De forma lenta, mas constante, a opinião pública começa a ter uma idéia mais clara a respeito dos traficantes do Rio de Janeiro. A cobertura jornalística está mais ligada à cobertura dos fatos do que atrás de explicações sociológicas.
Jornalistas devem ser jornalistas, e não cientistas sociais.
Os bandidos estão sendo chamados de bandidos; traficantes armados com fuzis e metralhadoras agora não são mais os famosos supostos traficantes, como se gente honesta perambulasse por becos de favelas portando armas militares.
O cidadão comum, desarmado pelo Estado, só pode concluir que um moleque de 18 anos armado com uma metralhadora, adquirida por contrabando ou de policiais corruptos, não é suposto nada, é bandido pura e simplesmente.
O que é relatado mostra a situação dramática do Rio de Janeiro:
1. um menino de 12 anos foi detido numa barreira transportando 32 mil dólares, que tentava tirar da favela do Alemão; certamente pressionado pelos bandidos ou, pior, iniciando no crime;
2. um menino de 8 anos de idade foi baleado na perna por um criminoso que havia ordenado que o garoto pusesse fogo em uma moto. Como o garoto recusou-se e fugiu, foi baleado;
3. na favela do Cruzeiro a polícia apreendeu 132 bananas de dinamite que seriam utilizadas para explodir alvos diversos; nas últimas semanas vários assaltos no Brasil desviaram cargas de dinamite; provavelmente boa parte foi parar nos morros do Rio;
4. na fuga dos 200 bandios da favela Cruzeiro para o Complexo do Alemão, uma pick-up levou cerca de dois milhões de dólares e reais do tráfico, o que foi descoberto pelo setor de inteligência da polícia;
5. As autoridades policiais estimam que estejam escondidos no Complexo do Alemão entre 400 e 500 bandidos fortemente armados.
Tais fatos e números mostram com o que se está lidando.
O fim ainda está longe, uma vez que, apesar da tentativa de algumas ONGs, de intermediação, os bandidos resolveram não se render e parecem estar dispostos ao combate, imaginando que a invasão do complexo será muito difícil.
Ocorre que as tropas farão o conhecido movimento do martelo e da bigorna, espremendo os bandidos pelo alto e por baixo.
Ainda haverá muito sangue no Rio de Janeiro.
A Copa e as Olimpíadas estarão tintas de vermelho.
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