Eike Batista, que já foi o mais rico dos brasileiros, e
quase chegou ao topo do ranking dos mais ricos do mundo tinha (ou ainda tem) um
helicóptero Agusta AW109 Grand New. Se as
canetas Montblanc são definidas pelo seu fabricante como instrumentos de
escrita, tal o seu refinamento, os Agusta são obras de arte que voam. Um Agusta
daquele tipo custava, em 2011, R$15 milhões. Não é um brinquedo para qualquer
um.
Mas Sérgio Cabral, o governador do Rio de Janeiro, a antiga
sede da corte imperial e capital da República até que Juscelino Kubitschek estragasse
tudo levando o centro do poder para Brasília, aquele que se diverte em Paris
entre empresários milionários, não é qualquer um.
Sérgio Cabral precisava de um Agusta AW109 Grande New. E o
seu desejo foi uma ordem. E esse desejo, reflexo da convivência com poderosos? custa
aos cariocas R$3,8 milhões todos os anos! O gasto mensal com o helicóptero é de
312 mil reais.
Agora o povo anda revoltado com a corrupção, com o
esbanjamento, com a gastança desmesurada. Os perdulários nunca têm limites, na mesma
semana em que se revelam tais gastos gigantescos por Cabral, também foi
revelada a farra com os jatinhos da FAB, usados como táxis de luxo por
autoridades da República.
Eu não sei como essa gente toda consegue se reeleger. Como
conseguem andar pelas ruas sem ficar com a face ruborizada de vergonha.
GUTENBERG J.
XXXXXXXXXXXX
Agora leiam as informações de Veja sobre o assunto:
Por Otávio Cabral e Leslie Leitão, na VEJA:
Longe de ser uma prerrogativa do Legislativo, o uso e abuso
da coisa pública é algo de que entendem perfeitamente governantes como, por
exemplo, Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro. Ele costuma passar os fins de
semana em sua casa em Mangaratiba com a mulher, os dois filhos, duas babás e
Juquinha, o cachorrinho de estimação. O meio de transporte da turma é o
helicóptero oficial do governo — um Agusta AW109 Grand New, que Cabral mandou
comprar por 15 milhões de reais em 2011, depois de voar em um igualzinho, de
propriedade de Eike Batista.
Às sextas, o Agusta leva para Mangaratiba todo
mundo, menos Cabral, e retorna ao heliporto do governo. No sábado, leva apenas
Cabral e volta. No domingo, faz duas viagens: a primeira traz a família Cabral
e a segunda, as empregadas — no que é chamado pelos pilotos de “voo das babás”.
“Já levamos para Mangaratiba cabeleireira, médico, prancha de surfe, amigos dos
filhos. Uma babá veio ao Rio pegar uma roupa que a primeira-dama tinha
esquecido. Uma empregada veio fazer compras no mercado. É o helicóptero da
alegria”, diz um piloto.
Durante a semana, Cabral usa o helicóptero todos os dias
para ir trabalhar, ainda que seja de apenas 10 quilômetros a distância entre
seu apartamento e o Palácio Guanabara — e de 7 a que separa o palácio do
heliporto. O voo tem duração de três minutos. No mercado, o aluguel de um
helicóptero desse tipo custa 9 500 reais a hora. Os gastos de Cabral com o
equipamento ficam em cerca de 312 000 reais por mês, ou 3,8 milhões por ano.
Em
nota, sua assessoria informou que Cabral “usa o helicóptero do governo sempre
que necessário para otimizar o seu tempo e cumprir todos os seus compromissos”.
Na quinta-feira, a rua do governador voador foi ocupada por 400 manifestantes
que empunhavam cartazes de “Fora, Cabral”. Naquele mesmo dia, VEJA testemunhou
o helicóptero decolar mais uma vez para o palácio, como ele faz diariamente. Se
Cabral viu o protesto, portanto, não entendeu sua mensagem. E assim caminham os
políticos — ou melhor, voam.
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