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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O ESPÍRITO DE MARIGHELlA AINDA ESTÁ ENTRE NÓS?

Acompanhando o noticiário sobre o combate ao terror gerado pelos narcotraficantes do Rio de Janeiro e observando a reação de alegria e alívio da população, surgiu-me uma pergunta que não pára de me atormentar.
Já vimos toda a violência possível nessa situação?

Temo dizer que não.
Quando os 100 ou 200 bandidos, que agora parecem fanfarrões em fuga, mostrando fuzis e metralhadoras, forem finalmente acuados no alto do Morro do Alemão, cercados pelas tropas da Polícia Militar e das Forças Armadas, poderão reagir de modo muito violento e traumático.
Conhecendo perfeitamente o Manual de Guerrilha Urbana de Carlos Marighella e sabendo que líderes das gangues ligadas ao narcotráfico  foram doutrinados nas prisões, no tempo da ditadura, podemos esperar o pior.

Em diversos atos recentes já mostraram que agem sem dó e nem piedade, pois colocaram fogo em veículos com pessoas dentro. É certo que no passado também já fizeram coisas como queimar pessoas vivas dentro de pneus, o chamado microondas.
São cruéis, psicopatas.

Encurralados, talvez resolvam apelar para a captura de reféns para barganhar a saída do morro e tentarem a fuga. Ficar e resistir a tiros, sabem que é morte certa.
Que as autoridades que ora articulam os planos de combate já tenham pensado nisso, pois soluções serão necessárias.
Pelo visto, as autoridades políticas cariocas só estavam preparadas para o show pirotécnico da tal Polícia de Pacificação. 

Com os combates e a perseguição aos criminosos, com a prisão ou morte deles é que a população será realmente liberta e pacificada.
Espero, sinceramente, que o espírito de Carlos Marighela não esteja pairando sobre o Rio de Janeiro.

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