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quarta-feira, 2 de maio de 2012

COTAS PERVERSAS. Ou, diversidade é um termo elitista utilizado para dar respeitabilidade a atos e políticas que, em outros contextos, seriam consideradas racistas. Ou, importando o racismo americano.

PROFESSOR WALTER WILLIAMS
A perversidade da diversidade


WALTER WILLIAMS
  

As expressões ‘ação afirmativa’, ‘representação paritária’, ‘tratamento preferencial’ e ‘cotas raciais’ não possuem grande apelo entre a população.  Sabendo disso, a elite intelectual, a mídia, o governo e todos os demais entusiastas criaram o termo ‘diversidade’, uma palavra aparentemente benigna que funciona muito bem para encobrir políticas racialmente discriminatórias.  Via de regra, tais políticas exigem que as universidades, as empresas privadas e as burocracias do governo formem seus quadros de acordo com a proporção de cores e etnias existentes no país.


Por exemplo, se os negros formam 20% da população, então eles devem formar 20% dos estudantes universitários, 20% dos professores, 20% dos gerentes de empresas e 20% dos funcionários públicos.  Por trás dessa visão de justiça está a ignara noção de que, não fosse a discriminação, todas as cores e etnias estariam igualmente distribuídas em termos de renda, educação, ocupação e outros critérios.

Não há absolutamente nenhuma evidência, em nenhum lugar do mundo, de que a proporcionalidade estatística seja a norma.  Ainda assim, grande parte de nossas leis, de nossas políticas públicas e do nosso modo de pensar partem do princípio de que a proporcionalidade é a norma.  Vejamos agora algumas diferenças raciais e vamos pensar sobre suas causas e possíveis curas.

Nos EUA, ao passo que 13% da população é formada por negros, estes representam 80% dos jogadores profissionais de basquete e 65% dos jogadores profissionais de futebol americano, sendo que, em ambos os esportes, os negros são os jogadores mais bem pagos.  Em contraste, os negros representam apenas 2% dos jogadores profissionais da liga americana de hóquei sobre o gelo.  Logo, não há diversidade racial no basquete, no futebol americano e nem no hóquei.  Tais esportes em momento algum atendem aos critérios de ‘igualdade racial’.

Mesmo no que diz respeito a conquistas esportivas, a diversidade racial está ausente.  No baseball, quatro dos cinco recordistas de home-runs são negros.  Desde que os negros entraram nas principais ligas de baseball, das 8 vezes em que houve mais de 100 bases roubadas em uma temporada, todas foram feitas por negros.  Por outro lado, o Departamento de Justiça americano recentemente ordenou que o departamento de polícia de cidade de Dayton, no estado de Ohio, diminuísse a nota mínima de aprovação nas provas escritas para que assim mais negros pudessem entrar na força policial.

O que o Procurador Geral da Justiça dos EUA, senhor Eric Holder, deveria fazer a respeito da falta de diversidade racial nos esportes?  Por que as elites intelectuais não protestam?  Será que é porque os proprietários desses multibilionários times profissionais de basquete, futebol e baseball são pró-negros ao passo que os proprietários dos times da liga de hóquei e os donos das grandes empresas são racistas relutantes em colocar negros em altas posições e com altos salários?

Dentre as questões de diversidade étnica, há uma que foi completamente varrida para debaixo do tapete: os judeus americanos representam menos de 3% da população do país e somente 0,2% da população mundial.  Todavia, entre 1901 e 2010, esses judeus ganharam 35% de todos os prêmios Nobel que foram concedidos a americanos, o que significa que eles ganharam 22% do todos os prêmios Nobel já distribuídos.

Se, para a turma que advoga a diversidade, a sub-representação é uma “prova” de que há discriminação racial, o que eles sugerem fazer para os casos de sobre-representação?  Afinal, se uma raça está sobre-representada, então isso pode significar que um grupo de pessoas está se apossando daquilo que, “por direito”, pertence a outra raça.

Há outras questões de representação para as quais talvez seja necessário alguém começar a dar mais atenção, para poder criar políticas públicas corretivas.  Por exemplo, os asiáticos repetidamente obtêm as maiores pontuações na seção de matemática do SAT, ao passo que os negros obtêm as menores.  Os homens são 50% da população, assim como as mulheres; entretanto, os homens são atingidos por raios em uma frequência seis vezes maior do que as mulheres.  As estatísticas populacionais para os estados americanos de Dakota do Sul, Iowa, Maine, Montana e Vermont mostram que a população negra desses estados não chega nem a 1%.  Por outro lado, em estados como Geórgia, Alabama e Mississippi, os negros estão sobre-representados em relação à sua porcentagem na população geral dos EUA.

Há outros exemplos globais de desproporcionalidade.  Por exemplo, durante a década de 1960, a minoria chinesa da Malásia recebeu mais diplomas universitários do que a maioria malaia.  Somente na engenharia, foram 400 diplomas para chineses e apenas quatro para malaios, não obstante o fato de que os malaios dominavam o país politicamente.  No Brasil, no estado de São Paulo, mais de dois terços das batatas e 90% dos tomates produzidos foram cultivados por pessoas de ascendência japonesa.

O moral da história é que não há, em nenhum lugar do mundo, evidências de que, não fosse a discriminação, as pessoas estariam divididas ao longo de todas as atividades produtoras de acordo com suas porcentagens na população.  Diversidade é um termo elitista utilizado para dar respeitabilidade a atos e políticas que, em outros contextos, seriam consideradas racistas.

TEXTO REPRODUZIDO DE REVISTA O COYOTE:

http://coyoteonline.wordpress.com/2012/04/28/386/

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