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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

MOHAMED GHANEM CALLS EGYPT TO WAR ISRAEL. Ou: onde está o movimento espontâneo das massas?

Extracted from:
(http://www.forexcrunch.com/muslim-brotherhood-wants-war-with-israel/)

Mohamed Ghanem, one of the leaders of the Muslim Brotherhood in Egypt, calls Egypt to stop pumping gas to Israel and prepare the Egyptian army for a war with it’s eastern neighbor.
Speaking with Iranian television station Al-Alam, Mohamed Ghanem blamed Israel for supporting Hosni Mubarak’s regime. Ghanem also said that the Egyptian police and army won’t be able to stop the Muslim Brotherhood movement.
There are doubts about the loyalty of the Egyptian army to president Mubarak. If the brotherhood takes control over Egypt, it will be very messy from the whole region.

Update: Israel was attacked by Grad rockets fired from the Gaza. While Israel approved that 800 Egyptian soldiers reinforce the limited forces in Sinai, the Islamic movement Hammas, which is in good ties with the Egyptian Muslim Brotherhood, fired at Israel.

The one-million march is expected on Tuesday in Cairo. Will this be the end of Mubarak?

Mohamed Ghanem wants war Israel
http://article.wn.com/view/2010/12/01/Egypt_opposition_mulls_options_after_crushing_defeat/

Comento:
O líder da Irmandade Muçulmana deu entrevista sobre o assunto à TV do Irã.
Não há dúvida de que a organização manobra a juventude para conseguir derrubar Mubarak e, num segundo passo, tomar o poder.

NO EGITO ACONTECE A LUTA PELA DEMOCRACIA OU O AVANÇO DO RADICALISMO ISLÂMICO?

Para muitos comentaristas da chamada mídia,  o que está acontecendo no norte da África é um movimento de massas pela derrubada de ditaduras. Nisso estariam participando, estruturalmente, as modernas tecnologias de comunicação (TV e Internet). 

A leitura de autores clássicos de História e estudos tradicionais pode indicar, entretanto, que a derrubada de ditaduras com o mote de "queremos democracia" pode estar escondendo um  real avanço de grupos islâmicos radicais que não toleram o estilo de vida moderno e ocidental, exageradamente materialista para eles.

A atração e repulsa Ocidente-Oriente é antiga. Se alguém se interessar pode estudar as aproximações e afastamentos do Japão e da China com o Ocidente. Também há problemas com a ocidentalização da Índia e dos países árabes-islâmicos, e islâmicos, em geral, como o Irã, Iraque e outros. Sobre as relações confusas entre Ocidente e Oriente há a excelente literatura de René Guenón.

O autor, verdadeiro sábio, conhecedor de civilizações tradicionais, indica, em obra de 1924, que o Ocidente, por falta de princípios, e por transformar o tempo em um eterno agora, ficaria sem rumo, sujeitando-se aos avanços dos povos orientais.

O historiador inglês Arnold Toynbee também destacou em, Estudos de História Contemporânea, diversas incompatibilidades entre o estilo de vida ocidental moderno e o islâmico, especialmente, pois este é um modo de ver o mundo que se expande. Basta observar o crescimento do islamismo na Europa nos últimos 25 anos, num ritmo assustador para quem mora na Suécia, Holanda, Espanha, ou França, por exemplo.  Outro autor, embora por outro ângulo, é Samuel Huntington, em Clash of Civilizations.

Essa dificuldade de convivência ou assimilação pode ser estudada na Turquia, país que foi ocidentalizado por decreto na década de 20. Até hoje a Turquia vive na angústia de não saber o que é: Ocidente ou Oriente?

De qualquer modo, a ocidentalização de um país como a Turquia, ou qualquer outro de civilização diferente que a ocidental, criará problemas. A absorção de técnicas, tecnologia, ciência trará, também, inevitavelmente, produtos de cultura de massa, filmes, seriados de TV, etc, gerando fortes tensões com
as visões e valores tradicionais.

As novas gerações nos países árabes-islâmicos e islâmicos, ou na Índia e na China, talvez estejam mais próximas do Ocidente pelo contato que têm via tecnologias de comunicação. Isso certamente poderá estimular rebeliões (efeito Al Jazeera), tanto que a China está bloqueando acessos a informações sobre o Egito.

Mas, nas sombras, podem estar agindo forças realmente ocultas, como a Irmandade Muçulmana que, não tendo forças para enfrentar diretamente as ditaduras atuais, estimula os jovens a criarem o caos e a forçarem o recuo dos ditadores. Os jovens serviriam de buchas de canhão.

O bote para a tomada do Poder pelas forças religiosas virá mais tarde, quando o dia-a-dia do Egito ou de outros países virar um verdadeiro inferno devido à violência e o caos.

Primeiro cortar a cabeça, depois tomar o corpo.  




















A DESTRUIÇÃO DA IMAGEM DO BRASIL FEITA PELO ITAMARATY

Orlando Zapata morreu em greve de fome protestando contra contra a tirania cubana.
Os presos políticos cubanos foram comparados por Lula a bandidos comuns do Brasil
.
(http://www.libertacuba.com/) 
Post de Reinaldo Azevedo trata das bobagens e trapalhadas feitas pelo Itamaraty dirigido pelo então ministro Celso Amorim. Agora Antonio Patriota, o novo ministro das Relações Exteriores, faz pesquisa para reavaliar a situação e, talvez, mudar o rumo da política externa.
Aqui a lista feita por Azevedo:





NOME PARA A OMC - Amorim tentou emplacar Luís Felipe de Seixas Corrêa na Organização Mundial do Comércio em 2005. Perdeu. Sabem qual foi o único país latino-americano que votou no Brasil? O Panamá!!! Culpa do Itamaraty, não de Seixas Corrêa.

OMC DE NOVO - O Brasil indicou Ellen Gracie em 2009. Perdeu de novo. Culpa do Itamaraty, não de Gracie.

NOME PARA O BID - Também em 2005, o Brasil tentou João Sayad na presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Deu errado outra vez. Dos nove membros, só quatro votaram no Brasil - do Mercosul, apenas um: a Argentina. Culpa do Itamaraty, não de Sayad.

ONU - O Brasil tenta, como obsessão, a ampliação (e uma vaga permanente) do Conselho de Segurança da ONU. Quem não quer? Parte da resistência ativa à pretensão está justamente no continente: México, Argentina e, por motivos óbvios e justificados, a Colômbia.

CHINA - O Brasil concedeu à China o status de “economia de mercado”, o que é uma piada, em troca de um possível apoio daquele país à ampliação do número de vagas permanentes no Conselho de Segurança da ONU. A China topou, levou o que queria e passou a lutar… contra a ampliação do conselho. Chineses fazem negócos há uns cinco mil anos, os petistas, há apenas 30…

DITADURAS ÁRABES - Sob o reinado dos trapalhões do Itamaraty, Lula fez um périplo pelas ditaduras árabes do Oriente Médio.

