O condescendente estupro das instituições
Percival Puggina
18 Julho 2013
Em Porto Alegre, nestes
dias de julho de 2013, ficou decidido que quem invade ganha muito mais do que a
confortável tolerância das instituições.
No dia 10 deste mês, um grupo de
rapazes e moças resolveu descer das galerias e invadir a Câmara de Vereadores
de Porto Alegre. Ali permaneceram por oito dias, impedindo o trabalho no local,
controlando entradas e saídas, promovendo reuniões, concedendo entrevistas
coletivas e, em eventos às portas fechadas, fazendo sabe-se lá o quê.
Qual o motivo da desabrida selvageria? Simples como isto: eles querem passe livre no transporte coletivo da cidade. Ou, mais claramente, desejam entrar e sair dos ônibus sem pagar, transferindo para os demais cidadãos os ônus desse privilégio.
O leitor destas linhas que tenha acompanhado tais episódios em Porto Alegre deve estar se perguntando onde quero chegar chovendo no molhado de fatos bem conhecidos e atuais. Acontece que, no meu modo de ver, mais grave do que a conduta violenta e abusiva dos vândalos que se instalaram na sede do legislativo municipal foi a inadequada conduta das autoridades.
Foi ver que meia dúzia de vereadores se mantiveram ativos, presentes e coniventes com os invasores. Foi ver alguns dos nossos edis, atendendo condição imposta pelos intrusos para lhes concederem uma "reunião de negociações": sentaram-se no chão, os vereadores, para ouvi-los. Quanto achincalhe! Quanta falta de amor próprio!
Não bastasse tudo isso, o esquema de autoridade e poder de que se arrogaram os desordeiros acabou acatado pelas autoridades legítimas que estiveram envolvidas no episódio. Assim, a magistrada que atuou no caso, em vez de determinar a reintegração de posse, usou a ideia da reunião de mediação, contida no famigerado PNDH-3 (que a Câmara dos Deputados está rejeitando no projeto do novo Código Civil). Como se fosse possível "mediar" ou "conciliar" o invadido com seus invasores!
Com isso, legitimou a autoridade e a representatividade dos invasores em tragicômica audiência pública de conciliação. Seria igual o procedimento se o poder invadido, em vez do Legislativo, fosse o Judiciário? Duvido.
Em Porto Alegre, nestes dias de julho de 2013, ficou decidido que quem invade ganha muito mais do que a confortável tolerância das instituições.
Tem apoio político. Conquista autoridade. Impõe as condições e os limites que lhe convêm. Reveste-se de poder. E é tratado como tal. Sinuoso e sombrio, enquanto esses desmandos acontecem, infiltra-se e se arregimenta, de modo serpentino, o ideal totalitário.
E todos sabemos o quanto a ideologia da violência é intolerante. Bibliotecas do mundo inteiro alinham quilômetros de estantes com a descrição pormenorizada de suas estratégias e de seus horrores.
Antes que me esqueça.
Qual o motivo da desabrida selvageria? Simples como isto: eles querem passe livre no transporte coletivo da cidade. Ou, mais claramente, desejam entrar e sair dos ônibus sem pagar, transferindo para os demais cidadãos os ônus desse privilégio.
O leitor destas linhas que tenha acompanhado tais episódios em Porto Alegre deve estar se perguntando onde quero chegar chovendo no molhado de fatos bem conhecidos e atuais. Acontece que, no meu modo de ver, mais grave do que a conduta violenta e abusiva dos vândalos que se instalaram na sede do legislativo municipal foi a inadequada conduta das autoridades.
Foi ver que meia dúzia de vereadores se mantiveram ativos, presentes e coniventes com os invasores. Foi ver alguns dos nossos edis, atendendo condição imposta pelos intrusos para lhes concederem uma "reunião de negociações": sentaram-se no chão, os vereadores, para ouvi-los. Quanto achincalhe! Quanta falta de amor próprio!
Não bastasse tudo isso, o esquema de autoridade e poder de que se arrogaram os desordeiros acabou acatado pelas autoridades legítimas que estiveram envolvidas no episódio. Assim, a magistrada que atuou no caso, em vez de determinar a reintegração de posse, usou a ideia da reunião de mediação, contida no famigerado PNDH-3 (que a Câmara dos Deputados está rejeitando no projeto do novo Código Civil). Como se fosse possível "mediar" ou "conciliar" o invadido com seus invasores!
Com isso, legitimou a autoridade e a representatividade dos invasores em tragicômica audiência pública de conciliação. Seria igual o procedimento se o poder invadido, em vez do Legislativo, fosse o Judiciário? Duvido.
Em Porto Alegre, nestes dias de julho de 2013, ficou decidido que quem invade ganha muito mais do que a confortável tolerância das instituições.
