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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

JARDIEL DA SILVA, PELÉ DE ARAÇAGI, MATA RAPAZ COM 22 FACADAS E O ENTERRA VIVO, COMO PROVA DE AMOR. Sua mulher, uma menor de 16 anos, disse que gostaria de ver como é um homem morrer. Jardiel lambeu a faca ensanguentada, e lamentou não ter um copo para encher até a boca com o sangue de Orelhinha. (video).



“Pessoas com pouco ou nenhum sentimento não conseguem reagir às situações com um julgamento valorativo humano adequado. Graças a essa falha é que elas têm maior probabilidade de se tornarem instrumentos do mal.” ( John A. Sanford – Mal, o lado sombrio da realidade).


Araçagi fica numa região de caatinga, tem 17 mil habitantes e suas raízes estão longe no tempo, em meados do Século XVIII. Como em muitas outras partes do Brasil interior, muitas coisas não parecem mudar de modo significativo. Uma delas é o hábito de muita gente andar armado com faca. Outro, que não chega a ser um hábito, mas é um traço dos antigos lugares sem lei, e o sujeito fazer justiça com as próprias mãos. Alguém olha para alguém de modo torto e pronto, pode ter arranjado uma grande confusão.

JARDIEL LAMBEU A FACA SUJA DE SANGUE.
A história que envolveu Jardiel Manoel da Silva, 18 anos, conhecido como “Pelé”, e Ednaldo Melo, 20 anos, que todos conheciam por “Orelhinha”, não foi muito diferente. Ah!, a falta do que fazer!

Não que por ali não exista trabalho na roça, pois Araçagi  tem muito abacaxi, milho, feijão, cana de açúcar. Mas às vezes alguns preferem ficar de conversa mole em botecos, e a tempestade pode surgir de uma hora para outra.

Aí tudo se resolve na faca, na foice, no machado.

Deus do Céu, não poderia ter sido diferente nesta horripilante história. E, como em tantas outras ocasiões, sempre há um rabo de saia.

Conta o povo que Jardiel, cara enfezado, e já conhecido por algumas confusões, estava na plantação de abacaxi quando chegou a garota “M” de 16 anos, sua mulher. Ali no sítio tudo se resolve fácil.

Ela disse para Jardiel que um cara tinha ficado de graça com ela, tentando estuprá-la. Pronto, acabou a paz de Jardiel, o sangue ferveu na hora. Ele voltou para casa e encontrou Ednaldo Melo, o suposto garanhão.

A garota “M” viu que a coisa ia ficar braba e aproveitou para atiçar Jardiel, e pediu uma prova de amor; “se você me ama mata ele. Sempre quis ver um homem morrer”. Isso soou como um pedido e uma ordem. Jardiel, danado da vida puxou Orelhinha para um canto e foi tirar satisfações.

Orelhinha era morador de Guarabira e, talvez, não conhecesse a fama de Jardiel. Ali no mato, perto da casa de Jardiel começaram a discutir; este enfurecido pegou Adnaldo e desfechou uma facada em seu pescoço. Em seguida, descontrolado deu mais de 20 facadas, na boca, no rosto, e no umbigo.

Orelhinha caiu, mas não morreu. Tinhoso como bom sertanejo ainda pode desafiar Jardiel: ”Se você não me matar agora, quando ficar bom eu volto, pego a sua mulher e levo a sua cabeça”, conta os relatos da imprensa. Como o pobre não morria, como se zombasse de si, Jardiel resolveu enterrá-lo vivo.

Chamou a sua mulher e uma irmã e arrastaram o corpo até um mato, onde ele o enterrou vivo.   

Quando a polícia apareceu no sítio, atrás dele, Jardiel tentou fugir, mas foi preso. Foi seu pai quem chamou a polícia.

Absolutamente frio, disse a quem quisesse ouvi-lo que se Orelhinha aparecesse outra vez diante dele, o mataria de novo. Não está arrependido. E disse que quando o esfaqueou tinha ficado com vontade de comer seu fígado.

A sua mulher, usuária de drogas, também muito fria, disse que nunca havia visto matarem um homem, por isso pediu essa prova de amor a Jardiel. Como ela tinha problemas com o pessoal do Conselho Tutelar, por conta das drogas, já havia pedido, também, que Jardiel matasse um conselheiro de quem ela tem raiva.

Mas não deu tempo, Pelé foi preso antes de fazer mais essa vontade à sua amada.

O mal, meus caros, com certeza existe.


JARDIEL E “M” CONTAM A HISTÓRIA



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