CÚPULA DE ANÕES - Em maio de 2005, no extremo da ridicularia, o Brasil realizou a cúpula América do Sul-Países Árabes. Era Lula estreando como rival de George W. Bush, se é que vocês me entendem. Falando a um bando de ditadores, alguns deles financiadores do terrorismo, o Apedeuta celebrou o exercício de democracia e de tolerância… No Irã, agora, ele tentou ser rival de Barack Obama…

ISRAEL E SUDÃO - A política externa brasileira tem sido de um ridículo sem fim. Em 2006, o país votou contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas, no ano anterior, negara-se a condenar o governo do Sudão por proteger uma milícia genocida, que praticou os massacres de Darfur - mais de 300 mil mortos! Por que o Brasil quer tanto uma vaga no Conselho de Segurança da ONU? Que senso tão atilado de justiça exibe para fazer tal pleito?

FARC - O Brasil, na prática, declara a sua neutralidade na luta entre o governo constitucional da Colômbia e os terroristas da Farc. Já escrevi muito a respeito.

RODADA DOHAO Itamaraty fez o Brasil apostar tudo na Rodada Doha, que foi para o vinagre. Quando viu tudo desmoronar, Amorim não teve dúvida: atacou os Estados Unidos.

UNESCO - Amorim apoiou para o comando da Unesco o egípcio anti-semita e potencial queimador de livros Farouk Hosni. Ganhou a búlgara Irina Bukova. Para endossar o nome de Hosni, Amorim desprezou o brasileiro Márcio Barbosa, que contaria com o apoio tranqüilo dos Estados unidos e dos países europeus. Chutou um brasileiro, apoiou um egípcio, e venceu uma búlgara.

HONDURAS - O Brasil apoiou o golpista Manuel Zelaya e incentivou, na prática, uma tentativa de guerra civil no país. Perdeu! Honduras realizou eleições limpas e democráticas. Lula não reconhece o governo.

AMÉRICA DO SUL - Países sul-americanos pintam e bordam com o Brasil. Evo Morales, o índio de araque, nos tomou a Petrobras, incentivado por Hugo Chávez, que o Brasil trata como uma democrata irretocável. Como paga, promove a entrada do Beiçola de Caracas no Mercosul. Quem está segurando o ingresso, por enquanto, é o Parlamento… paraguaio!  A Argentina impõe barreiras comerciais à vontade. E o Brasil compreende. O Paraguai decidiu rasgar o contrato de Itaipu. E o Equador já chegou a seqüestrar brasileiros. Mas somos muito compreensivos. Atitudes hostis, na América Latina, até agora, só com a democracia colombiana. Chamam a isso “pragmatismo”.

CUBA, PRESOS E BANDIDOS - Lula visitou Cuba, de novo, no meio da crise provocada pela morte do dissidente Orlando Zapata. Comparou os presos políticos que fazem greve de fome a bandidos comuns do Brasil.

IRÃ, PROTESTOS E FUTEBOL - Antes do apoio explícito ao programa nuclear e do vexame de agora, já havia demonstrado suas simpatias por Ahmadinjead e comparado os protestos das oposições  contra as fraudes eleitorais à reclamação de uma torcida cujo time perde um jogo. (R.A.)

NOVELA DO SBT VAI VENDER A LUTA ARMADA COMO RESISTÊNCIA À DITADURA MILITAR?

 
(http://homemculto.wordpress.com)

Deve ir ao ar, em breve, a novela de R$35 milhões do SBT chamada "Amor e Revolução".
Tudo acontecerá nos anos 60 e 70, contando com cenas feitas em Cuba, na Bolívia e no Congo.
Escrita por Tiago Santiago e dirigida por Reynaldo Boury, a história será centrada em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Ao final de alguns capítulos darão depoimentos alguns dos personagens que participaram do cenário político na época, como José Dirceu, Waldir Pires e, talvez, até a presidente Dilma Roussef (entrevista ainda não confirmada).

Resta saber se o roteiro contará a história da luta contra a revolução da ótica dos democratas que enfrentaram a ditadura durante anos sem pegar em armas, ou será contada do ponto de vista daqueles que participaram da luta armada para derrubar a ditadura militar, mas cujo objetivo real era implantar um regime comunista como o cubano aqui no Brasil. 

Consta que os atores fizeram até treinamento militar para realizar com verossimilhança as cenas de luta. resta saber se os autores estudaram história ou vão servir de assessores para uma visão parcial em que meros terroristas querem, ainda hoje, se passar por democratas.
Pessoalmente, apenas pela passagem pela Bolívia e pelo Congo, além de Cuba, imagino que a referência aos nossos revolucionários armados será a tomada do poder de Cuba por Fidel e Che, a referência à Bolívia deverá ser sobre a tentativa de Che de implantar a revolução na A. do Sul, a partir da selva boliviana. 

Esses fatos teriam, então, estimulado nossos heróico guerrilheiros. Mentira. Uma vez que há muitos documentos, e livros publicados no Brasil, que mostram que a preparação para a luta armada para a tomada do poder já havia sido iniciada antes de 1961. 

Aos interessados basta uma boa pesquisa sobre as Ligas Camponesas, de Francisco Julião, que chegaram a receber armas de Cuba muito antes do golpe militar de 64.  Ou o livro "Camaradas", do jornalista W. Waack.

Quanto ao Congo, tento imaginar o enredo, uma vez que ali o comandante Che foi derrotado diversas vezes, militarmente e chamado de volta a Havana por Fidel que, após um período de molho, o mandou para morrer na Bolívia, pois criava muitas confusões em Cuba.

Mas esta é outra história, nem sempre contada pelos que lutaram a luta armada no Brasil para implantar uma ditadura comunista por aqui.

Fico pensando se os autores também tomarão depoimentos de sobreviventes dos atentados terroristas e de seus familiares, de fato, os grandes esquecidos nessa história toda, que nem indenizações milionárias recebem.

Ouvirão os familiares de Mário Kozel Filho, 18 anos, morto pela explosão de 50 quilos de dinamite preparada pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) em 26/06/1968?
















sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

GREENPEACE ASSUSTA DILMA ROUSSEF. Ou: Candiota III, a maldição do elefante branco


Usina Candiota III, RS (foto divulgação)
 Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, dois mil convidados, etc, tudo perdido. Não será desta vez que aquela que defendeu energia limpa durante a campanha inaugurará uma usina termoelétrica movida a carvão em Candiota (RS).

A presidente Dilma Roussef cancelou a visita que faria hoje ao Rio Grande do sul, para a inauguração da usina, porque, segundo a Folha de S. Paulo, a chamada inteligência do governo descobriu que haveria um protesto de ambientalistas do Greenpeace contra o ato.   
A usina, de 350 MW e R$1,3 bilhão, foi construída pelos chineses e deveria ter sido entregue no final de 2010 por Lula. Segundo a operadora CGTEE a comercialização deveria começar em janeiro, mas devido aos  atrasos especialistas imaginam que isso só ocorra em março.
Os equipamentos para a usina foram comprados há 20 anos pelo governador Amaral de Souza e houve tanta demora (os equipamentos ficaram depositado na França por 15 anos) que chegou a ser chamada de elefante branco. 


Dilma parece querer estimular a imagem de que fala pouco. Agora também parece querer evitar confrontos.
Quando conheceremos, de fato, a nossa presidente?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O LOBO DISFARÇADO DE CORDEIRO QUE GOVERNA HONDURAS. Ou: Lobo quer jantar a democracia hondurenha?

