O jornalista Reinaldo Azevedo sugere, e acato a idéia, que
espalhem seus textos sobre o que está acontecendo na Favela do Moinho, em São
Paulo. Um travesti colocou fogo no barraco para matar seu amante. Foi aí que
tudo começou.
De um incêndio originado em um crime nascem labaredas políticas.
Oportunistas vão ao local para bater no prefeito e fazer demagogia.
Transcrevo parte do excelente texto, e posto o link para o
texto completo no fim.
A GCM foi ao local para isolar um trecho. A favela fica em
parte debaixo de um viaduto que ameaça cair aos pedaços. Há risco de pessoas
morrerem. Supostos lideres do pedaço entram em atrito com os guardas. Há confusão
e ameaças.
...”Mal o confronto havia começado, a favela do Moinho se
encheu de políticos. Foram pra lá a candidata do PPS à Prefeitura, Sônia
Francine, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), o deputado Adriano Diogo (PT-SP)
e, ora vejam, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP). A cena não poderia estar
completa sem a presença do padre Júlio Lancelotti, o que sempre cai de joelhos
diante de um homem humilde.
Incrível! Toda essa gente estava sem agenda, à espera, pelo
visto, de um “conflito social” para ir prestar a sua solidariedade.
Pergunto-me: onde andavam esses patriotas, esses amigos do povo, durante a
gestão de Marta Suplicy (2001-2004). Também havia incêndio em favelas naquele
tempo. Aliás, muito mais do que hoje em dia. Os números são estes:
2001 – 224
2002 – 169
2003 – 200
2004 – 185
A partir de 2005 — são dados oficiais —, caíram
espantosamente as ocorrências:
Gestão Serra
2005 – 151
2006 – 156
Gestão Kassab
2007 – 120
2008 – 130
2009 – 129
2010 – 31
2011 – 79
2012 – 69
O que eu estou sugerindo? Que o fogo gosta do PT? Ainda se
fosse o contrário… Não! Trabalhos de urbanização de favelas e de regularização
das instalações elétricas respondem pela diminuição de ocorrências — tudo
devidamente ignorado pelo noticiário.
O que faziam os petistas ontem à noite na favela do Moinho?
O mesmo que faziam horas depois do incêndio, enquanto os bombeiros ainda
realizavam o trabalho de rescaldo: campanha eleitoral em cima da desgraça
alheia. Os barracos destruídos ainda soltavam seus fumos, e uma equipe de TV de
Fernando Haddad já estava lá, filmando tudo, na certeza de que aquilo rende
votos.
Há, pois, nisso um norte ético, moral mesmo: se as desgraças
rendem votos ao PT, infere-se que os terá tanto mais quanto maiores elas forem.
Seus partidários estavam lá, provavelmente, para acelerar a história.
Não! O partido não age assim só em São Paulo. Age assim onde
quer que seja oposição. Quando, então, chega ao governo, aí usa com gosto as
balas de borracha e o gás pimenta. Em nome da classe trabalhadora, do futuro e
dos amanhãs que cantam!
Esse é o país do petralhas que assombra o país dos decentes,
ricos ou pobres”...
Reinaldo Azevedo
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