É Natal. Mesmo?
Percival Puggina
25 Dezembro 2013
Ando por aí e só vejo trenós, constelações de estrelas,
toneladas de algodão, multidões de papais-noéis, pilhas de caixas embrulhadas
para presente. E quase não vejo presépios ou mensagens que lembrem o fato que
faz a festa: o nascimento de Jesus.
Estou cada vez mais convencido de pertencer a uma espécie em
extinção, a merecer legislação protetora e severa defesa por alguma ONG
preservacionista. Alguém dirá que incorro em exagero, mas não. Minha espécie
está sendo extinta e o que torna a situação mais dramática é que isso se dá com
a aquiescência e a colaboração dos próprios membros do grupo. Sem perceberem o
tamanho da encrenca, eles estimulam o processo de eliminação desencadeado sobre
si e acionam os gatilhos das metralhadoras verbais que seus predadores usam
para destruí-los.
Pertenço à raríssima espécie dos conservadores, e, como tal,
sou pela ordem, pela justiça e pela liberdade. Não gosto que invadam o que é
meu nem o que é dos outros. Defendo a da instituição familiar e os valores do
cristianismo. Atribuo importância à disciplina e a uma especial deferência aos
idosos.
Julgo que as mulheres são credoras naturais da cortesia masculina.
Desagrada-me a violência e seu uso em substituição ao processo político e
democrático. Sou contra as utopias e creio que as mudanças sociais devem ser
produzidas no contexto das instituições, preservando-se o que tem comprovado
valor moral e utilidade prática.
Sou conservador porque a história me ensina que é de tais
conteúdos e condutas que provêm a paz, o progresso, a harmonia social e os
princípios em que melhor se aciona a democracia. É neles que se inspiram os
maiores estadistas da humanidade.
Sou conservador e percebo, contristado, que,
colocando-se ao gosto da moda e cedendo ao impacto da cultura imposta pelos nossos
predadores, muitos que pensam como eu reproduzem, inocentemente, o discurso que
os condena à extinção.
Agora, por exemplo, é Natal. Mesmo? Olha que ando por aí e
só vejo trenós, constelações de estrelas, toneladas de algodão, multidões de
papais-noéis, pilhas de caixas embrulhadas para presente. E quase não vejo
presépios ou mensagens que lembrem o fato que faz a festa: o nascimento de
Jesus.
Mas como eu sei que é Natal e sou conservador insisto em desejar aos
leitores que ele ganhe, em seus corações, o sentido almejado por Deus em sua
radical e santificadora intervenção na História humana.
TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MIDIA SEM MÁSCARA:
Imagem de presépio
http://papermau.blogspot.com.br/2011/11/christmas-time-3d-crib-jennifers-creche.html
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