Manuel Zelaya e Porfirio Lobo
(http://www.rfi.fr/(reuters)
 A Agência EFE informa que o presidente de Honduras, Porfirio Lobo, defendeu na semana passada reforma constitucional que pode permitir a reeleição presidencial. (Esse foi o motivo da queda de Manuel Zelaya, que insistia em fazer uma consulta popular proibida pela Constituição).
Lobo assegurou, entretanto, não ter intenção de ficar no poder, que, segundo ele, era o que o deposto Manuel Zelaya queria. "O amigo que estava antes na Presidência (Zelaya) queria ficar", mas "eu reitero meu compromisso com o povo hondurenho, que o meu mandato é de 27 de janeiro de 2010 a 27 de janeiro de 2014", declarou Lobo aos jornalistas após um ato na Polícia Nacional,segundo a EFE. "Quem falou de reeleição? Ninguém falou disso" neste governo, ressaltou. 
Zelaya foi deposto em 28 de junho de 2009, dia em que seria realizada uma "consulta popular" (declarada ilegal por diferentes órgãos do Estado) para convocar uma Assembleia Constituinte que, segundo seus opositores, o manteria no poder. (De fato, Manuel Zelaya contava com apoio de Hugo Chávez que havia mandado as urnas para a consulta da Venezuela, numa flagrante interferência em Honduras).
Lobo disse estar "muito contente" com a emenda constitucional aprovada na terça-feira pelo Congresso Nacional, de 128 membros e controlado pelo governante Partido Nacional. Entre outras mudanças, por 103 votos a favor e 25 contra, o Parlamento suprimiu do artigo 5 da Constituição a proibição de convocar essas consultas. A decisão "não é nossa, é o povo que vai decidir", afirmou Lobo, quem ressaltou que "ninguém pode estar contra o povo". O governante considerou que a abertura que permitirá a emenda constitucional contribuirá para a reconciliação entre os hondurenhos após a crise gerada pela derrubada de Zelaya.
Ele ressaltou que "em 2009 houve uma crise e o povo hondurenho foi para as eleições e votou por um candidato (Lobo) que desfraldou uma bandeira que é a paz e a reconciliação". No entanto, "alguns ainda querem permanecer na crise, e não se dão conta de que é outro governo, que o povo elegeu", declarou. (Mas Lobo não disse e ninguém perguntou sobre os artigos da Constituição que declaram inelegível para sempre os que tentaram alterar a Constituição).
Ele se mostrou a favor de introduzir na legislação hondurenha mecanismos como o plebiscito revogatório do mandato presidencial, rejeitado na noite de quarta-feira no debate da reforma, mas considerou que "é preciso ir devagar". A emenda deve ser ratificada na próxima legislatura, que se instalará em 25 de janeiro. Na prática, a reeleição presidencial só seria possível a partir das eleições de 2017, pois, segundo o texto aprovado, se uma consulta para aprová-la for convocada, deverá ser realizada simultaneamente com o pleito geral de 2013.
(A EFE, TEGUCIGALPA)

A oposição hondurenha denuncia que Lobo e seus aliados manobram para conseguir o que Zelaya não conseguiu, criar condições para alterar a Constituição e ir, lentamente, solapando a Democracia, a mesma receita desenvolvida por Hugo Chávez, Morales, Ortega e outros, todos defensores de Zelaya. Só não se sabe, ainda, se Lobo vai passar a perna em Zelaya, ou o contrário. Talvez isso venha a ser resolvido por Hugo Chávez.

O GOLPE SILENCIOSO EM HONDURAS. Ou: Chávez ainda não desistiu de seu império bolivariano


Hugo Chávez
 (http://blog.foreignpolicy.com/)
Os jornais do Brasil publicam hoje informações incompletas sobre o que ocorre em Honduras. Após a sua eleição democrática à presidência daquele país, Porfírio Lobo, depois da queda de Manuel Zelaya, que pretendia golpear a Constituição Hondurenha  (artigo 39), substituiu o presidente interino Roberto Micheletti (ex-presidente do Congresso). 
Micheletti conduziu o processo eleitoral, suportou terríveis pressões, inclusive ameaça de guerra civil, terminou o mandato e passou o poder ao eleito Porfírio Lobo. Enquanto isso, Chávez e diversos presidentes envolvidos no projeto bolivariano do Socialismo do Século XXI e também nos planos do Foro de São Paulo, para ocupar todas as presidências da América Latina, protestaram contra a eleição de Lobo.
O Brasil, por exemplo, não reconhece a sua eleição até hoje. O artigo de Juan Ramón Martinez mostra porquê Lobo, embora eleito democraticamente, não é confiável, retomando a mesma pauta de Manuel Zelaya e contando com a proteção (agora mais silenciosa) de Hugo Chávez. Atualmente manobra para alterar a Constituição e permitir a reeleição, dizendo que não é candidato.
Em Honduras também há um movimento pela anistia a Zelaya, o que poderia fazê-lo candidatar-se outra vez. Tendo em vista a atual Constituição, seria um verdadeiro golpe silencioso.
18 de Enero, 2011
El "golpe silencioso" de Honduras
Por Juan Ramón Martínez
Lo que no pudo hacer Zelaya, siguiendo órdenes de Lobo, lo logro Juan Orlando Hernández. El golpista violento y manipulador, le ha dado paso, al educado, elusivo y cordial parlamentario, al respetuoso de la ley y habilidoso en el manejo de las discusiones y desacuerdos. Hijo de un general longevo, que se destacó derrotando liberales; y, que, en febrero de 1959, pretendió con Matías Arriaga, Máximo Bejarano y Velásquez Cerrato, derribar al gobierno de Villeda Morales, ahora se da el lujo de desmontar todo el aparato jurídico del país, en un verdadero y efectivo “golpe de Estado” en que, inicia la supresión de la Constitución; y pone en peligro los basamentos de la existencia del Estado de Honduras.ia la consultaque ha logrado establecer en su primera fase, contando con el respaldo de las víctimas liberales que pagarán las consecuencias de su error en el futuro, podrá entregar el territorio nacional a los extranjeros, debilitar los poderes del Estado, eliminar las Fuerzas Armadas, sustituirlas por una Policía Nacional y exponer a Honduras a un clima de ingobernabilidad que haga posible que El Salvador y Nicaragua hagan con Honduras, lo que les venga en gana.
El poder de este joven parlamentario, ambicioso y sin muchos controles morales en la actividad política, –que dice que todo viene del “pueblo” y al “pueblo” hay que consultarlo mediante encuestas organizadas por el gobierno; y contando con el apoyo de Arturo Corrales, “inventor de cifras y descubridor de porcentajes”–, no le cayó del cielo. Tampoco es fruto de la casualidad el éxito alcanzado inicialmente en que, no sólo han engañado a los nacionalistas, sino que nos ha colocado a todos –a los que no lo querían y a los que lo buscaban para disimularlo– una banda oscura en los ojos para que no veamos lo que está haciendo; ni anticipando lo que va a ocurrir si no logramos detenerlo en forma legal y oportuna. Tampoco vienen de su talento –que lo tiene; sin duda alguna– ni tampoco del respaldo o indiferencia de las fuerzas internas. Su poder, como el de Zelaya, le viene de afuera. Es el bateador emergente de Chávez en Honduras (como lo anticipara Carlos Posas en su novela “El Ranger”); o el hombre de los chinos continentales llamado a cumplir el papel que está haciendo, con el fin de engañar a Lobo Sosa, cuando llegue el momento real de la reelección. Porque ahora sólo prepara el terreno.
El problema vendrá cuando, destruidos los pétreos, neutralizada la Corte Suprema de Justicia como poder del Estado y politizadas las Fuerzas Armadas, se usen todas las reformas para preparar la reelección. No creemos que Lobo Sosa renuncie a esa posibilidad. Y cuando la asuma, la primera víctima será Juan Orlando Hernández que sólo tendrá la pena de haber desmontado el sistema democrático, no para su beneficio, sino que para otro que ha demostrado que no tiene palabra; ni siquiera para sacar del país a un extranjero que quema llantas –no es Maduro por supuesto– en la mayoría de las manifestaciones de la Universidad, pese a que lo ofreció en forma pública y voluntaria para compensar el daño innecesario e indebido que le  infiriera a Federico Álvarez.
Los liberales descubrirán la peligrosidad de su inocente alianza con Hernández y los diputados nacionalistas. La excepción de Toño Rivera Callejas, es ejemplar. Intentarán que Zelaya vuelva a ser candidato, con resultados catastróficos porque llevará sobre sus espaldas los errores de este gobierno, pero profundizará las divisiones del Partido Liberal, anulando a Elvin Santos Ordóñez –que no podrá contra la maquinaria pública– y lo más grave, debilitarán hasta la muerte a la democracia. Lobo Sosa, continuará como Carías en el poder. Riéndose de todos.
Todo ello porque cayeron en manos de un joven talentoso, sin fronteras morales, que se ha prestado a violar la ley, en forma silenciosa como el gato, para favorecer estilos de gobierno con los que no soñaba siquiera su padre. Y por los cuales luchó sin éxito. Pero donde el progenitor fracasó, lo logró el hijo. Así como donde falló Zelaya, el bateador seleccionado, tiene éxito el bateador emergente que nos ha metido “jonrón” a los hondureños.
A los de esta generación y a los que recordarán a Lobo como el dictador moderno, que enmascarado en una sonrisa, máscara mecánica, nos engañó a todos. Felicitaciones revolucionarios de ahora. Los problemas vendrán después y ustedes estarán lejos cuando ocurran. Tetproduzido do blog Caminodemocratico, de Honduras, de Elena Toledo)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

