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terça-feira, 14 de maio de 2013

COM MEDO DA MORTE POR CÂNCER, ANGELINA JOLIE MANDA ARRANCAR OS PRÓPRIOS SEIOS E FAZ IMPLANTE. Escreveu, em artigo no The New York Times, que os médicos lhe disseram haver 87% de chance de vir a ter câncer nas mamas ou no útero. Nada escreveu sobre a possibilidade de morrer atropelada ou em uma queda de avião.



Desde que o Iluminismo, aos trancos e barrancos, ocupou espaço no nosso cotidiano e no imaginário das pessoas, afastando, inclusive, de certa forma, a noção de destino, fatalidade, ou a vontade de Deus, há a ilusão do predomínio da ciência sobre todas as outras formas de conhecimento.

Claro, usar produtos da ciência e da tecnologia pode facilitar a nossa vida; o que me assusta é como a ciência passou a uma posição central.

Médicos lhe disseram que ela tinha 87% de chance de desenvolver câncer de mama e ovário. Por que Deus não a teria deixado ficar entre os 13% sortudos?

As pessoas hoje malham, vão à academia, tomam vitaminas, deixam de fumar, não comem açucar e sal. Ainda não soube de qualquer caso de imortalidade.

Não sou contra cuidar da saúde, mas há a ilusão do afastamento da morte por meio de medidas profiláticas, digamos assim, que criam fantasia de uma couraça contra a morte. 

Pura bobagem. Morreremos um dia.

Claro, a média de vida aumentou no Século XX, em muitos países, mas o alongamento da vida  mostra surpresas: doenças que não eram notadas surgem em crescente volume, como o Mal de Alzheimer. 

De qualquer modo, nada tenho com as decisões particulares de Angelina Jolie ou qualquer outra pessoa.

Apenas acredito que há um espírito de época em que as pessoas julgam-se protegidas por estatísticas, tecnologias e ciência. 

Mera ilusão.

E há imensas contradições, pois pessoas que criticam fumantes de tabaco usam maconha e defendem a liberação de outras drogas.

Fortões de araque, que frequentam academias,  morrem do coração e de problemas no fígado por conta de anabolizantes. É o mundo das aparências superficiais. Vale parecer saudável, vale parecer forte, vale parecer feliz.

O grande sociólogo Norbert Elias trata da questão da Morte em um belo pequeno livro: “A Solidão dos Moribundos”, em que analisa o medo atual de contato com idosos terminais, o incômodo da doença, e o transtorno dos funerais. 

O ser humano, hipnotizado pelas promessas da ciência e seduzido pela ideia da imortalidade mostra-se cada vez mais fraco e medroso.

Não à toa, o filósofo Olavo de Carvalho escreve em seu livro “A Filosofia e seu Inverso”, à página 190, “O apego à autoridade da “ciência”,  tal como hoje se vê na maior parte dos debates públicos, não é senão a busca de uma proteção fetichista, socialmente aprovada, contra as responsabilidades do uso da razão”.

O Iluminismo pretendeu matar Deus, os cientistas e a crendice do povo; pretende-se ver a Ciência como um novo... Deus.

O que poderia decidir alguém, talvez Jolie, se um exame médico lhe mostrasse a possibilidade de 87% de ter câncer no cérebro?

DA IMPRENSA


A atriz Angelina Jolie, 37 anos, escreveu artigo no jornal The New York Times desta terça-feira, informando que realizou uma dupla mastectomia preventiva - cirurgia de retirada dos seios -. Isso, após descobrir que possui o gene "falho" BRCA1, o que aumenta bastante o risco de desenvolver câncer de mama e ovário.

No artigo  “My medical Choice” (Minha escolha médica) ela afirma que, por conta da mutação no gene, seus médicos estimaram em 87% o risco de câncer de mama, e 50% de câncer no ovário.

“Quando descobri que essa era minha realidade, eu decidi ser proativa e minimizar o risco o máximo possível. Eu decidi fazer uma dupla mastectomia preventiva. Eu comecei com os seios, uma vez que meu risco de câncer de mama é maior que o de ovário, e é uma cirurgia mais complexa”, escreveu.

No dia 27 de abril terminou o período de três meses de procedimentos médicos envolvidos com a mastectomia - durante o período, Jolie disse que conseguiu manter sua vida pessoal e profissional. A sua mãe, Marcheline Bertrand, moreu em 2007, aos 56 anos, após dez anos de luta com um câncer de mama.

Angelina Jolie diz no artigo que está escrevendo sobre o procedimento na esperança que outras mulheres possam se beneficiar de sua experiência: “câncer ainda é uma palavra que provoca medo no coração das pessoas, produzindo um profundo senso de impotência. Mas hoje é possível descobrir por meio de um teste de sangue se você é altamente suscetível ao câncer de mama e ovário, e então agir”.

Segundo o artigo, tomar a decisão de fazer a mastectomia não é fácil, mas ela está feliz por ter feito – suas chances de desenvolver câncer de mama caíram de 87% para menos de 5%. “Eu posso dizer aos meus filhos que eles não precisam ter medo de me perder por causa do câncer de mama”, escreveu.

Jolie explica que seu procedimento começou em 2 de fevereiro, com uma intervenção que exclui doenças nos dutos mamários, atrás dos mamilos, e atrai um fluxo maior de sangue para a região.

Duas semanas depois teve início a cirurgia principal, que é a remoção do tecido do seio, com o preenchimento temporário da mama. Passadas nove semanas, a operação foi completada com a reconstrução dos seios com um implante. “Houve muitos avanços neste procedimento nos últimos anos, e os resultados podem ser lindos”, afirmou a atriz.

(Com informações publicadas na imprensa)

IMAGEM DE ANGELINA JOLIE DE:


Um comentário:

  1. doidinha,mas quem tem dinheiro pode né e agora um pobre vai morrer de câncer ma não consegue fazer pelo sus .

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