Museu Nacional do Palácio de Bois-Preau. |
Os jornalistas faziam jornalismo, apesar das dificuldades, pois queriam mostram serviço, como se pertencessem à oposição. Hoje, alguns jornalistas, mais que os veículos, continuam tentando fazer jornalismo, embora a atividade tenha sido invadida por assessores de imprensa e militantes, bem ou mal disfarçados, que tornaram os veículos quase extensões do governo ou de interesses empresariais.
Ler as manchetes e os títulos, em geral, é uma tormenta, ou uma piada, conforme o nosso humor, no momento. O jornalismo político transformou-se em um mero instrumento de pessoas ou grupos, partidos ou ideologias. Pouco se faz em busca da verdade dos fatos, o que mais se lê ou vê é o espalhamento de versões, como isso explicasse alguma coisa. O método jornalístico já quase não é praticado.
Quanto aos atos do Executivo, a situação chegou às raias da falta de vergonha jornalística,
a simples publicação dos quereres ou dos estados de humor do presidente. Nada se questiona, nada se pergunta, nada se critica. E o chefe do Executivo nunca parece satisfeito, quer mais, critica aos sabujos da Imprensa como se fossem seus críticos mais ferrenhos e ferozes.
Lula quer,
Lula manda,
Lula reclama,
Lula decide,
Lula protesta,
Lula critica,
Lula exige,
Lula cria,
Lula ordena,
Lula abre,
Lula fecha,
Lula ri,
Lula faz,
Lula desfaz,
Lula anuncia,
Lula sobe,
Lula desce,
Lula entra,
Lula sai,
Lula, Lula, Lula...
Não temos um presidente, temos um rei, um imperador.
Um estranho poderia imaginar que um monarca absoluto, tal a quantidade de verbos no imperativo, governa o Brasil. De certa forma essa é a verdade sobre a nossa cultura política, embora os nossos reis-presidentes sejam obrigados a apear do trono (muitos querendo agarrar-se por mais tempo...). Não aguento mais ler sobre as vontades do presidente. Hoje é dia 27 de dezembro, dentro de alguns dias tudo isso será, em parte, passado.
Um estranho poderia imaginar que um monarca absoluto, tal a quantidade de verbos no imperativo, governa o Brasil. De certa forma essa é a verdade sobre a nossa cultura política, embora os nossos reis-presidentes sejam obrigados a apear do trono (muitos querendo agarrar-se por mais tempo...). Não aguento mais ler sobre as vontades do presidente. Hoje é dia 27 de dezembro, dentro de alguns dias tudo isso será, em parte, passado.
Então saberemos o grau de dominação da máquina jornalística. Esperemos para observar como serão feitas as manchetes e os títulos das matérias em 2011.
O rei irá um dia para Santa Helena?
PS. O curioso, ou irônico, ou trágico, ou vergonhoso, nisso tudo, é que alguém que manda e desmanda desse modo, que parece governar o mundo, quando questionado sobre um escândalo, nunca sabe de nada.
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