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segunda-feira, 29 de julho de 2013

AO FALAR SOBRE "MERCADORES DA MORTE", PAPA FRANCISCO TINHA UMA AUDIÊNCIA MUITO ATENTA. ALGUNS NEM PISCARAM DE VERGONHA. OU POR FALTA DELA.

DESIRÉ BOUTERSE (IMAGEM DO SITE UCHO INFO)
Se houve uma coisa que o Papa condenou com vigor, ao contrário de temas esperados, nos quais ele não tocou em seus discursos, apenas posteriormente, em entrevistas dadas na sua volta à Itália, foi o que ele chamou de Mercadores da Morte, aqueles que vendem drogas, os vis traficantes.

Francisco condenou veementemente os traficantes e aqueles que dão suporte ou os defendem. Este blog concorda integralmente com as palavras do Papa. Não há o que negociar com traficantes; não há que facilitar avida de Mercadores da Morte e os que defendem a legalização das drogas.

Drogas matam; milhares de jovens brasileiros são vítimas anuais desse comércio tétrico e macabro. E o governo não tem conseguido convencer países vizinhos, com governos também ligados ao Foro de São Paulo, e produtores de coca e cocaína, como Bolívia e Perú, numa quantidade monstruosamente superior àquilo que suas populações indígenas usam para mascar, a impedir a expansão dessa Indústria de Morte.

Essa é uma questão delicada para a esquerda continental, pois todos sabemos que as drogas rendem milhões de dólares por ano para grupos que, depois, trocam cocaína com armas e alimentam grupos terroristas, como as FARC, na Colômbia. A relação entre a produção de cocaína e terrorismo já está mais que provada. O que não parece funcionar é a repressão a isso. Como poderia não é? É como se um braço de um corpo quisesse cortar o braço do lado oposto, do mesmo corpo. Quem quer ferir a si mesmo?

UMA VISITA INCÔMODA


(dE o gLOBO, 2011)

"A imunidade de um chefe de Estado começa no momento de sua posse e termina no momento em que deixe a função", lembra a embaixada dos Países Baixos, em nota dirigida ao GLOBO para explicar a posição do governo holandês sobre o caso do presidente do Suriname. "Isso significa", continua, "que Bouterse, depois do mandato, poderá ser penalizado por qualquer ato que cometeu antes de ser presidente, pelos atos privados cometidos durante a sua presidência e pelos atos que venha a perpetrar depois da sua presidência."

RIO - Há três décadas Desiré Delano Bouterse é o líder político e militar mais poderoso do Suriname, antiga colônia holandesa na fronteira com o Pará, distante 1.500 quilômetros de Belém. Ex-chefe de uma ditadura que nos anos 80 proclamou no país uma "República Socialista", retornou ao poder na eleição do ano passado. Ele tem mais 42 meses de mandato pela frente, até 13 de agosto de 2015. Então, Bouterse vai se tornar um narcotraficante de 70 anos com prisão decretada no Brasil e em mais meia centena de países, a pedido da Holanda, onde está condenado a 16 anos de prisão por tráfico de cocaína.

Bouterse, Mendonça e Beira-Mar são personagens de uma obscura rede financeira em expansão no Brasil, especializada em legalizar dinheiro obtido com atividades ilícitas (do narcotráfico à corrupção). De terno e gravata no palácio presidencial em Paramaribo ou em uniformes das penitenciárias de Goiânia e Mossoró, eles movem seus lucros para a legalidade no país que se tornou o principal centro de lavagem financeira da América do Sul. A velocidade dessa transformação coincidiu com o ritmo de crescimento da economia nacional e da multiplicação das rotas de trânsito de droga do Brasil para EUA, Europa e Ásia (via África) na última década. 

Nos anos 80, ele foi um dos pioneiros na organização de rotas de tráfico de cocaína colombiana do Brasil para a Europa e os Estados Unidos, via Suriname. Tinha um sócio brasileiro, o ex-garimpeiro Leonardo Dias Mendonça, preso em Goiás. Mendonça e Bouterse fizeram fortuna numa lucrativa frente de negócios com as Farc, a narcoguerrilha da Colômbia: vendiam armamento e recebiam em cocaína. Registros financeiros indicam que Mendonça somou um patrimônio de US$ 70 milhões. Financiou o início de carreira de Luiz Fernando da Costa, o Beira-Mar — preso em Mossoró (RN). E patrocinou uma rede de apoio político, na qual se destacou o ex-deputado federal Pinheiro Landim (PMDB-CE), recentemente homenageado na Assembleia do Ceará.




 

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