CENA DE "SUBMISSION" |
As reações histéricas ao filme “A Inocência dos Islâmicos” (Innocence of Muslims) me
levam à conclusão de que o mundo está enlouquecndo. Milhões de pessoas vão às
ruas para protestar contra o filme, contra os americanos, contra os infiéis
e contra o Ocidente.
Acredito
piamente que aquelas multidões no Egito, Paquistão, Líbia, Tunísia, Sri Lanka e
outros países islâmicos, em sua absoluta maioria, nem viram o filme.
São multidões manipuladas de dentro das mesquitas, dos
bastidores políticos e por gente ligada aos movimentos radicais islâmicos. Não
foi gratuitamente que os protestos começaram, exatamente, no dia 11 de setembro.
E, no dia seguinte, um atentado terrorista matou o embaixador americano na Libia.
O ministro das Ferrovias do Paquistão, Ghulam Ahmed Bilour,
certamente guiado por instruções do Profeta Maomé, está oferecendo um prêmio de
cem mil dólares para quem matar o diretor do filme.
Evidentemente o governo do Paquistão disse que o ato do
ministro era um ato particular dele, que continua ministro. Imaginem, por aqui,
um ministro do governo fazer uma oferta pública de cem mil dólares a quem
matasse o autor da melhor reportagem sobre o Mensalão. O ministro paquistanês invocou
até o auxílio, para a execução da tarefa, dos talibãs e da própria Al Qaeda.
Mas essa indignação toda por conta de um filme amador
vagabundo?
O filme “A Inocência dos Islâmicos” (Innocence of Muslims) é
um lixo. Puro “trash”. Quando não queremos ver um filme ruim não vamos ao
cinema. Não ligamos a televisão, mudamos de canal, ou não acessamos o YouTube.
Claro, podemos
ficar indignados se o filme critica a sagrada visão que temos de nossa fé, ou
de nossa ideologia, ou outra verdade qualquer. Podemos fazer um movimento pelo
boicote. Podemos escrever artigos em jornal. Se for o caso, podemos, até,
promover uma passeata.
Mas o que acontece naqueles países? Multidões vão às ruas e
protestam contra o filme (que certamente não viram), contra outras religiões,
contra governos, contra a civilização ocidental. Promovem invasões de
embaixadas, fazem badernas nas ruas e praças, enfrentam a polícia, destroem propriedades. Morrem às
pencas.
Eles não gostam de críticas, e, em suma, os intolerantes
somos nós?
Quantos filmes e peças de teatro já foram feitos nos paises
ocidentais criticando os cristãos, o catolicismo, a própria Igreja, Jesus e
Maria? Essa histeria toda indica, apenas, que quem não suporta criticas e é
intolerante é o mundo islâmico. Na verdade, sem partir para o nível de
violência que vemos naqueles paises, acho, até, que os cristãos são moles
demais quanto às criticas ou ofensas que recebem.
PRÊMIO PELA MORTE
Matar um critico ou um desafeto não é novidade nesse
contexto. O escritor anglo-indiano Salman Rushdie teve a cabeça colocada a
prêmio, em 1989, quando publicou o livro “Versos Satânicos”, que nem era,
essencialmente, um livro anti-islâmico.
O próprio líder religioso do Irã, o aiatolá Khomeini
ofereceu um gigantesco prêmio pela morte do escritor. Rushdie teve que viver
anos escondido e protegido pela Scotland Yard.
No início de novembro de 2004 o diretor de cinema holandês
Theo Van Gogh foi assassinado em uma ciclovia de Amsterdã a facadas e tiros por
conta de seu filme “Submission”. No filme ele criticava a submissão das
mulheres aos homens no mundo islâmico.
O curioso, nestes tempos politicamente corretos e de
relativismo cultural, é que muitos intelectuais e mesmo mulheres ativistas
feministas ocidentais calaram-se diante de coisa tão brutal e primitiva como
matar alguém por uma critica.
Fica o sabor de que a conquista ocidental pelas
liberdades de expressão e de imprensa não valeram nada. Ou já não empolgam
ninguém.
Em 2005 o chargista dinamarquês Kurt Westergaard também foi
bastante perseguido por conta de algumas charges que publicou para uma série de
matérias sobre o islamismo no jornal Jyllands-Poster. Algum tempo depois,
quando a policia descobriu um complô para matar Westergaard o governo dinamarquês,
não se acovardando, deu um aviso geral de que no pais havia liberdade de expressão.
Milhões de islâmicos mudaram-se para paises do Ocidente nas três
últimas décadas. Evidentemente por razões econômicas, na maior parte das vezes.
O Ocidente oferece mais oportunidades. Até aí,tudo bem. Mas os imigrantes
começam, apoiados por políticas multiculturalistas, a não querer a integração
ao novo mundo.
Vivem em paises onde há liberdade de expressão, mas se ofendem com criticas à sua própria
religião, ou aos seus costumes. A liberdade de fazer criticas é uma das molas mestras
do sistema ocidental. Dezenas de filmes e centenas de livros, além de espetáculos
de teatro fazem a crítica, a sátira aos costumes dos mais diversos grupos, religiões
e ideologias.
Se alguém ultrapassa um limite legal, que seja processado.
Mas os islâmicos em seu próprio mundo não conhecem esse tipo
de liberdade, e se ofendem com a liberdade dos outros. Além disso, quando no país
dos outros, querem impor sua própria agenda. Isso não é aceitável.
O comportamento intolerante com criticas, filmes, charges não
pode ser desculpa para acusar a intolerância alheia. De fato, o pensamento
politicamente correto começa a dizer que se alguém critica um comportamento e
algum país islâmico então é islamofóbico, como se fazer uma critica, um comentário,
fosse sinal de uma doença.
Intolerância é achar que se está acima da critica. Isso é um
pensamento e um comportamento tipicamente de autoritários e totalitários.
Por tal razão que, no Ocidente, como no caso do Brasil,
alguns partidos de esquerda, que vivem em um estado democrático, mas vêem na democracia apenas um degrau para aventuras revolucionárias, gostam das
liberdades que têm para acusar os outros, mas não toleram a critica alheia,
como se fosse um crime ou um pecado.
Só não impõem censura à imprensa porque não
podem.
Totalitários são todos iguais, no campo da ideologia política,
ou no religioso.
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