JUIZ ESQUARTEJADO. JOGO DE FUTEBOL EM PIO XII, MARANHÃO, TERMINA COM 2 MORTOS A ZERO. Jogador é expulso, chuta juiz na canela e morre após tomar facada no peito. O juiz, que matou o jogador, foi esquartejado por populares e teve a cabeça fincada em uma estaca.

 

Em tempos de protestos por conta da Copa do Mundo é preciso ser calmo e ter a cabeça no lugar. As autoridades estão quase malucas em Brasília, com as manifestações populares, e não sabem mais o que fazer. 

Em Pio XII, tranqüilo município a sudoeste da capital maranhense, São Luis, a população também está alvoroçada, mas não é por conta das passeatas e manifestações que tomam o Brasil. Isso, para eles, ainda é notícia de TV.

No domingo, no interior, é jogo de futebol e churrasco. E foi assim que esta triste e estranha história começou. Num campinho de um lugarejo, terra batida com grama rala, no Povoado do Centro do Meio, a três quilômetros de Pio XII, que fica a 200 quilometros de São Luís.

Jogos de várzea podem  ser apaixonantes, e perigosos. Os jogadores, todos amadores, jogam com garra e vontade, todos querendo ser um Neymar. Há enrosco toda hora.

Naquele domingo, dia 30 de junho, não foi diferente. Calor, cansaço, a necessidade de ganhar o jogo. De repente Josemir Santos Abreu, 30 anos, fôlego de um garoto de 20, comete uma falta e é expulso de campo pelo juiz, Otávio Jordão da Silva Catanhede, 20 anos.

O jogador ficou muito danado da vida e, ao passar pelo juiz, deu-lhe um chute na canela.

Foi o que bastou para o jogo acabar.

Naquela tarde de domingo as parcas, aquelas geniosas parcas que ficam no paraíso controlando o nosso destino estavam distraídas, ou irritadas, ou cansadas. Talvez fosse para cortar um fio só, o da vida do jogador, mas eis que a tesoura de uma delas escorrega e lá se vão dois fios.

O juiz, irritado com o chute que levou não hesita. Saca de uma faca que carregava na cintura (talvez lá juízes carreguem facas e apitos) e desfere um único golpe no peito de Josemir. Este cai, mortalmente ferido. Confusão, gritaria, corre-corre.

Levam o jogador para um hospital, mas ele não resiste e morre.

No meio do tumulto iniciado após a facada um grupo cerca o juiz e o derruba com uma paulada na cabeça. Alguém o fere com uma faca. Aparece uma temível foice.

Pio XII é um município de 26 mil habitantes, de agricultura e pecuária. Facas e foices por lá são comuns, comuns demais, e os cemitérios andam cheios de vítimas de foiçadas. A foice é uma arma temível e ameaçadora; aquele cabo de madeira comprido, aquela longa lâmina curva e afiada, igual à foice que é empunhada pela Morte.

Creio mesmo que a Morte estivesse assistindo o jogo, meio sem ter o que fazer naquela tarde. Mas as parcas se distraíram e cortaram dois fios de vida, o de Josemir e o de Otávio Jordão. A Morte queria assistir ao jogo em paz, aquele calor todo... mas não teve outro jeito; ao receber os sinais das parcas começou a trabalhar. 

Primeiro foi a vez do jogador, com uma facada no peito; depois foi a vez do juiz impulsivo, umas facadas e logo em seguida teve a cabeça, os braços e as pernas separadas do corpo. 

Os pedaços ficaram caídos no chão de terra e grama, que empapou de sangue e fez uma lama vermelha escura. Sua cabeça foi espetada numa estaca para que todos a vissem.

Assim acabou o jogo no campinho do Povoado do Meio, em Pio XII: dois a zero para a morte.

Foi isso que deixou o povo agitado lá em Pio XII.  

Green Reaper:
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