarismo, socialismo, marxismo e todas essas ideologias modernas são apenas uma elaboração intelectual “elegante” para expressar os sentimentos mais primitivos de revolta e de negação.

Mais de 40 anos de revolução cultural gramsciana em curso no Brasil, com a doutrinação maciça, em especial, da juventude nos colégios e universidades, entronizaram o vírus da revolta como algo bom e como a expressão máxima da democracia.

Acostumados a ver o PT, MST, ONGs e “movimentos sociais” tomando as ruas e trazendo o caos com a desculpa de lutar por “um mundo melhor” e “democrático”, nada mais natural para milhares e milhares de pessoas, que expressarem seu descontentamento com o status quo, reproduzindo o mesmo modus operandi absorvido.

Qual foi mesmo o partido que destruiu adversários, adestrou uma enorme militância e ganhou apoio popular liderando a "luta contra corrupção" e pela "ética na política"? Pois é.

Querer “fazer algo" só por fazer, expondo reclamações difusas e aleatórias, mostra apenas um sentimento imaturo de frustração e revolta.

Isso não é um súbito “despertar de cidadania”, é apenas, a exposição pública de um grau de alienação grotesco das massas. Milhares de pessoas na rua, gritando contra "tudo isso que está aí", sem perceber que, ao provocarem uma situação artificial de convulsão social, precipitam mudanças, as quais, no fim, favorecem quem está no poder, ampliando exatamente “tudo isso que está aí”.

Embora haja muitos manifestantes - talvez a grande maioria - que tenham até boas intenções, eles servem de massa de manobra para quem verdadeiramente encontra-se posicionado para impor sua agenda à sociedade.

As manifestações são a constatação empírica de que a cosmovisão esquerdista alcançou o ideal do lendário Sun Tsu - o estrategista militar chinês - em seu clássico livro “A Arte da Guerra”: “lutar e vencer todas as batalhas não é a glória suprema. A glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar. É preferível capturar o exército adversário a destruí-lo. (…) Dominar o inimigo sem combater, isso sim é o cúmulo da habilidade”.

Quando se comenta da falta de representatividade dos partidos políticos, pouco é mencionado sobre o vácuo resultante da inexistência de partidos com uma orientação conservadora, próxima ao sentimento médio da maioria da população brasileira.

A maré pode virar? Pode, mas para isso acontecer, teriam que existir lideranças capazes de conduzir esse descontentamento para fora deste zeitgeist vermelho dominante, da luta por mais “direitos”, passe livre, por mais saúde e educação e, como consequência, mais impostos e mais Estado provedor e interventor. Tais lideranças, porém, ainda não se avistam no horizonte.

Por enquanto, o que temos é o tom profético das palavras do saudoso Roberto Campos: "A burrice, no Brasil, tem um passado glorioso e um futuro promissor".

Essa é a revolução gramsciana perfeita.

Rodrigo Sias é economista do Instituto de Economia da UFRJ.

TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA SEM MÁSCARA:




Nenhum comentário:

Postar um comentário