Tem apoio político. Conquista autoridade. Impõe as condições e os limites que lhe convêm. Reveste-se de poder. E é tratado como tal. Sinuoso e sombrio, enquanto esses desmandos acontecem, infiltra-se e se arregimenta, de modo serpentino, o ideal totalitário.
E todos sabemos o quanto a ideologia da violência é intolerante. Bibliotecas do mundo inteiro alinham quilômetros de estantes com a descrição pormenorizada de suas estratégias e de seus horrores.
Antes que me esqueça.
1º) A conta
dos estragos feitos será paga pelos contribuintes do município.
2º) Ontem à noite, no dormitório de desocupados em que foi convertida a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, rapazes e moças dançavam nus, mostrando a exiguidade de seus argumentos e zombando das instituições que humilharam para além de todos os limites que se possa conceber.
Por estupradas que já estejam.
2º) Ontem à noite, no dormitório de desocupados em que foi convertida a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, rapazes e moças dançavam nus, mostrando a exiguidade de seus argumentos e zombando das instituições que humilharam para além de todos os limites que se possa conceber.
Por estupradas que já estejam.
Percival Puggina
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA SEM MÁSCARA:
http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/14335-o-condescendente-estupro-das-instituicoes.html
LEIA INFORMAÇÃO DE O TEMPO:
Com a intenção de pressionar o prefeito José Fortunati sobre o projeto do passe livre, o Bloco de Lutas está convocando pessoas pelas redes sociais, para uma manifestação as 19h desta quinta-feira (18), em frente à prefeitura de Porto Alegre. Os integrantes do Bloco de Luta Pelo Transporte Público e outros movimentos sociais começaram a cumprir o acordo de desocupação da Câmara de Vereadores definido em audiência na Justiça nesta quarta-feira (17).
LEIA INFORMAÇÃO DE O TEMPO:
Os integrantes do Bloco de Luta
Pelo Transporte Público e outros movimentos sociais começaram a cumprir o
acordo de desocupação da Câmara de Vereadores definido em audiência na Justiça
nesta quarta-feira (17).
Pouco antes das 23h da
quarta-feira (10) parte dos manifestantes começaram a deixar a prédio do Legislativo
cumprindo acordo que foi definido após um encontro que durou mais de quatro
horas no Foro Central da capital, nesta quarta-feira (17).A partir da mesma
noite, a permanência de menores no prédio foi proibida.
A outra metade do grupo permanece
na Casa durante esta quinta (18) para acompanhar o cumprimento dos compromissos
firmados pelos vereadores para a desocupação. Eles esperam ser protocolados
pelos parlamentares dois projetos de lei que foram redigidos pelo grupo. Um dos projetos trata da abertura
das contas de empresas de transporte público da capital e outro sobre a criação
do passe livre para estudantes e desempregados. Só depois disso os
manifestantes deixarão completamente a Câmara.
Com a intenção de pressionar o prefeito José Fortunati sobre o projeto do passe livre, o Bloco de Lutas está convocando pessoas pelas redes sociais, para uma manifestação as 19h desta quinta-feira (18), em frente à prefeitura de Porto Alegre. Os integrantes do Bloco de Luta Pelo Transporte Público e outros movimentos sociais começaram a cumprir o acordo de desocupação da Câmara de Vereadores definido em audiência na Justiça nesta quarta-feira (17).
Pouco antes das 23h da
quarta-feira (10) parte dos manifestantes começaram a deixar a prédio do Legislativo
cumprindo acordo que foi definido após um encontro que durou mais de quatro
horas no Foro Central da capital, nesta quarta-feira (17).A partir da mesma
noite, a permanência de menores no prédio foi proibida.
A outra metade do grupo permanece
na Casa durante esta quinta (18) para acompanhar o cumprimento dos compromissos
firmados pelos vereadores para a desocupação.Eles esperam ser protocolados
pelos parlamentares dois projetos de lei que foram redigidos pelo grupo.
Um dos projetos trata da abertura
das contas de empresas de transporte público da capital e outro sobre a criação
do passe livre para estudantes e desempregados. Só depois disso os
manifestantes deixarão completamente a Câmara.
Com a intenção de pressionar o
prefeito José Fortunati sobre o projeto do passe livre, o Bloco de Lutas está
convocando pessoas pelas redes sociais, para uma manifestação as 19h desta
quinta-feira (18), em frente à prefeitura de Porto Alegre.
PS: NOTA DO BLOG: O TEMPO RELATA OS VERDADEIROS ATOS DE CHANTAGEM E TERRORISMO A QUE ESTÃO SUBMETIDAS AS AUTORIDADES!!!
PS: NOTA DO BLOG: O TEMPO RELATA OS VERDADEIROS ATOS DE CHANTAGEM E TERRORISMO A QUE ESTÃO SUBMETIDAS AS AUTORIDADES!!!
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