Pesquisar este blog

sexta-feira, 16 de março de 2012

MENINO DE 9 ANOS, QUE SONHAVA SER BIÓLOGO, MORTO COM SEIS TIROS NO GRAJAÚ, EM SÃO PAULO. Garoto João Gabriel esperava a perua escolar com o pai. Bandidos desceram de carro atirando contra escolta de caminhão de bebidas.

Acho muito tristes e deprimentes as entrevistas feitas com pais de crianças mortas cujos corpos ainda nem esfriaram nas mesas do IML

Especialmente aquelas crianças que morreram de forma brutal como o garoto João Gabriel, no início da tarde de quinta-feira, na Avenida São Paulo, ao lado da rua Paraíso, no local conhecido como Tocaia, no Grajaú, zona sul de São Paulo, quase limite com São Bernardo do Campo.

Leio na imprensa que ele havia sonhava ser biólogo. Um biólogo é alguém apaixonado pela vida. 

Ouvi também a voz emocionada de seu pai, o porteiro de prédio João Felix, de 35 anos, sendo entrevistado por repórter da rádio Jovem Pan.

O que perguntar a um pai que acaba de perder seu filho de modo tão violento? Profundamente arrasado o pai só pode dizer: “espero justiça”.

O homem estava com seu filho próximo a um ponto de ônibus esperando a perua escolar que levaria o garoto à escola. Na noite anterior o menino assistiu um programa sobre biologia na TV para fazer um trabalho escolar que seria entregue ontem.

Mas isso não pode ser feito. Repentinamente, conta o pai, um carro Monza para e saltam quatro ou cinco homens armados e começam a disparar contra um carro de escolta que acompanhava um caminhão de entrega de bebidas. Muitas balas zunindo, muito barulho, medo.

João Felix percebeu que o filho estava na linha dos tiros e gritou para ele deitar-se no chão. Ao mesmo tempo saltou sobre ele, para protegê-lo com o corpo. Em vão. O garoto estava começando a cair com seis balas no corpo.

Imagino o desespero de um pai que tenta dar a própria vida para salvar a de seu garoto, inutilmente. E qual a razão disso tudo? Um bando de bandidos armados tenta alguma vingança contra a escolta ou um assalto ao caminhão. O pai do menino morto diz que foi uma execução. Deveria ser alguma vingança. Não roubaram nada e fugiram.

Mas roubaram sim, a vida do menino João Gabriel.

VIOLÊNCIA SEM FIM

Essa violência, quase sem fim que se espalha pela sociedade, resulta do cinismo dos nossos dirigentes. Em Brasília, trancados em seus gabinetes confortáveis, garantidos pela segurança oferecida pelo Estado aos figurões da República, circulando em carros blindados com escolta armada, fingem que está tudo bem.

Alguns ministros ainda têm o desplante de incentivar o desarmamento da população civil, como se isso fosse a causa da violência. O que causa a violência é a distorção da máquina pública, os roubos ao erário, o dinheiro que deveria ser aplicado em segurança e é desviado para outras finalidades.

Uma coisa mais normal na vida é um pai sonhar com a felicidade de seus filhos, é leva-los a um ponto de ônibus, é esperar que cresçam fortes e educados e que vençam na vida, não que sejam abatidos como animais por animais armados e impiedosos que vivem soltos pela incompetência dos animais que nos governam.

Quando bandidos circulam com a sensação de liberdade, inclusive para matar qualquer um a qualquer momento, com a certeza de que nada acontecerá, então é um péssimo sinal; significa que os cidadãos de bem, que deveriam circular livremente é que passam a andar por aí com medo, como se fossem eles os devedores, os maus, os que precisam ser caçados.

Há alguma coisa profundamente perversa acontecendo em nossos dias.      

IMAGEM: reprodução de página da Internet (G1)

Nenhum comentário:

Postar um comentário