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US$ 300 milhões |
Há tempos não lia uma reportagem com início tão curioso e divertido quanto o da matéria publicada na Folha de São Paulo, na edição de segunda-feira (29), em que se informa que as autoridades estão planejando comprar um avião de mais de 300 milhões de dólares para servir à presidência da República.
Com todo o cuidado, como se para não melindrar a presidente eleita, o jornal informa que ela pode não estar sabendo de nada, mas diz que o avião, um gigantesco Airbus A-330-MRTT, já é chamado de AeroDilma. A esta altura, com certeza, já está, não?
Sem querer fazer alarde, mas já fazendo, como diz um humorista da TV: "para evitar a repetição da polêmica que envolveu a compra do Aerolula, o governo negocia a aquisição de um avião maior e mais caro que poderá servir à presidente eleita, Dilma Rousseff, e a seus sucessores."
Informa a reportagem que "o Aerodilma, caso seja adquirido, mesmo com o cenário de contenção de gastos do governo, deverá ser um aparelho europeu da Airbus --um modelo de reabastecimento aéreo A330-MRTT, equipado com área VIP presidencial e assentos normais.
O avião custa até cinco vezes os US$ 56,7 milhões (R$ 98 milhões na sexta-feira) pagos em 2005 pelo Aerolula, um Airbus-A319 em versão executiva."
E mais, "justificar tal despesa seria complicado, como foi em 2005, e seria fonte certa de desgaste para Dilma, que até onde se sabe não foi informada sobre a ideia. Assim, juntou-se a fome com a vontade de comer, e a nova compra está sendo camuflada por uma necessidade real.
A FAB (Força Aérea Brasileira) precisa substituir seus dois aviões grandes de reabastecimento. São os antigos Sucatões presidenciais, versões com quase 50 anos de uso do vetusto Boeing-707. Por falta de condições, foram excluídos do último grande exercício aéreo da Força Aérea Brasileira. No fim da década, os militares estimam ter 150 caças, e reabastecimento é vital dadas as distâncias do país."
Não deixa de ser uma matéria curiosa, em que o jornal revela uma informação como se fosse secreta, evitando chocar a eleita, e quase desculpando-se por revelar que a despesa é alta e que isso pode pegar mal num tempo de contenção, e, ao mesmo tempo, anunciando para o Mundo a tal intenção de compra. Um release da Força Aérea, ou da própria AirBus, não teria ficado melhor.
Pelo visto, os figurões da República querem que Dilma voe bastante, mais alto e para muito longe, embora ela não saiba de nada disso, naturalmente.
*(imagem reproduzida do site Airbus)
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