Merval Pereira, jornalista de O Globo, diz que o que está acontecendo no Rio de Janeiro é terrorismo. Embora muitos jornalistas e cientistas sociais evitem fazer afirmação tão categórica, visto prevalecer uma visão hegemônica que tenta, sempre, transformar meros bandidos em vitimas - e sempre vitimas do injusto sistema capitalista - Pereira está certo.
Quem leu os livros sobre a história do surgimento de grupos como o Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) entende, perfeitamente, como as práticas de grupos terroristas, de guerrilha urbana, foram muito bem assimiladas pelos presos comuns que estiveram presos junto com guerrilheiros e terroristas nos tempos da ditadura militar.
Os marxistas presos faziam pregações e conseguiram passar aos bandidos a idéia do uso de coisas como o seqüestro, os atos de terror, como gerar incêndios e explosões, com o que se consegue grande efeito de comunicação e desestabilização da ordem social.
Não é à toa que Pereira cita o economista Sérgio Besserman, um dos responsáveis pela estratégia da retomada dos territórios ocupados pelos bandidos do Rio de Janeiro pela policia. Para Besserman, terrorismo é questão de segurança nacional.
O professor de História Contemporânea da UFRJ Francisco Carlos Teixeira afirma que terrorismo é um método de ação, não um objetivo. Ele considera “um equívoco pensar que só é terrorismo aquilo que parte de grupos políticos, com um programa político, e objetivos bem estabelecidos, como libertação de um território, ou luta contra um regime.”
Finalmente parece que algumas pessoas estão começando a entender o que ocorre no Rio de Janeiro. Uma democracia não dispensa a força bruta caso seja necessário utilizá-la contra quem quer desestabilizar a ordem social. É exatamente o que acontece agora.
Democracia não pode ser confundida com um regime fraco e sem diretriz firme, tem que garantir a tranqüilidade e a segurança a todos os cidadãos.
Talvez ainda consertem o Rio de Janeiro.
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