Reprodução de arquivo da família. |
A imprensa publica hoje (sexta) uma notícia que parece um pouco mais alentadora sobre o caso da morte da menina Grazielly Lames, de 3 anos, há algumas semanas, atingida por um jet ski que era pilotado por um adolescente, na praia de Guaratuba, em Bertioga (SP).
Segundo as notícias, além dos dois menores que ocupavam o jet ski, e que fugiram apos o atropelamento mortal, que ocorreu na faixa de areia, a policia aprofundou as investigações e, alem dos dois menores indiciados agora foram indiciados mais quatro adultos: o dono do jet ski, o caseiro da casa de praia, e o responsável pela náutica e o mecânico que faziam a manutenção do aparelho de 240 HP de potência. A informação foi dada pelo delegado Rony Oliveira, responsável pela Delegacia Seccional de Santos.
Grazielly estava com sua mãe em Guaratuba, no Carnaval, e era a primeira vez que via o mar. A criança estava animada e queira fazer castelos de areia. Ao final da tarde de 18 de fevereiro, por volta das 18h15, a menina estava com a mãe na faixa de areia quando o jet ski saiu da água em velocidade e a atingiu na cabeça. Quando a mãe percebeu o acidente a criança já estava morrendo.
Apos alguns dias de investigações e de ouvir supostos envolvidos, o delegado de Bertioga chegou a anunciar à imprensa que nenhum adulto seria indiciado, apenas o menor condutor.
Todavia, diante da repercussão do caso e da necessidade de mais informações, o delegado seccional de Santos anunciou à imprensa que o inquérito seria dirigido por Santos.
Testemunhas afirmaram ter visto o adolescente conduzindo o jet ski. Ele teria perdido o controle da embarcação, que seguiu desgovernada para a praia, atingindo Grazielly. A menina morreu de traumatismo craniano. A mãe da menina, a auxiliar de panificação Cirleide Rodrigues de Lames, de 24 anos, contou não ter escutado barulho, nem ter visto o jet ski se aproximar. Segundo a mãe, após o atropelamento, o adolescente pulou de veículo e deixou o local, pois soube-se depois, ficou com medo de ser agredido por populares..
O dono da moto aquática é o empresário José Augusto Cardoso, 51, padrinho do adolescente de 13 anos que pilotava o equipamento. Segundo o amigo do adolescente, que estava no momento do acidente, Cardoso autorizou ambos a pilotar.
Para o delegado Rony Oliveira, segundo a imprensa, os quatro indiciados e o adolescente contribuíram para o acidente. José Augusto Cardoso, padrinho do adolescente e proprietário da embarcação, acabou indiciado por ser “imprudente ao permitir que um garoto pilotasse a moto aquática”.
Segundo o delegado, o adolescente também “foi imprudente ao assumir a condução do veículo e principalmente ao não prender a presilha da chave (ou no colete salva-vidas, ou no pulso, como diz o manual). O laudo pericial anexado ao inquérito constatou que o adolescente deu a partida, chegou a pressionar a alavanca do acelerador, mas a moto aquática provavelmente disparou no mar.
Assim, se a chave estivesse presa com a presilha, a moto aquática teria desligado. Cabe à Justiça definir se ele deve responder a medidas socioeducativas, que vão de advertência à internação.
Conforme a imprensa, Thiago Veloso Lins, dono da náutica e o mecânico Ailton Bispo de Oliveira, responsáveis pela manutenção da moto aquática desde o primeiro semestre de 2011, o delegado considerou que "eles manifestaram imperícia ao não evitarem a oxidação do cabo da borboleta” (do acelerador).
O laudo pericial diz que a moto aquática estava em péssimo estado de conservação. O documento também indica que a oxidação contribuiu para que a aceleração da embarcação fosse maior.
O delegado disse que os dois estiveram na casa de José Augusto na quinta-feira anterior ao acidente, fizeram a manutenção da moto aquática e disseram que estava em boas condições de uso. O caseiro Erivaldo Francisco de Moura, por sua vez, abasteceu a moto aquática, conduziu até o mar e entregou a chave para o adolescente e por isso foi indiciado.
O advogado da família de Grazielly Lames, José Beraldo, não concorda com a conclusão do inquérito policial. Para eles, todos que estavam na casa deveriam ser indiciados, inclusive a mãe do adolescente, entre outros. “Nós vamos batalhar pelo dolo eventual, eles entregaram uma máquina mortífera na mão dos adolescentes”.
José Beraldo vai pedir uma indenização para os pais do adolescente e outra para os padrinhos de R$ 5 milhões cada, totalizando R$ 10 milhões.
Bem, daqui para a frente o caso irá para as mãos da Justiça e espero que os culpados, se a Justiça assim os considerar, sejam punidos. No início, juro que pensei que tudo terminasse por criticarem a mãe de Grazielly e a própria menina por estarem na faixa de areia construindo castelos de areia.
Castelos de areia devem representar sonhos, não pesadelos.
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