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terça-feira, 17 de maio de 2011

SIMULAR E DISSIMULAR, EIS AS REGRAS DO JOGO. A busca sem limites da beleza e da felicidade leva mães a injetarem botox em crianças de oito anos!.

O caso da mãe Kerry Campbell, que injetava botox em sua filha de oito anos, Britney Campbell, para que ela ficasse “sem rugas” ao participar de concursos de beleza infantil estimula a reflexão sobre os limites para o uso dos avanços científicos.

A ciência e a medicina existem para melhorar e facilitar as coisas para as pessoas.
Mas devemos usar a ciência e a medicina de um modo a nos enganarmos sobre os benefícios reais que nos trazem? Qual o sentido de tirar rugas de uma criança de oito anos? Que rugas?

Mãe aplica botox em Britney

Esta é a época em que é mais importante parecer que ser. Podemos ser nós mesmos, ou podemos, nestes tempos pós-modernos como querem alguns, simular ou dissimular algo para obtermos vantagem. Uma leve escoregada e estamos entrando no campo das trapaças.

Talvez eu seja meio antiquado mesmo. Mas na Venezuela há escolas que preparam misses para concursos, com tudo baseado em próteses, retirada de costelas, injeções de botox e silicone. Fábrica de clones.

A ciência e a medicina podem colaborar com as próteses e as correções. É razoável. Afinal, ninguém quer ficar sem uma perna, um braço, ter uma orelha de abano, ser dentuço, ou pálpebras muito caídas.  Mas não há limite para as intervenções?

Hoje homens colocam músculos de silicone, mulheres bundas postiças. Qual o sentido de enganar-se a esse ponto? Auto-estima?
Me dê licença, tenho que ir ao banheiro ajeitar a minha bunda ou o meu tríceps que está ficando torto!

Nestes tempos de extrema individualidade e individualismo, claro, não temos nada a ver com o peitoral do vizinho ou com a bunda de plástico da vizinha, mas qual a razão de estarmos em uma época de tanto estelionato, de tanta propaganda enganosa?

Quem conhece um pouco de biologia e comportamento animal (graça ao austríaco Konrad Lorenz) sabe que as danças de acasalamento são momentos de vender o peixe. Então, queremos vender o peixe. Queremos uma melhor aparência. Cabelos penteados, as mulheres com o rosto com as bochechas avermelhadas a indicar saúde. Tudo bem.

Mas onde vamos parar? O corpo está sofrendo um ataque brutal das vontades e das manias mais estranhas de seus donos. Homem lagarto, mulher melancia, Hercules de cilicone.

Tudo se resume a uma imagem. Estamos mais preocupados com a imagem que com o ser real. É uma tristeza ver artistas lindas de Hollywood, nos anos 40 ou 50, não conseguirem envelhecer adequadamente, fazendo papel de avós.

Não. Elas querem ser as eternas divas de 20 anos, aos 80! E o que vemos? Um bando de frankensteins, remendadas, esticadas, repuxadas. A pressão pela imagem jovial é tão forte que muitas fogem para o mundo das bebiidas ou da drogas.

Velhos e velhas querem parecer jovens de 18 anos. Todos tem direito à saúde, ao bem estar, à jovialidade, mas é necessário senso de ridículo. Quem tem 18 não tem 81 e que tem 81 não tem 18. Não é a mesma coisa.

A mãe britânica Kerry Campbell que mora nos Estados Unidos e aplica botox em sua filha de  8 anos Britney, para que ela fique mais bonita e “sem rugas”  é um exemplo dessa falta de limites. A mãe foi ao programa Good Morning América e contou o que fazia. Ela é esteticista. As autoridades resolveram, diante dos protestos, retirar a guarda da criança, temporarioamente, até chegarem a uma conclusão sobre o procedimento da mãe.

Eu, que sou apenas um observador do comportamento humano, creio que a mãe gostaria de ser a filha. Tantas mães projetam em suas filhas as bailarinas que deixaram de ser um dia...    

ISSO TUDO ME LEMBRA O DIVERTIDO FILME SOBRE:
LITTLE MISS SUNSHINE. 

O FILME, AO MENOS, É MUITO DIVERTIDO         




Foto: http://www.ctv.ca/CTVNews/Health/20110513/eight-year-old-girl-botox-mom-injected-110513/

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