SUBIR IMPOSTOS E TAXAS É O MANTRA DOS INCOMPETENTES

Economistas têm alertado pela Imprensa que a indústria nacional enfrenta forte concorrência de produtos importados, especialmente os chineses. Isso foi até razoavelmente tratado antes das eleições.

Uma das razões do aumento das importações, e forte atrativo para os consumidores, é o preço muito mais baixo do que o de produtos nacionais correspondentes.

A situação pressiona a indústria nacional, que não consegue, por diversos motivos, produzir com o mesmo custo, ou menos. Dezenas de indústrias estão deixando de produzir e passando a importar produtos acabados ou partes a serem montadas no Brasil.

A razão disso tudo é o custo Brasil, pois a burocracia entranhada no sistema econômico e político dificulta a tomada de decisões e encarece a produção, pela cascata de tributos, além de aspectos trabalhistas e logísticos que compõe a equação.

Tudo no País favorece a demora e a corrupção. Assim, para atender apelos setoriais, de caráter urgente, o governo pretende taxar em 35% certos tipos de importados considerados supérfluos. 

A questão é que os produtos ficarão mais caros. O aumento das tarifas não melhora a produção, só faz uma barragem protecionista que anuncia os tempos passados, em que a indústria nacional, superprotegida, acomodou-se e o Brasil virou uma ilha desconectada do resto do Mundo. Apesar de tudo, quem chamou a atenção para isso e tomou algumas medidas positivas foi o presidente Collor de Mello.

Mas, agora, não se trata apenas de atualização tecnológica e logística, fata é uma política global nacional que libere as amarras e permita a criatividade. Mas quem vai querer bater de frente com o poder centenário da burocracia?

Não são as indústrias e os empresários que são ineficientes (embora existam os acomodados), é a burocracia e a política de favores que se fortalece com essa situação. E os contribuíntes, que também, por acaso são os consumidores, não querem pagar mais por produtos e serviços.

ESCOLA DE SAMBA DE FLORIANÓPOLIS DESFILA SOBRE OS CADÁVERES CUBANOS. Ou, Ilha da Magia canta a Ilha da Fantasia


Guilhermo Fariñas em greve de fome contra a tirania castrista
http://www.libertacuba.com/
 Este ano o Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba União da Ilha da Magia, de Florianópolis, vai colocar os seus 2.500 integrantes no asfalto para contarem a história da Ilha da Fantasia, ou seja, Cuba, com o enrêdo: "Cuba sim! Em nome da verdade".

A verdade, entretanto, é uma palavra que ficou apenas no título do samba-enredo assinado por Júlio Maestri e Vinicius da Imperatriz. 

Uma forte emoção,
No meu coração…
Liberdade!
Eu sou União
A voz de um povo pela igualdade
Sonhos… de um poeta ecoam no ar
Cuba… o desejo de se libertar
Conquistou a independência
Do Tio Sam sofreu influência
Momentos de luta estão na memória
Fidel e Che fizeram história
Me levam na busca por um ideal
Que vai embalar, nosso carnaval!
Guerreiros unidos na Revolução
Pelo bem de uma Nação
Um preço a pagar, não vou negar
Mas a Comunidade em primeiro lugar
Os sonhos se tornam verdade
Trazendo pra muitos a felicidade
Com saúde, educação
A base pra um cidadão
Esporte, cultura, na arte… mistura
Riqueza, o Mundo se encantou
No Cabaré Tropicana,
Carmem Miranda deu um show!
Ilha de pura Magia
Vem sambar…
Verde, Branco e Ouro
Na Avenida vai brilhar


O site da escola indica animação na preparação do espetáculo, informando que a ala das danças típicas já está esgotada.

Eu não sei quais são todas as alas da escola, mas poderia sugerir algumas bem interessantes, e bem de acordo com a verdade:

1. ala dos balseiros - aqueles que tentam fugir de Cuba em balsas improvisadas e morrem afogados, atacados por tubarões, ou baleados pela guarda costeira cubana. Imagino uns carros alegóricos bem bacanas

2. ala dos torturados - aquelas milhares de pessoas que, apenas por não serem comunistas e fazerem críticas ao regime ditatorial, são presas e perseguidas, desempregadas ou passam anos no sistema prisional político, como o poeta Armando Valladares, que ficou 20 anos sob as piores condições. Ou  Orlando Zapata Tamayo, aquele prisioneiro que fez greve de fome e Lula ainda o criticou dizendo que se deixou morrer! Ou Gulhermo Fariñas.

3. ala dos fuzilados - aqueles que, tendo lutado ao lado de Fidel e Che, para derrubar o ditador Batista, perceberam que Fidel e nem Che queriam liberdade alguma, mas apenas implantar uma outra ditadura, comunista e se rebelaram lutando no Vale de Camaguei por anos e sendo exterminados, mais de 17 mil, por fuzilamentos em série, muitos dirigidos alegremente pelo assassino Che Guevara. Isso também daria lindas alegorias.

