EDNA VIVIA NO PARAÍSO DE GURIRI |
Edna Célia Souza de Oliveira, 41
anos, conheceu bastante do Brasil. Nasceu no Maranhão, morou muitos anos em
Tucuruí, no Pará; mudou-se há um ano, para o município de São Mateus, ao norte
de Vitória, no Espírito Santos, e vivia na paradisíaca ilha de Guriri, balneário
muito procurado por veranistas mineiros.
EDNA CÉLIA SOUZA DE OLIVEIRA, 41 ANOS |
O destino é uma coisa estranha. Edna
morou em lugares bonitos, mas foi morrer no paraíso. Guriri, uma ilha de paisagem
maravilhosa, de 100 km², é um balneário que fica a 13 quilômetros de São
Mateus, onde se chega por uma estrada asfaltada e uma ponte de concreto sobre o
Rio São Mateus.
Ocorre que as parcas, aquelas que
tecem o fio de nossas vidas não descansam nunca, mesmo em lugares paradisíacos.
O tempo todo elas observam os humanos e apontam o dedo “aquele”, “aquela”, e a
tesoura cruel friamente corta a linha da vida.
Edna estava em casa tranqüila, utilizando
o Facebook, trocando mensagens com amigos por meio de seu celular. Eram 23
horas de domingo. Silêncio na ilha, sendo possível ouvir o mar, o quebrar das
ondas.
Repentinamente a porta da cozinha
da casa é arrombada e alguém a encontra sentada, entretida com o Facebook, no
sofá da sala.
Tudo muito rápido. O dedo do
desconhecido aciona o gatilho e ela é baleada no abdômen. Consegue levantar-se
e correr para o quarto. Trancada, ferida e em desespero só consegue deixar a
sua última mensagem: “Acabei de levar um tiro aqui dento (sic) de casa”. Teve
tempo de fazer ainda duas ligações: para um amigo a quem pediu socorro e para
irmã, “me ajuda, estou sangrando muito”.
Não teve tempo para mais nada. O
invasor conseguiu arrombar a porta do quarto e, ficando frente a frente com
ela, disparou um tiro em sua cabeça. Foi quando uma das parcas usou a tesoura
cruel.
Sua irmã Fernanda Oliveira chegou
logo em seguida, mas encontrou a irmã já morta e mais ninguém na casa. A polícia
foi rápida, demorou quatro minutos, mas nada mais poderia ser feito. Nada foi
roubado.
O corpo de Edna, embora ela tenha
ido para outro Paraíso, e abandonado Guriri para sempre, ainda fará uma última viagem,
uma longa viagem de volta a Tucuruí, no Pará, onde será enterrada.
Informações de:
PAISAGEM DE GURIRI
Não me canso de ler, e sempre é a mesma sensação de dor e impunidade.
ResponderExcluirBrasil, pais onde tudo é possível, relacionado a crimes e ações ilícitas.
Obrigada pela crônica!
Só pra acrescentar, ela não estava no facebook, estava na sala com sua bíblia e caderneta de anotações, assistindo ao seu programa evangélico de todos os dias, alimentando seu Espírito com estudo bíblico.
Essa era minha irmã.Serva de DEus.
A irmã,Fernanda Oliveira aqui.