KEIKO FUJIMORI: TERRORISTA É TERRORISTA, NÃO É BELIGERANTE |
Ao menos na sondagem realizada pelo jornal El Comércio, um dos mais importantes do Perú, pela Internet, Keiko Fujimori ganhou o debate de ontem à noite, em Lima, contra Ollanta Humala, a uma semana antes da realização do segundo turno, dia 5 de junho, domingo. (59% a 41% à 1h30 da manhã de hoje, 30/5).
Keiko Fujimori representa a coligação Fuerza 2011 e Ollanta Humala o grupo Gana Perú, que reúne toda a esquerda peruana.
Ollanta tentou confundir Keiko com seu pai Alberto Fujimori que está preso, mas ele foi dura e decidida e disse que ele teria que debater com ela. "Se quer debater com meu pai, vá à prisão onde ele está".
Keiko criticou a falta de definição nas propostas de Ollanta, que trocou de programa quatro vezes. Ela disse "eu tenho um único programa desde o começo."
Quando terminou o primeiro turno, Ollanta estava na frente de Keiko, mas ela reagiu e o alcançou em meados de maio e vem crescendo. Nesta semana há algumas divergências entre os institutos de pesquisa, mas ela, apesar de empate técnico, leva ligeira vantagem.
E parece ter se saído bem melhor que Ollanta no debate. Ollanta tem um problema, desvencilhar-se da sombra de Hugo Chávez, do radicalismo do Sendero Luminoso, de sua admiração por Abimael Guzmán, o cruel líder terrorista maoista, e dos discursos contra o mercado e a propriedade privada.
Ele foi assessorado por pessoas ligadas ao PT do Brasil e seus assessores tentaram transformá-lo num candidato menos radical do que é de fato. Puro marketing eleitoral. Colocaram ternos de bom corte, cabelo bem cortado, e fala mansa. O lobo em pele de cordeiro.
Ficou muito parecido com o Lulinha Paz e Amor de 2002, que tomou banho de 5ª Avenida e foi fumar charuto para fotografias, em Nova Iorque. Como se tivesse se tornado um forte adepto do mercado e amigo do capitalismo. Bem, de certa forma é verdade, não é mesmo?
Pode até ser que Ollata vença, pois esta é a sua segunda tentativa. Em 2005, perdeu por falar demais e por estar muito próximo de Hugo Chávez. E Chávez é bem conhecido no Perú por sua truculência, fanfarronice e por intrometer-se nos países vizinhos.
Chávez meteu-se na eleições de 2005 enviando dinheiro, segundo a imprensa peruana. Desta vez, o Wikileaks liberou boletins mostrando que Chávez não perdeu a mania, financiando uma ong dirigida pela mulher de Ollanta, Nadine Heredia, uma comunista radical, e mandando dinheiro para a campanha de Ollanta. Nos últimos dez meses, segundo o serviço especial de informações do Perú (serviço secreto) um cubano e um venezuelano fizeram entrar US$13 milhões no país, em lotes menores, supostamente para a campanha de Ollanta. É o que se investiga.
O radicalismo de Ollanta é um rastro difícil de ser apagado. Como é difícil de ser apagada a experiência negativa e traumática dos peruanos com o terrorismo nos anos 80 e 90. Keiko bateu pesdo no debate e disse que não vai tratar terrorista como beligerante, mas como terrorista, e vai reaparelhar a polícia e as forças especiais. Beligerante é a palavra da moda para esquerdista suavizar o fato de seus camaradas serem assassinos que agem contra a popuação civil. Tentam mudar a realidade mudando as palavras para descrever fatos que não mudam. Matar civil é matar civil. Matar civil é terrorismo. Lutarcontra um regime democrático não é beligerância, é só terrorismo.
É do que o Perú precisa, pois em algumas regiões andinas, mais distantes de Lima, grupos de remanescentes do Sendero começaram a crescer, e a polícia estima em 600 membros mais ou menos. Agem como as Farc, provavelmente com assessoria das Farc, usando o método de apoio mútuo, padrão regular do Foro de São Paulo.
Os governos de fora começam a alegar que terroristas são grupos beligerantes, forçando os governos locais a negociarem com os narcotraficantes. No Perú o Sendero também já anda aterroriznado os camponeses novamente, obrigando-os a plantar coca. Criam um tipo de escravidão da qual a esquerda não reclama.
A maldita coca mais valiosa no mercado que outros produtos de alimentação, é plantada para a produção de cocaína, de onde sai o dinheiro para o terrorismo e para a compra de armas. Assim é a mecânica das Farc. Assim funciona com o Sendero Luminoso.
O governo peruano tem que colocar as forças armadas contra os senderistas e tratá-los como inimigos da pátria, pois é o que são. Qualquer grupo armado que combata um governo democraticamente estabelecido (não como a democracia falsa de Chávez) deve ser combatido pela armas e exterminado. A população merece paz para trabalhar.
Esse é o pano de fundo do debate presidencial no Perú. Avançar ou voltar a um tempo em que governos cediam às chantagens e pressões dos terroristas?
A Colômbia passou por isso e também pagou muito caro. Apenas Álvaro Uribe teve a coragem de chamar terrorista de terrorista. Conheço o país do qual falo.
Espero que Keiko Fujimori seja a nova Uribe do Perú.
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