4. ala dos calados - aqueles milhões que não podem abrir a boca para discordar, sob pena de irem para a prisão. Talvez pudesse ter um carro com Chico Buarque cantando Roda Viva.

5. ala dos desempregados -  aqueles que, após 50 anos de pregação e doutrinação comunista descobriram que o sistema, como qualquer economia comunista não funciona, e que o governo, o único patrão, vai demitir mais de 1 milhão de pessoas. Agora terão de se virar sozinhas, cada uma por si, sem a menor ideia de como exercer a livre iniciativa. Jogados no lixo após tanta propaganda falsa.

6. ala da prostituição e da corrupção - uma ala jovem, pois meninas cubanas alimentam um crescente turismo sexual a Havana, na região do Malecón. Afinal, ninguém vive com 30 dólares por mês. 

Finalmente, para não dizerem que peguei pesado, sugiro que todo mundo desfile com algum livrinho na mão, com um belo sorriso na cara, desde que seja de Marx ou os discursos do Fidel, para passar a impressão de que todo mundo é muito bem educado e feliz. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

SUJEITO COM IDEIAS ESTRANHAS DIZ QUE DINHEIRO DO TRÁFICO NÃO VEM DA MACONHA. Ou: me engana que eu gosto.

O blog do Noblat publicou um texto muito estranho hoje, de um tal José Luiz, com uma argumentação mais estranha ainda.

O sujeito sustenta que "a grana que sustenta o tráfico não vem da maconha. A grana vem das drogas". Então, para ele, a maconha não é droga, é apenas uma diversão? Drogas podem, talvez, ser divertidas. Mas matam e alimentam uma gigantesca cadeia criminosa, além de destruir famíias e matar jovens.

Deve ser um sujeito de uns 55 ou 60 anos, pelas referências que utiliza para desqualificar o uso da maconha e desvinculá-la das drogas. Deve ser um hiponga das antigas, como diria o Telmo Martino (do JT) "um poncho e conga" que veio de Woodstock a pé. 

"A grana do tráfico não vem da maconha há muito, mas há muito tempo. A última geração que fuma maconha é a minha. Daí pra frente a maconha saiu de moda.
As gerações seguintes pegaram pesado na heroína - sexo, drogas e rock and roll. Jimmy Hendrix morreu afogado no próprio vômito por overdose de heroína. Janis Joplin morreu de overdose de heroína. Mas também para fazer o que ela fazia com a voz só tomando nos canos mesmo.
Depois veio a cocaína injetada também nos canos (nas veias) - o LSD, e coisas do gênero, eram para os doidões profissionais, aqueles que tomavam ácido para experiências, digamos, caleidoscópicas. O haxixe era a maconha dos riquinhos. O óleo de haxixe, que é a forma mais potente da droga, era um luxo.
Depois, com a AIDS a moda passou a ser cheirar cocaína (nada de chamar cocaína de coca, por favor, é um sacrilégio com o liquido mais precioso já inventado pelo homem). E agora estamos no crack que nada mais é que a borra que sobra no refino da cocaína."

O sujeito deve circular em ambientes muito restritos, não lê jornais, não acompanha o noticiário e só usa computador para escrever pro Noblat.

Todas as semanas, nas mais diversas regiões do País a Polícia Federal, as polícias rodoviárias, as polícias civil e militar apreendem toneladas de maconha produzida no Nordeste e no Paraguai. As cargas, que há alguns anos eram de 20 ou 30 quilos agora são de 500 ou uma e duas toneladas.
O sujeito acha que a distribuição é gratuita?

Além disso toneladas de cocaína, haxixe e crack também são apreendidas, em quantidades cada vez maiores.
Em qualquer porta de colégio, público ou privado, há alguém vendendo ou usando maconha.
É uma das drogas mais comuns entre a garotada, exatamente porque há quem a defenda e diga que tudo bem, é bacaninha e tal e não é droga.

Mentira. É droga, produz danos e dá uma enorme grana para produtores e traficantes. Talvez o autor do texto não seja do Rio, pois teria visto a montanha de maconha apreendida pelas tropas. Se não dá grana, o que fazia aquele estoque ali naquele lugar? Acho é que o autor não gostou do filme Tropa de Elite, o primeiro, o bom.

"Alguém conhece alguma maconhalândia, algum maconhódromo, ou coisa que o valha? Não. Não conhece - maconha, como já disse, é coisa da minha geração, ou seja, coisa de velho. Os que eu conheço que fumam maconha estão prá lá dos 50 e fumam em casa, na janela, depois do jantar, para relaxar - tem gente que toma vinho do porto, outros fumam sua maconha.
Agora, cracolândia todo mundo conhece, né? Tem uma em cada bairro, pelo menos no Rio de Janeiro, em São Paulo e nas grandes cidades do mundo.
Vamos combinar o seguinte. A grana que sustenta o tráfico não vem da maconha. A grana vem das drogas."

Ninguém conhece um lugar específico, uma maconhalândia, porque a droga está em toda parte. O crack é que ainda está localizado, mas o autor que não se preocupe, logo estará em todos os lugares, em bem mais que alguns pontos, cracolândias, de umas quatro mil cidades brasileiras.

Acorda, José

O MUSEU COMUNISTA DE ERIC HOBSBAWM. Ou: os delírios de Lula contaminaram o historiador inglês.

Está repercutindo bastante, nos blogs e sites da esquerda a entrevista em que o historiador marxista inglês, Eric Hobsbawm, afirma que Lula foi o verdadeiro criador da democracia no Brasil.

Pelo visto, a fase do Collor e do Fernando Henrique Cardoso não foi para valer.

Hobsbawm, que completará 92 anos em junho,  disse ao The Guardian (reproduzido pela Folha S Paulo) que a América Latina é onde ele se sente melhor, porque na região sente que estão valendo as idéias do final do Século XIX.

Será que com isso ele não está pretendendo esquecer o Século XX, tão cruel com o comunismo? Ou melhor, em que o comunismo mostrou-se tão cruel com os indivíduos, em nome da Humanidade recriada?

- Sigo na esquerda, sem dúvida com mais interesse em Marx do que em Lênin. Porque sejamos sinceros, o socialismo soviético fracassou. Foi uma forma extrema de aplicar a lógica do socialismo, assimo como o fundamentalismo de mercado foi uma forma extrema de aplicação da lógica do liberalismo econômico. E também fracassou. A crise global que começou no ano passado é, para a economia de mercado, equivalente ao que foi a queda do Muro de Berlim em 1989. Por isso Marx segue me interessando. Como o capitalismo segue existindo, a análise marxista ainda é uma boa ferramenta para analisá-lo. Ao mesmo tempo, está claro que não só não é possível como não é desejável uma economia socialista sem mercado nem uma economia em geral sem Estado.

De fato, Hobsbawm, aclamado pela esquerda como maior historiador do mundo (na verdade, pode ser o maior marxista historiador) ainda acha que tudo o que o comunismo fez foi culpa de Lênin. Então, afirma-se marxista. Como todo bom marxista justifica o mal e diz que da próxima vez tudo será diferente.

Haja!

