É UMA LOUCURA! |
Tenho um irmão psiquiatra que costuma dizer: “loucura não é
para quem quer, é para quem pode”. Não sou médico e nem psiquiatra. Confio em
meu irmão. Acredito no que diz e no seu conhecimento, Assim, não é qualquer um que
pode encher o peito e dizer: sou louco. Isso é só para alguns.
Evidentemente, quando Reinaldo Azevedo, publicou no seu blog
um texto memorável sobre a loucura de Lula, tratava do assunto no sentido simbólico.
Lula não é, evidentemente, um louco, mas a sua loucura, no fato de quase
acreditar que tudo pode, que tudo consegue, que tudo que manda acontece.
Lula, ele mesmo, talvez não tenha lido o interessantíssimo
livro do jornalista e historiador Luis Mir, sobre a história da criação do PT: “O
partido de Deus” (Ed. Alaúde). Se o lesse saberia que o partido foi imaginado
entre paredes católicas, como um partido místico-salvacionista.
Talvez o tenha lido, e acreditado no titulo “O partido de
Deus”, imaginando ser ele esse deus, um predestinado. Aí, sim, até eu, que nada
entendo dessas coisas, começaria a achar que realmente os deuses começaram a
trabalhar para colocar Lula em seu devido lugar. A despeito da opinião de Marta
Suplicy...
A seguir, trechos do texto de Azevedo sobre a loucura de
Lula.
20/09/2012 às 6:07
Uma anatomia da loucura de Lula
...Os deuses primeiro tiram a razão daqueles a quem querem
destruir. “Quos volunt di perdere dementant prius.” Já lembrei aqui este adágio
latino a Lula, mas ele, claro!, não me ouve. No que, do seu ponto de vista, faz
muito bem! Se ouvisse, creio que não teria sido eleito presidente da República,
porque eu, por óbvio, teria reprovado, como reprovo, os métodos a que recorreu
para construir seu partido, para se eleger e para se manter no poder.
...Em seus oito anos de mandato, Lula já havia depredado a
história o bastante. Um dia, creio, a onda estupidificante petista na academia
reflui, e se poderá, então, serenamente, narrar o que se deu. De todo modo, o
Apedeuta encerrou seus oito anos de poder elegendo sua sucessora, o que é uma
conquista e tanto. Uma aposentadoria política digníssima se lhe afigurava, com
o mito relativamente preservado. MAS NÃO! O DIABO É QUE, NA CABEÇA DE LULA, SUA
OBRA ESTÁ INCOMPLETA.
...Lula poderia estar exercendo dignamente o seu papel de
ex-presidente — ele prometeu, como sempre, ser muito melhor do FHC nisso
também… É o que vemos? Não! Dias antes de encerrar seu mandato, anunciou que
ele próprio investigaria essa história de mensalão, sustentando ser uma grande
tramoia da oposição. Passou a se articular freneticamente nos bastidores para
impedir que o Supremo Tribunal Federal cumprisse seu papel. No encontro com um
ministro, falou abertamente a língua da chantagem. Conversas de Marcos Valério,
reveladas por reportagem de VEJA, informam que aquele que sempre esteve no
controle do mensalão (segundo o publicitário), dava garantias que só poderiam
sair da boca de um tirano. O Supremo estaria no bolso.
...Em associação com José Dirceu e com outros “duros” do PT,
armou a CPI do Cachoeira não para investigar falcatruas — o que seria
meritório; mas está aí a Delta, protegida pelos petistas —, mas para intimidar
a oposição e, de novo!, a imprensa. Lula apostou tudo na comissão. Era o seu
bilhete premiado para as eleições de 2012 e de 2014! Não haveria de sobrar
pedra sobre pedra dos oposicionistas, da imprensa livre, da Procuradoria-Geral
da República — lembrem-se de que Collor foi o escalado para atacar Roberto Gurgel
— e do próprio Supremo.
Dos bastidores, chegavam os ecos trevosos: “Não haverá
julgamento! Isso irá para 2013 e, de 2013, para nunca mais!”. Ao mesmo tempo,
ainda que a presidente Dilma negue (e ela nega), o seu próprio governo passou a
entrar no radar do lulismo. O Apedeuta não concordava com a ideia de uma
“faxina ética”, na qual a presidente surfou. Isso fazia parecer que seu governo
era condescendente (ora vejam!) com a corrupção.
Enlouquecendo
...Tentou fazer da CPI a razia final contra o que resta de
oposição e contra a imprensa. Não deu! Tentou destruir a reputação do
procurador-geral da República. Não deu. Tentou macular a independência do
Supremo. Não deu. Tentou se construir como a alternativa a Dilma (“caso ela não
queira disputar a reeleição”, ele sugeriu…). Não deu. Tentou impedir o
julgamento dos mensaleiros. Não deu. Tentou criar uma mentira sobre aqueles
fatos escabrosos. Não deu. Tenta agora eleger Fernando Haddad em São Paulo para
ter como chantagear depois o próprio governo Dilma. O jogo não está jogado, mas
está difícil.
...E eu ousaria dizer que o principal culpado pelas
dificuldades que o partido passou a enfrentar é Lula. Acostumado a jamais ser
contestado — e pobre daquele que a tanto ousar —; incensado como dotado de uma
intuição genial, que lhe teria sido transmitida pelo leite materno por mãe
nascida analfabeta (a minha já nasceu citando Schopenhauer no original…);
aplaudido por gente como Marilena Chaui como aquele que, ao falar, ilumina o
mundo; recentemente reverenciado por Marta Suplicy como o próprio “Deus” (nada
menos!), Lula foi perdendo a razão, caminho certo para a autodestruição.
...É claro que ele não vai acabar. Continuará a ser uma
pessoa influente na política e no PT por muito tempo. Mas é o mito que passa —
e, nesse particular, sua loucura é um bem para o país — por um processo
acelerado de corrosão. Talvez ainda se elegesse presidente no primeiro turno
(em São Paulo, quem está na frente é Russomanno, afinal…), mas são as suas
virtudes demiúrgicas junto a setores influentes da política que estão se
esfarelando.
Lula errou feio. Errou quando decidiu emparedar o Supremo.
Errou quando decidiu emparedar a imprensa livre. Errou quando decidiu usar uma
CPI como instrumento de vingança. Errou quando decidiu que basta mandar para o
eleitor obedecer. Errou quando decidiu ser um condestável da República,
disputando influência com a própria presidente da República.
Errou feio, em suma, quando acreditou que, de fato, era
Deus. E ele é apenas um homem, mais falível, em muitos aspectos, do que a
esmagadora maioria. Afinal, o destino lhe sorriu e lhe foi dado governar um
país por oito anos. Poderia ter seguido seu antecessor num particular: entregar
instituições mais sólidas do que encontrou. Ele preferiu depredá-las de forma
sistemática, contínua e dedicada.
Lula, quem diria?, ainda será o melhor biógrafo de Lula. A
ambição desmedida do homem acabará por revelar os pés de barro do mito.
Por Reinaldo Azevedo
LEIA O TEXTO COMPLETO NO BLOG DE REINALDO AZEVEDO:
Imagem de chimpanzé
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