Leio na Ilustrada de hoje (11/01/11) um texto estimulante do português João Pereira Coutinho sobre as touradas. O cronista faz uma reflexão sobre a relação entre os homens e os animais e conclui, contra a corrente polliticamente correta que se espalha, idiotizante, pelo globo: os animais não têm direitos.
Concordo. Os animais não tem direitos, pois nem imaginam em contrapor aos direitos, os deveres correspondentes. Os animais apenas existem. Nós, os humanos, é que temos direitos e deveres. E, entre estes últimos, o de cuidar dos seres e coisas do mundo, sejamos ou não responsáveis diretos por elas.
A onda polititicamente correta, no entanto, vai se espalhando e vendendo a lusão dos direitos generalizados. Tudo é cidadania e tudo é direito. O curioso é que a maior parte dos que cobram os seus próprios direitos ou de terceiros muitas vezes não se interessam em cumprir ou nem imaginam seus próprios deveres. Esta é uma sociedade onde tudo é direito.
Recentemente li - e escrevi a respeito – sobre um grupo preocupado com os direitos de um gorila, a tal ponto que requereram um habeas-corpus à Justiça para transferi-lo de um zoológico para uma fazenda.
Assim como Coutinho gosta de animais, e quer respeito para com eles, também gosto de meu cão. No entanto, um animal é um animal, apesar de toda a inteligência, sensibilidade e fidelidade que demonstrem. Aliás, alguns cães são melhores do que muita gente.
Nós é que precisamos nos convencer de que somos responsáveis pelo seu bem-estar, uma vez que queremos tê-los em casa. É muito infantil alguém imaginar que um cão, um touro, um gorila, uma minhoca ou uma ameba possam pleitear direitos; seria necessário que tivessem noção de seus deveres. Isso é algo apenas humano.
Nós é que temos o dever de impedir que os animais sofram. Mas, como diz Coutinho, esse processo é longo e cheio de contradições.
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