Hobsbawm por Geoffrey Levy (extracted from Daily Mail, march 2009)

As the dead were being mourned and flowers brought to the fresh graves of the hundreds of brave Hungarians shot and, in some cases, hanged, and as Russian tanks patrolled the dishevelled streets, this 'distinguished' historian was writing in the Communist Daily Worker: 'Whilst approving, with a heavy heart, of what is now happening in Hungary, we should also say frankly that we think the USSR should withdraw its troops from the country as soon as possible.'
His view had not changed by the time, a dozen years later, some 27 divisions, 6,300 tanks and 400,000 troops stormed into Czechoslovakia in 1968 to stamp out moves for political reform.
Years later, in 1997, Hobsbawm set down his warped view of these events in his book On History. With a level of obfuscation that, surely, assumed his readers (in 40 languages) were intellectually challenged, he wrote: 'Fragile as the communist systems turned out to be, only a limited, even minimal use of armed coercion was necessary to maintain them from 1957 until 1989.' The year 1989, of course, was when the Berlin Wall came down.

Gulags
Millions died in the gulags but Hobsbawm tries to justify the sacrifice
But for any historian, least of all one who is regularly deferred to in the pages of The Guardian newspaper quite apart from the BBC, this was mind-boggling stuff.
Just how 'minimal' were Stalin's massacres, the Soviet prison camps and secret police, its systematic intimidation and torture, its suppression of free speech, its crushing of freedom in Hungary and Czechoslovakia?
For Eric Hobsbawm, all of this was a case of 'doing what had to be done' and despite everything, he still has an almost sentimental view of the fall of communism as 'an unbelievable social and economic tragedy'.
As for his lingering nostalgia for communism, and unremitting disgust at capitalism, he blames this on spending part of his upbringing in Germany. He was born into a Jewish family in 1917 - 'the year of the shining light of October' as he puts it, when local Soviets were 'springing up spontaneously everywhere like mushrooms after the rains'.

Read more: http://www.dailymail.co.uk/debate/article-1158691/GEOFFREY-LEVY-Eric-Hobsbawm-useful-idiot-chattering-classes.html#ixzz1C5ETDY7b

O BRASIL ANTE O SENTIDO DA VIDA. Um texto de 1999 para 2011.

Texto integral do filósofo Olavo de Carvalho, extraído do site  http://www.olavodecarvalho.org/

Espírito e cultura: o Brasil ante o sentido da vida
Primeira Meditação de Ano Novo

Por vezes, do fundo obscuro da alma humana, soterrada de paixões e terrores, nasce um impulso de libertar-se da densa confusão dos tempos e erguer-se até um ponto onde seja possível enxergar, por cima do caos e das tormentas, dos prazeres e das dores, um pouco da harmonia cósmica ou mesmo, para além dela, um fragmento de luz da secreta ordem trancendente que — talvez — governa todas as coisas.

É o impulso mais alto e mais nobre da alma humana. É dele que nascem todas as descobertas da sabedoria e das ciências, a possibilidade mesma da vida organizada em sociedade, a ordem, as leis, a religião, a moralidade, e mesmo, por refração, as criações da arte e da técnica que tornam a existência terrestre menos sofrida.

Nenhum outro desejo humano, por mais legítimo, pode disputar-lhe a primazia, pois é dele que todos adquirem a quota de nobreza que possam ter, residindo mesmo aí o critério último da diferença entre o humano e o sub-humano (ou anti-humano) e, por conseguinte, para além de toda controvérsia vã, a chave da distinção entre o bem e o mal. É bom o que nos eleva à consciência da ordem e do sentido supremos, é mau o que dela nos afasta. Não tem outro significado o Primeiro Mandamento: Ama a Deus sobre todas as coisas.

Acontece que a esse impulso fundamental corresponde um outro, derivado mas não menos forte: aquele que leva o homem que entreviu a ordem e o sentido a desejar repartir com os outros homens um pouco daquilo que viu. Não há certamente maior benefício que se possa fazer a um semelhante: mostrar-lhe o caminho do espírito e da liberdade, pelo qual ele pode se elevar a uma condição que, dizia o salmista, é apenas um pouco inferior à dos anjos. Tal é, substancialmente, a forma concreta do amor ao próximo: dar ao outro o melhor e o mais alto do que um homem obteve para si mesmo. Amamos o nosso próximo na medida em que o elevamos à altura dos anjos. Fazemos-lhe o mal quando o rebaixamos à condição de bichinho, seja com maus tratos, seja com afagos.

Nessas duas exigências está contida, dizia Cristo, toda a lei e os profetas.
Para grande escândalo do relativismo pedante que desejaria nos convencer da geral discórdia entre os valores culturalmente admitidos nas várias sociedades, a universalidade desse duplo mandamento é um dos dados mais evidentes da história mundial. Não há com efeito civilização, por mais remota ou "bárbara", que não tenha valorizado, acima de todas as outras virtudes e motivações humanas, o impulso para o conhecimento e o ensino da "única coisa necessária". O prestígio universal do sacerdócio — no sentido amplo que Julien Benda dava à palavra clerc, que inclui a presente classe dos "intelectuais" — é o mais patente sinal de que, por trás de toda a confusão aparente das línguas, a humanidade unânime tem plena consciência de uma hierarquia de valores que, se fosse questionada, suprimiria no ato a possibilidade mesma do questionamento, já que não se pode questionar um saber exceto em vista de um saber mais alto.
***
A observações gerais, suficientemente óbvias para só terem de ser lembradas explicitamente em situações de desorientação e confusão incomuns, eu desejaria aqui dar alguns desenvolvimentos mais particularizados e mais ligados à existência histórica, concernente, de um lado, à cultura e à civilização — consideradas ainda em escala geral —, de outro à presente e catastrófica situação da cultura brasileira.
Com relação ao primeiro ponto:

1. Embora o impulso ascensional a que me referi seja sempre e universalmente o mesmo, o movimento de doação e repartição que se lhe segue tem de tomar, por força, a forma dos canais de comunicação existentes numa sociedade historicamente dada: língua, símbolos, valores, etc. Daí que se possa sempre observar, no estudo das manifestações superiores da espiritualidade, esse duplo direcionamento, que de um lado atesta a convergência dos caminhos percorridos pelos homens espirituais de todo o mundo ("tudo o que sobe converge", dizia Teilhard de Chardin), de outro a pluralidade inesgotável das formas assumidas pelos testemunhos incorporados ao legado cultural: textos, obras de arte, leis, etc. (1)

2. Todo fenômeno de ascensão interior, sem exceção, começa sempre com um indivíduo isolado — e que, no curso da sua caminhada, é levado a isolar-se ainda mais da comunidade em busca da necessária condição de concentração espiritual —, e se completa com a irradiação de parte dos conhecimentos obtidos, de início numa discreta roda de companheiros ou discípulos investidos da mesma disposição para o isolamento e a concentração, em seguida em círculos cada vez maiores, até abranger comunidades, sociedades e civilizações inteiras. (2)

3. No processo de irradiação, intervêm a memória e o registro. De início transmitidos oralmente e sustentados pela presença e pelo exemplo do mestre, os ensinamentos não tardam a registrar-se, não raro sob a forma compacta de sentenças lacônicas ou de narrativas alusivas e simbólicas — ou grafismos, ou melodias — que constituirão o núcleo irradiante em torno do qual se formará, com o tempo, a cultura. Esta pode abranger desde simples repetições imitativas das formas originárias até uma infinidade de desenvolvimentos intelectualmente relevantes. Qualquer que seja o caso, é uma fatalidade da constituição humana que a reprodução das condições internas e psicológicas do aprendizado, que depende exclusivamente da livre iniciativa dos futuros aprendizes e só pode ser estimulada mas não determinada pela cultura, não acompanhe jamais a velocidade da proliferação das criações culturais que refletem o núcleo inspirador inicial de maneiras cada vez mais distantes, apagadas, indiretas e finalmente invertidas. O que começou como uma intuição direta da ordem suprema termina como debate entre ignorantes e cegos esmagados sob toneladas de registros materiais tornados incompreensíveis.

