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sábado, 26 de outubro de 2013

MULHER ENCONTRADA MORTA EM MALA EM SANTOS. A TRISTE HISTÓRIA DA PROFESSORA CLÁUDIA MACCHIONE DE SAMPAIO, 74 ANOS, ENCONTRADA MORTA NO BOQUEIRÃO. Há exatos 85 anos, no mês de outubro de 1928, foi descoberto no porto, também em uma grande mala, o corpo de Maria Mercedes Fea, assassinada pelo marido Giuseppe Pistone. Macchione foi morta supostamente pelo filho Carlos Macchione de Sampaio, 39 anos, tradutor, preso em flagrante.


IMAGEM DO VIDEO DE SEGURANÇA DO EDIFÍCIO. FILHO SUSPEITO LEVA A MALA PARA FORA, COMO SE FOSSE LIXO. DENTRO UM MENDIGO ENCONTROU O CORPO DA SENHORA CLAUDIA MACCHIONE (Rep. G1TVTribuna)


CLAUDIA MACCHIONE DE SAMPAIO
A avenida Conselheiro Nébias é uma das mais antigas e importantes vias de Santos, ligando o centro antigo à orla da praia. Já teve casarões magníficos, hoje é uma via comercial.

Na última quadra, perto do amado mar de Vicente de Carvalho, há um bloco maciço de edifícios de apartamento onde, um dia, no glorioso passado de Santos, existiu o famoso complexo de diversões chamado Miramar. 

Depois da demolição do Miramar, responsável pelas agradáveis lembranças de gerações de santistas, surgiram os edifícios de apartamento, geralmente de um quarto ou kitinetes, destinados a veranistas.


NO BLOCO À DIREITA FUNCIONOU O MIRAMAR


No interior desse bloco de edifícios é que existiu, durante muitos anos, um dos maiores cinemas do Brasil, o Caiçara, com mais de 1.200 lugares. Ali muita gente riu, chorou, sofreu, tomou sustos incríveis, enamorou-se,  com filmes como Psicose, de Hitchcok. E foi em um desses pequenos apartamentos que resolveu morar, um dia, Cláudia Macchione de Sampaio, no edifício de número 843.

E sua história tranqüila de professora aposentada termina, aos 74 anos, na madrugada deste sábado, com um final aterrador, como em um filme policial, ou numa reedição de Psicose.  

Perto das duas horas da madrugada um sujeito atento e curioso percebeu algo estranho, fora do comum, um outro sujeito sai de um edifício e olhando para os lados, com cautela. Ele deixa uma mala na calçada.

Não é a todo momento que alguém coloca lixo para fora, de madrugada, especialmente em uma mala de viagem. Mal sabia, o cidadão curioso, a surpresa que teria. Deixou passar um tempinho e foi até a mala, abrindo-a, para bisbilhotar o interior. O que, afinal, estavam jogando fora daquele modo?

Meu Deus! Uma pessoa! Uma pessoa morta!

Foi a última viagem de Cláudia Macchione de Sampaio. 

A polícia foi chamada e logo chegou ao apartamento de onde teria saído o sujeito que deixou a mala na calçada. Depois de alguma hesitação o morador acabou abrindo a porta e apresentando-se, segundo relatos da imprensa, já com as mãos na cabeça.

O sujeito era Carlos Macchione de Sampaio, 39 anos, tradutor, um dos filhos de Cláudia. Segundo informações, havia passado a morar com a mãe há não muito tempo. Segundo a imprensa, ele teria morado com a mãe no Canadá, há muitos anos, ocasião em que sofreu grave acidente de carro, tendo o cérebro afetado. 

Segundo a polícia, ele não faz tratamento psiquiátrico e nem é usuário de drogas; contudo, tinha um comportamento retraído e vivia bastante isolado.



A vida é cheia de mistério e surpresas.     

(GJ) 

MARIA FEA E O CRIME DA MALA

7 DE OUTUBRO DE 1928

Giuseppe Pistone e Maria Mercedes Fea conheceram-se em 1925 a bordo de um navio que seguia de sua terra natal, Itália, para Buenos Aires, Argentina. Ele, então com 31 anos de idade, buscava melhores condições de vida; ela, aos 20, ia visitar a mãe, que mudara-se para lá anos antes. Começaram a namorar e, quando Maria completou 21 anos, casaram-se, imigrando para o Brasil no navio Conte Biancamano.


MARIA FEA E PISTONE

Trabalhando na casa de salames e vinhos de seu primo Francesco Pistone em São Paulo, Giuseppe recebe deste uma proposta de sociedade. Sem o capital necessário, escreve um telegrama à sua mãe Marcelina Baeri, na Itália, pedindo um valor equivalente a 150,000 contos de réis, parte de uma herança deixada por seu pai. Mesmo diante da recusa da mãe, aceita a proposta do primo, pretendendo mais tarde extorqui-lo.

O crime

Maria Fea decidiu então escrever uma carta à sogra, revelando toda a verdade sobre os pedidos de dinheiro. Na manhã de 4 de outubro de 1928, Giuseppe descobre a carta. O casal briga, e Pistone sufoca a esposa com um travesseiro. Sem saber o que fazer com o corpo, decide ocultá-lo em uma mala, seccionando o joelho com uma navalha e quebrando o pescoço para que o cadáver coubesse na mesma. Usando endereços e nomes falsos, remete a mala à "Francesco Ferrero", em Bordeaux, França, através do navio Massilia.

No dia 7 de outubro de 1928 a mala é içada a bordo do navio, então atracado no Porto de Santos. Ao ser descarregada, sofre um pequeno impacto, que abre uma fresta na parte inferior e revela um forte mau cheiro. A mala é aberta, e o cadáver, em avançado estado de decomposição, descoberto. Junto a ele, além de algumas roupas da vítima (quinze pares de meia, duas almofadas, duas camisolas, duas saias comuns, uma saia com anágua, um chapéu) e a navalha utilizada no crime, estava um feto de uma menina, com aproximadamente seis meses de gestação. 

Desfecho

As investigações conduzem a polícia até Giuseppe que, preso, falou que apenas discutira com a mulher e ela morrera de um mal súbito. Após o resultado da autópsia (morte por sufocação ou esganadura) alegou ter cometido o crime por encontrar sua esposa com um amante no apartamento do casal, versão que manteve mesmo após o testemunho de vizinhos, que ouviram a briga na manhã de 4 de outubro.3 Em 15 de julho de 1931, é condenado a 31 anos de prisão, por homicídio e ocultação de cadáver.

Em 13 de junho de 1944, através de um decreto presidencial, sua pena é comutada para 20 anos de prisão. Pistone é colocado em liberdade condicional em 3 de agosto do mesmo ano, e sua pena é considerada cumprida em 5 de novembro de 1948.1 Consegue emprego em Taubaté, como zelador de um prédio. Volta a casar-se em 1949, vindo a falecer em 28 de junho de 1956.
A MALA DE MARIA FEA NO MUSEU DO CRIME


O corpo de Maria Fea foi sepultado no Cemitério da Filosofia em Santos, e seu túmulo desde então virou alvo de uma espécie de peregrinação religiosa, com fiéis atribuindo a ela diversos tipos de milagres.

A mala encontra-se atualmente em exposição no Museu do Crime, em São Paulo.
(Informações de Wikipédia)



FOTO DE MARIA FEA E PISTONE:




FOTO DA MALA DE MARIA FEA:


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