PAUL WALKER |
GIOVANA ALVES |
VELOCIDADE IMPRUDÊNCIA
Walker, Rodas e Giovana talvez tivessem em comum o gosto pela velocidade, pela adrenalina, pela vertigem. Walker, por extrema ironia do destino, morreu em um carro velocíssimo, um Porsche Carrera GT 2005, um monstro de corridas com motor de dez cilindros e capaz de chegar a 330 km horários, rápido como os usados por ele em Velozes e Furiosos.
A polícia californiana investiga se ele e Rodas não estariam disputando uma corrida de rua com outro carro, ainda não identificado.
A vida é curiosa.
Rodas era um experiente piloto de corridas, aposentado, Walker um ator bem adaptado ao papel de piloto de carros que fazem rachas nas ruas, ambos quarentões. Giovana, a estudante, com seu simples Gol 1000, e seus 19 anos, também gostava de acelerar forte, pelo visto.
O ser humano gosta de sensações fortes; alguns pulam de paraquedas, outros de penhascos em mergulhos fantásticos, outros adoram a montanha russa, outros arriscam a vida correndo de moto. É o desafio para descobrir os próprios limites.
Essas vontades, esses sonhos, viram realidade, em esportes radicais, em disputas nas pistas, e fora delas. Tudo, de certa forma, acaba virando uma indústria. Aos humanos não basta o cotidiano simples da caça e do descanso. É preciso mais, sempre mais.
Mas as coisas podem ficar embaralhadas.
Um piloto experiente e um ator tarimbado podem julgar-se seguros, e acima dos riscos que surpreendem os mortais. O que poderia acontecer de errado a um Porsche Carrera, capaz de chegar a 330 kmh?
O PORSCHE |
O GOL |
SORTE E AZAR
Pois é, duas coisas que nos acompanham como a própria sombra são a sorte e o azar. Ora a sorte nos ajuda, ora o azar nos pega. Ao participar de tantos rachas nos filmes, e escapar ileso! eram um filme, não? Walker talvez já não atentasse tanto ao risco de correr na rua. Como Rodas duvidaria de sua própria habilidade? Mas e o azar, ele pensou nessa possibilidade? Creio que não.
Da mesma forma a garota Giovana, indo do trabalho para a escola, de Praia Grande para Itanháem, um percurso diário de uns 40 quilômetros, talvez tenha ficado com excesso de confiança e se esquecido de alguma regras de direção segura. Pela forma como aconteceu o acidente, talvez o celular tenha escapado de sua mão e ela tenha se distraído numa fração de segundo.
A uns 170 km por hora, num Gol, uma leve derrapada tira o carro do chão. O Gol levantou vôo e chocou-se contra uma coluna de concreto. Morte instantânea.
O Porsche, segundo a polícia, deveria estar a muito mais de 100 milhas horárias, talvez perto de uns 170 ou mais, em uma avenida! Algo o tirou da rota e ele chocou-se contra uma árvore e um poste, explodindo em chamas. Walker e Rodas morreram queimados.
VELOCIDADE E IMPRUDÊNCIA
A imprensa fez inúmeras matérias sobre os acidentes, tanto de Peter Walker, 40 anos, e seu amigo Roger Rodas (que pilotava o Porsche), quanto de Giovana Alves, 19 anos, que pilotava o Gol.
Os amigos e parentes lamentaram, como seria de se esperar, a perda irreparável. Toda morte é irreparável. Os mortos era jovens, sendo que Giovana completaria 20 anos na segunda-feira (dia dois de dezembro).
Mas o que a imprensa deixou de fazer, foi destacar o erro de se andar a velocidades tão altas em locais inadequados. Antigamente, há algumas décadas, as crianças ouviam falar das fábulas de Esopo ou de La Fontaine e as histórias tinham sempre uma lição de moral.
A sorte e o azar existem, é fato, mas respeitando-se os limites de velocidade e os modos de condução preventiva, acidentes fatais tornam-se mais difíceis de acontecer, nas ruas e nas estradas.
Sempre é possível que alguém faça isso, cumpra as leis ao dirigir, não se acidente, e acabe morrendo por cair uma marquise na cabeça. É o destino.
Mas, ao menos, não haveria exposto outros ao risco desnecessário.
A imprudência, independente da sorte e do azar, não combina com o volante.
O local mais seguro para altas velocidades é o autódromo, mesmo assim, com toda a perícia dos pilotos, acidentes fatais acontecem.
CÂMARA DE SEGURANÇA CAPTA O IMPACTO E A EXPLOSÃO DO CARRO
HOMEM FILMA CENA LOGO APÓS O CHOQUE
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