4. Esses três momentos refletem, no microcosmo da história humana, os três gunas ou "movimentos básicos do cosmos" de que fala a doutrina hindu: sattwa ou movimento ascensional, rajas ou movimento expansivo, e tamas, ou movimento descendente, degradante e "entrópico". Rajas nasce de sattwa assim como o Segundo Mandamento decorre do Primeiro. O terceiro momento nasce do segundo, quando se torna autônomo e perde sua raiz no primeiro: quando o amor do ser humano ao ser humano já não visa a elevá-lo acima de si mesmo, mas se limita a desejá-lo e agradá-lo, o amor se degrada em lisonja, a lisonja em manipulação e a manipulação em ódio. No fim já não é possível distinguir uma coisa da outra e o ponto mais fundo do engano se atinge quando o grosseiro e o brutal, a revolta e o fanatismo passam a ser aceitos socialmente como manifestações do "autêntico", quando são apenas o resultado de uma longa sedimentação de erros e um condensado de todas as idolatrias passadas. Na esfera intelectual, a mesma coisa: quando o ensino e a cultura já não transmitem a inspiração originária mas põem em seu lugar o culto idolátrico das formas acumuladas historicamente (o que pode tomar a forma do dogmatismo seco, ou do estetismo, ou do formalismo social, etc.), ainda resta a possibilidade de uma reconquista do sentido interior, mas a proliferação mesma das criações culturais, ilusoriamente tomada como riqueza, torna isso cada vez mais difícil, e por fim a acumulação de pontos cegos se condensa num aglomerado de erros fundamentais — uma "revelação satânica" — que, justamente por seu caráter compacto, obscuro, brutal e impressionante, é tomado ilusoriamente como uma descoberta libertadora. Que um "filósofo" tenha chegado a explicar a história pela organização econômica, como se a organização econômica surgisse do nada, como se ela pudesse brotar diretamente do substrato animal do homem, como se ela não fosse reflexo e subproduto da elevação do homem em direção à percepção da ordem cósmica — eis um curioso e trágico exemplo dessa inversão onde a densidade mesma das trevas é tomada como uma espécie de fulgor. (3)

5. Um dos traços marcantes do período entrópico é que a própria administração de uma vasta e crescente coleção de registros culturais requer a formação de uma classe de letrados para a qual esse legado, considerado em si mesmo e independentemente de qualquer referência às suas fontes inspiracionais, se torna objeto de estudo e devoção. Técnicas especiais são criadas para esse fim — a bibliografia e a bibliologia, a filologia, a crítica histórica dos documentos, a análise estrutural — e essas técnicas por sua vez se acumulam até o ponto de constituir um universo cultural de direito próprio. Algumas delas podem visar à simples conservação ou reconstituição dos documentos, outras à sua "interpretação" em função das épocas e ideologias, outras a elucidar sua estrutura interna, etc. Todas são alheias ao problema central: assegurar que o examinador tenha a condição interior de elevar-se à experiência originária da qual o documento é registro. Essa condição é dada por pressuposta ou deixada à casualidade do maior ou menor talento pessoal. Ela está completamente fora do processo investigativo e educativo, que assim tem o seu foco inteiramente voltado, seja para os registros em si, seja para suas circunstâncias, para o que lhes está em torno. Mostrar habilidade no domínio dessas torna-se o critério essencial de seleção e avaliação na vida intelectual, e o decorrente desvio das discussões para uma infinidade de aspectos menores e irrelevantes produz a criação de novas e novas técnicas, tornando a vida intelectual uma insensata demonstração de força e, no fim, produzindo por inevitável reação o surgimento de técnicas para destruir as técnicas e para provar a absoluta inocuidade dos documentos.
***
Com relação ao segundo ponto, isto é, à situação atual da cultura brasileira, o que é preciso enfatizar é o seguinte:

1. Em quinhentos anos de existência, a cultura deste país não deu ao mundo um único registro de experiência cognitiva originária. Nossa contribuição ao conhecimento do sentido espiritual é, rigorosamente, nula. Não há nas correntes culturais do mundo um único símbolo, conceito, idéia ou palavra essencial à conhecimento, que tenha sido descoberta de um brasileiro. Toda a nossa "produção cultural" consiste apenas de prolongamentos e ecos de registros absorvidos de culturas estrangeiras. (4) Nesse sentido, nossa cultura é rigorosamente "periférica" em relação à história espiritual do mundo. Periférica, portanto, num sentido bem diverso ao que essa palavra tem no jargão do academismo esquerdista (Celso Furtado, Fernando Henrique Cardoso, etc.), onde centro e periferia são economicamente determinados e daí decorre uma teoria grotesca que identifica o centro espiritual do mundo ao centro do poder econômico — teoria ela mesma periférica, no sentido que dou ao termo.

2. Como entramos no curso da história num momento em que as culturas que nos serviam de fontes já se encontravam elas próprias num estado avançado de decomposição entrópica, perdendo cada vez mais de vista as intuições originárias e enrijecendo-se num formalismo do qual agora tentam desesperadamente sair mediante a decomposição geral das formas (como um homem que, cansado de tentar em vão compreender um livro passa a rasgá-lo na esperança de da sua decomposição física obter a sua quintessência), toda a história da nossa cultura é a do eco de um eco, da sombra de uma sombra. Todos sabemos disso e temos vergonha disso. Procuramos inutilmente aliviar essa má-consciência lançando as culpas no econômico (o que já é reflexo de uma ilusão, portanto duplamente periférico), ou então apegando-nos à quantidade e declarando que o volume de uma produção irrelevante e repetitiva é prova de nossa "criatividade".

3. Considerando-se os nossos cinco séculos de história, a extensão física e o volume populacional deste país, a nulidade da nossa contribuição espiritual chega a ser um fenômeno espantoso, sem paralelo na história do mundo. O desinteresse, a letargia espiritual da cultura brasileira, a prisão da inteligência nacional na esfera do econômico imediato, são sinais de uma pequenez de alma que jamais se observou em tão impressionante escala coletiva. Se existissem verdadeiros estudiosos acadêmicos entre nós esse tema seria motivo de preocupação e debates. Mas toda a nossa vida acadêmica é ela própria reflexo desse fenômeno, que escapa portanto ao seu horizonte de visão: nossas classes letradas não têm força sequer para tomar consciência da sua própria miséria espiritual.

