(http://homemculto.wordpress.com) |
Deve ir ao ar, em breve, a novela de R$35 milhões do SBT chamada "Amor e Revolução".
Tudo acontecerá nos anos 60 e 70, contando com cenas feitas em Cuba, na Bolívia e no Congo.
Escrita por Tiago Santiago e dirigida por Reynaldo Boury, a história será centrada em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Ao final de alguns capítulos darão depoimentos alguns dos personagens que participaram do cenário político na época, como José Dirceu, Waldir Pires e, talvez, até a presidente Dilma Roussef (entrevista ainda não confirmada).
Resta saber se o roteiro contará a história da luta contra a revolução da ótica dos democratas que enfrentaram a ditadura durante anos sem pegar em armas, ou será contada do ponto de vista daqueles que participaram da luta armada para derrubar a ditadura militar, mas cujo objetivo real era implantar um regime comunista como o cubano aqui no Brasil.
Consta que os atores fizeram até treinamento militar para realizar com verossimilhança as cenas de luta. resta saber se os autores estudaram história ou vão servir de assessores para uma visão parcial em que meros terroristas querem, ainda hoje, se passar por democratas.
Pessoalmente, apenas pela passagem pela Bolívia e pelo Congo, além de Cuba, imagino que a referência aos nossos revolucionários armados será a tomada do poder de Cuba por Fidel e Che, a referência à Bolívia deverá ser sobre a tentativa de Che de implantar a revolução na A. do Sul, a partir da selva boliviana.
Esses fatos teriam, então, estimulado nossos heróico guerrilheiros. Mentira. Uma vez que há muitos documentos, e livros publicados no Brasil, que mostram que a preparação para a luta armada para a tomada do poder já havia sido iniciada antes de 1961.
Aos interessados basta uma boa pesquisa sobre as Ligas Camponesas, de Francisco Julião, que chegaram a receber armas de Cuba muito antes do golpe militar de 64. Ou o livro "Camaradas", do jornalista W. Waack.
Quanto ao Congo, tento imaginar o enredo, uma vez que ali o comandante Che foi derrotado diversas vezes, militarmente e chamado de volta a Havana por Fidel que, após um período de molho, o mandou para morrer na Bolívia, pois criava muitas confusões em Cuba.
Mas esta é outra história, nem sempre contada pelos que lutaram a luta armada no Brasil para implantar uma ditadura comunista por aqui.
Fico pensando se os autores também tomarão depoimentos de sobreviventes dos atentados terroristas e de seus familiares, de fato, os grandes esquecidos nessa história toda, que nem indenizações milionárias recebem.
Ouvirão os familiares de Mário Kozel Filho, 18 anos, morto pela explosão de 50 quilos de dinamite preparada pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) em 26/06/1968?
Nenhum comentário:
Postar um comentário