Um dia você tem seus filhos em casa. Em outro eles desapareceram. Apreensão, sofrimento, angústia, dor, orações. Alguns dias depois aparecem mortos, jogados por aí, como se fossem um monte de lixo. O que está acontecendo? Não houve uso de armas de fogo (atenção defensores do desarmamento!), houve apenas crueldade. A velha crueldade que nos acompanha desde os tempos das cavernas. A boa e velha natureza humana.
Assim Raiza Tavares Cruz e Elaine Serra Gomes da Cruz, de Santana de Parnaíba, amigas e colegas de escola sumiram no dia 5 de maio, e foram encontradas mortas dez dias depois em um matagal.
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| Elaine, 13 anos. |
A polícia já pediu e obteve autorização para exumação dos cadáveres e parece que não houve ataque sexual. Mas ainda não se sabe se morreram asfixiadas ou afogadas. Qual o motivo para alguém morrer assim? O que teriam feito?
A civilização, a educação, a cultura, a religião, deveriam contribuir para que fatos tão tristes como a morte de duas meninas de 13 anos nas mãoes de dois menores de 15 anos não acontecesse. Mas que é civilização em meio a uma época de total desvalorização da vida. E por quê?
O que é educação em um tempo em que as autoridades fingem que mantém escolas decentes, enquanto os exames de índices de aproveitamento escolar cada vez mais nos envergonham internacionalmente? Importante é distribuir camisinhas nas escolas, kit-gay, livros didáticos que ensinam a falar de modo errado.
Estamos indo para o buraco. O que é cultura em um tempo vazio de valores, relativização de tudo, abandono de princípios?
Deus morreu, dizem os idiotas. E com o enfraquecimento da religião renasce o tempo da impiedade. Se não há pecado e remorso, posso matar à vontade. Além do mais, as leis dos homens favorecem a formação de pequenos bandidos, verdadeiros monstros que resolvem, sem mais essa e nem aquela, tirar a vida de outras crianças. Quase que por puro prazer. Matam como se estivessem jogando fora um brinquedo quebrado. Titam uma vida como se pisassem em uma barata incômoda que passa à nossa frente no quarto. "Sou de menor".
Mas não me venham com a história, "são de menor". São sim, de menor, como se diz popularmente, mas sabem muito bem o que fazem. E algumas autoridades querendo brincar de transformar bullying em crime. Alô! Primeiro resolvam o problema dos assassinatos, da impunidade em que o ECA deixou menores assassinos. Alguns com várias mortes nas costas. Alguns mais cruéis que adultos não seriam capazes.
A polícia andava procurando um suspeito indicado por um estudante, colega das meninas. Agora se sabe que o estudante, de 15 anos, é um dos dois matadores. O suspeito, de quem a polícia fez até um retrato falado era inexistente. Menores de 15 anos. Crianças. Sim. Mas suficientemente espertos para mandarem bilhetinhos para as meninas, de 13 anos, pedindo para fazerem sexo.
Hoje é tudo assim. Quero sexo. Tem que me dar. Não? Posso ficar zangado e você pode morrer. Piso em você como piso numa barata. Sou de menor. Não vou para a cadeia. Tiro umas férias na Fundação Casa e quando sair ninguém pode nem tocar no assunto. Sou de menor. Minha ficha fica limpa e tudo bem. Afinal, o que é uma vida a mais ou a menos, né doutores?
Não são os seus filhos a matar e a morrer,não?
E, talvez, pensando assim os dois colegas, de 15 anos resolveram conversar com as meninas sobre um problema que havia surgido. Parece que Elaine andou dizendo para o namorado (o do bilhetinho) que estava grávida. O namorado convidou-a para irem a um lugar distante para conversar. Foram para a tal mata fechada. Ali ela morreu. Ninguém viu. Só o matador pode contar. Estava lá, também, o outro rapaz, conversando com Raiza. Quando o primeiro voltou de dentro da mata sem Elaine, ambos teriam levado Raiza lá para dentro e ela também morreu.
Na madrugada de 17 a polícia localizou os dois adolescentes (será que teriam sofrido bullying quando eram pequenos e então resolveram matar as meninas?) porque uma farmácia tinha um vídeo de segurança mostrando quando entraram para comprar um kit de teste de gravidez.
E, na mata foi encontrado um exame de gravidez, que seria de Elaine. Com isso a polícia apertou o cerco e descobriu que ambos é que teriam matado as meninas, e que o retrato falado de um suspeito era falso.
Um dos menores, o namorado de Elaine, teria ficado irritado porque ela teria mentido dizendo estar grávida. Ele teria comprado o kit para que ela fizesse outro teste, que deu negativo. Furioso, resolveu matá-la.
O outro disse que viu, mas que nada fez para impedir. O suposto matador, uma vez detido, quando saiu da delegacia saiu rindo de um modo aterrador. Ou é idiota ou é um assassino frio e psicopata, apesar de ser "de menor". Psicopatas menores existem né doutores psiquiatras? Precisam dizer isso aos legisladores.
Talvez eu esteja enganado, mas vejam o vídeo e tirem suas conclusões. O pior é ouvir a mãe dizer "ele é de menor". Isso agora é licença para matar?
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