4. Nem mesmo no domínio religioso, que é aquele onde a busca espiritual tem o seu suporte mais fácil e natural, registramos uma única experiência que atestasse algo como um contato direto, mesmo breve e fugaz, entre um brasileiro e o sentido da vida cósmica. Toda a nossa "religiosidade" é periférica e imitativa, resíduo da decomposição de cultos extintos ou cópia de pseudo-religiões inventadas na Europa ou nos Estados Unidos.

5. É exatamente por isso que toda ideologia nacionalista, entre nós, tem sido simplesmente reativa e oportunista, já que não pode se fundar em valores espirituais inexistentes. A pressa com que nosso povo copia hábitos e modos de falar estrangeiros, dando mesmo a seus filhos nomes ingleses ou franceses, mostra a profunda indiferença popular por uma cultura que nada tem a lhe dizer sobre o sentido da vida e que, no máximo, lhe fornece, na música popular, no futebol e no Carnaval, os meios e a ocasião de se anestesiar, por meio de ruídos sem sentido, contra o sem-sentido da vida. Nosso nacionalismo, por isto, não pode se compor de verdadeiro amor à pátria, exceto em estreitos círculos — por exemplo nas Forças Armadas ou em antigas famílias de altos servidores públicos — que têm sua história comunitária ligada às lutas pela formação política do Brasil e por isto amam sua criação. Pode também haver um certo amor à pátria na constatação direta de certas virtudes espontâneas da sociedade brasileira, mas esta constatação, em vez de ser reforçada no nível da cultura letrada é aí desmentida à força de sofismas de um artificialismo impressionante (produzidos, é verdade, a soldo das fundações Ford e Rockefeller, mas por pessoas que, por outro lado, sendo esquerdistas, se acreditam piamente nacionalistas e anti-americanas, o que já basta para atestar a leviana superficialidade de suas inteligências). Fora disso, o nacionalismo no Brasil se constitui apenas de ressentimento anti-americano — motivado antes pelas culpas recalcadas da classe letrada do que por queixas objetivas, embora estas existam — e não tem nenhum fundamento cultural autêntico.

6. Toda aspiração nacional de tornar-se "grande potência" com uma base cultural tão nula está condenada, de antemão, seja ao fracasso, seja a um sucesso que se tornará, caso alcançado, um flagelo para a humanidade, obrigada a curvar-se ante a força bruta de novos bárbaros que nem sequer têm um senso próprio de orientação na História onde interferem cegamente.

7. Todo patriotismo, aqui, é investimento num país imaginário e meramente possível, apenas toscamente prenunciado pelas virtudes populares espontâneas que mencionei, as quais aliás se dissolvem velozmente sob o impacto do discurso destrutivo que hoje é o Ersatz de moralidade entre as nossas classes letradas. Quem deseje contribuir para que esse país se torne realidade só tem um caminho a seguir: lutar para que a cultura brasileira se ligue às fontes centrais e permanentes do conhecimento espiritual, para que a experiência da visão espiritual ingresse no nosso horizonte de aspirações humanas e, uma vez obtida, faça explodir, com a força das intuições originárias, todo um mundo de formas imitativas e periféricas, gerando uma nova vida.
O resto é pura agitação sem finalidade.

OLAVO DE CARVALHO
31/12/99

NOTAS

  1. Sempre houve por isso uma tensão criadora entre a abordagem "interna" ou espiritual desses estudos e a sua abordagem "externa": cultural, histórica, sociológica, etc. Um exemplo do primeiro ponto de vista — um corte "estático" no panorama das espiritualidades mundiais, mostrando a substancial unidade das experiências interiores em todas as épocas e civilizações — é dado na monumental antologia de textos sagrados, espirituais e místicos organizada por Whitall N. Perry sob o título A Treasury of Traditional Wisdom (Pates Manor, Bedfont, Middlexex: Perennial Books, 1971, 2nd. Ed. 1981). A abordagem "externa" é também necessária, mas é realizada em geral por diletantes a quem o sentido "interno" escapa por completo — Mauss, Benedict, Mead, Lévy-Strauss, Sapir, para não falar nada da vulgata marxista —, e seu resultado é praticamente nulo. Mircea Eliade, no seu clássico Tratado de História das Religiões, parte de uma efetiva apreensão interior da unidade, mas, diante da variedade dos fenômenos que a manifestam, não consegue passar da primeira etapa do esforço de racionalização científica, que é a classificação. Bem mais longe vai Eric Voegelin em Order and History, 5 vols., Baton Rouge: Louisiana University Press, 1956-1981, gigantesco e bem sucedido esforço de articular, segundo um corpo organizado de conceitos e métodos, a unidade latente da percepção da ordem e a sucessão histórica de suas várias manifestações.
  2. Um breve exame da regularidade invariável com que esse fenômeno se repete ao longo das eras, bem como da constância com que em torno deles se articulam as grandes mutações históricas, basta para notar que o Primeiro e o Segundo Mandamentos não são apenas as banais receitas normativas e devocionais em que os converteu a estúpida pseudo-religiosidade contemporânea (vaticana inclusa), mas a clave reguladora do devir, os princípios fundamentais da ontologia do ser histórico.
  3. Imaginar que essa macabra inversão da realidade pudesse levar a outro resultado que não à criação do Estado mais homicida que já existiu é coisa de hipnotizados. O marxismo é a causa intelectual direta de tudo o que se passou no mundo comunista e todo marxista é cúmplice consciente ou inconsciente do genocídio soviético-chinês. — Aliás, já passei do tempo em que, tendo-me despedido do meu marxismo juvenil, ainda podia falar de Karl Marx com respeito. Quanto mais o conheço, mais o desprezo. Ele nunca foi filósofo, foi apenas um satanista deslumbrado, um mentiroso contumaz e um charlatão capaz das piores falsificações científicas, além de um racista capaz de se referir a negros e orientais como "lixo étnico", um burguês hipócrita capaz de proibir à mesa da família a presença do filho bastardo que tivera com a empregada, e, o que é pior de tudo, um espião a serviço do governo austríaco, delatando por baixo do pano os mesmos companheiros nos quais insuflava o ardor revolucionário com discursos impregnados de ódio. Se querem tirar a dúvida, leiam, além dos capítulos indispensáveis que lhe dedicaram Paul Johnson em Intelectuais e Edmund Wilson em Rumo à Estação Finlândia, o assombroso Marx and Satan, de Richard Wurmbrand. O pastor Wurmbrand, uma das figuras exponenciais da espiritualidade do século XX, judeu convertido ao protestantismo, foi preso e torturado pelos comunistas durante quatorze anos (as cicatrizes das torturas repetidas foram comprovadas por uma comissão da ONU) pelo crime de levar o conforto religioso aos prisioneiros.
  4. Creio que a obra de Mário Ferreira dos Santos contém mais de um registro de descoberta espiritual originária e que, por isto mesmo, quando a palavra "Brasil" tiver se apagado da memória do mundo, essa obra ainda viverá. Mas, por enquanto, não há lugar para ela numa cultura nacional que ainda não se elevou à altura de compreendê-la, e por isto seria injusto chamá-la de contribuição "brasileira". Um país não tem nenhum direito de se apropriar de méritos que não soube sequer reconhecer. Trata-se portanto de descoberta de um indivíduo, que por estar fora da sua cultura nacional nada deve a ela e, a rigor, vale mais do que ela inteira.