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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A ERA DO RESSENTIMENTO. OS SOCIALISTAS, OS TOLOS, E A REALIDADE CONCRETA.

A ERA DO RESSENTIMENTO



Ainda tenho, muito claras em minha memória, as imagens daqueles espanhóis jovens, rosados e rechonchudos, bem vestidos, protestando nas praças públicas porque o país não podia mais sustentar seus luxos, direitos, mordomias, subsídios. A Espanha do WellfareState quebrou e, portanto, faltou dinheiro para as bondades governamentais. 

Qualquer família em que o pai perca o emprego sabe de que estou falando; apertar o cinto, sem despesas extras, sem luxos, cortar na própria carne. Cada um colaborando para ganhar uns trocados a mais e sobreviver. E sempre foi assim ao longo do tempo. As pessoas sabiam, embora pudessem não gostar, enfrentar os altos e baixos da vida, porque a vida é feita de altos e baixos.

Também tenho, muito claras em minha memória, as imagens do sofrimento dos americanos durante a Grande Depressão dos anos 30. As fotos mostram pessoas descalças, crianças sujas e doentias, roupas feitas de pano de sacos. Não havia a quem reclamar, cobrar direitos e responsabilidades. Cada um cuidou de sua própria família tentando reerguer-se da grande queda que, afinal, não foi provocada pela maioria da população.

O primeiro parágrafo, sobre a Espanha e os jovens “indignados”, remete imediatamente, agora, ao belo livro de Luiz Felipe Pondé, “A Era do Ressentimento”: “Não será a coragem, a disciplina, o medo, o desespero existencial que farão a história das mentalidades de nossa era, mas o sentimento de que merecemos mais que temos” (pag. 41). 

Nesta época em que já se nasce em uma sociedade que assegura - independente das condições reais concretas – centenas de direitos e benesses, o cidadão perde totalmente a noção da realidade da vida, como ela era até poucos anos atrás. 

Os mestres em criar essas sociedades ilusórias, pura ficção, são os socialistas. Para eles, como a Realidade não tem o menor valor, vale brincar de criar outras realidades, outros mundos, outra natureza humana; como se isso fosse possível. 

Um sujeito cordato torna-se um leão cobrador de direitos, “os meus direitos”, dirá rangendo os dentes, sem querer saber - e cheio de ressentimento – se a tal sociedade pode mesmo entregar tudo o que foi prometido por políticos absolutamente irresponsáveis.

O terceiro parágrafo, sobre a Grande Depressão, trata apenas da vida como ela é, e da qual nos esquecemos nestes tempos velozes, autocentrados e ressentidos.

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