THIELE DOS SANTOS FACCO LUTOU COM A MORTE |
Thiele, lamentavelmente,
representa todas as vítimas de crimes bárbaros cometidos por idiotas ciumentos;
sujeitos mal resolvidos - ou canalhas extremados - que se recusam a ouvir um “não”.
Sei que me repito, mas é inevitável relembrar o fabuloso Nelson Rodrigues e sua frase imortal: “Se não podes ser minha, não serás de mais ninguém”. Mas a frase poderia expressar apenas um desejo de que a ex-amada amante nunca mais fosse feliz com alguém; mas não, ela representa aquilo que há de mais brutal, profundo, animalesco no coração de muitos assassinos: o desejo da humilhação, de domínio, da aniquilação total do outro, a morte. A morte eterna.
Há poucas informações na imprensa sobre a história de Thiele dos Santos Facco, 23 anos. Sabemos que era do Rio Grande do Sul e, por alguma razão, a vida a levou para Cascavel, no Oeste paranaense. Para estudar, para trabalhar?
Cidade rica, grande, uma das maiores do Paraná. Ali, na encruzilhada de duas estradas importantes, a BR 272 e a BR 163 cresceu Cascavel, que conheci em 1968, ainda com as largas avenidas de barro vermelho, sem asfalto.
Sei que me repito, mas é inevitável relembrar o fabuloso Nelson Rodrigues e sua frase imortal: “Se não podes ser minha, não serás de mais ninguém”. Mas a frase poderia expressar apenas um desejo de que a ex-amada amante nunca mais fosse feliz com alguém; mas não, ela representa aquilo que há de mais brutal, profundo, animalesco no coração de muitos assassinos: o desejo da humilhação, de domínio, da aniquilação total do outro, a morte. A morte eterna.
Há poucas informações na imprensa sobre a história de Thiele dos Santos Facco, 23 anos. Sabemos que era do Rio Grande do Sul e, por alguma razão, a vida a levou para Cascavel, no Oeste paranaense. Para estudar, para trabalhar?
Cidade rica, grande, uma das maiores do Paraná. Ali, na encruzilhada de duas estradas importantes, a BR 272 e a BR 163 cresceu Cascavel, que conheci em 1968, ainda com as largas avenidas de barro vermelho, sem asfalto.
A ESTRADA, REPRESENTANDO A VIDA, NO FINAL DE "TEMPOS MODERNOS". HAPPY END. |
As estradas. Ah!, as estradas.
Eles levam e trazem cargas, pessoas e sonhos. A BR 272 corre de leste a oeste, indo em direção ao
Paraguai; a BR 163 de norte a sul, indo de Cuiabá (MT) até o Rio Grande do Sul,
de onde partiu Thiele.
O que é o destino, a vida, a sorte (ou o azar?); Thiele foi baleada às margens da BR 163, perto de uma plantação de soja. Provavelmente a mesma estrada que a levou a Cascavel anos atrás.
Leio nas incompletas matérias da imprensa que Adilson Ferreira da Costa, 30 anos, que viveu com Thiele por 3 anos, foi preso domingo pela polícia de Cascavel em um sítio onde estava escondido.
ESCAPAR DA MORTE É DIFÍCIL
O que é o destino, a vida, a sorte (ou o azar?); Thiele foi baleada às margens da BR 163, perto de uma plantação de soja. Provavelmente a mesma estrada que a levou a Cascavel anos atrás.
Leio nas incompletas matérias da imprensa que Adilson Ferreira da Costa, 30 anos, que viveu com Thiele por 3 anos, foi preso domingo pela polícia de Cascavel em um sítio onde estava escondido.
ESCAPAR DA MORTE É DIFÍCIL
DOR DE ERENITA FÁTIMA DOS SANTOS, MÁE DE THIELE |
Quando as parcas, as auxiliares
da Morte, resolvem sobre o destino de alguém, é difícil escapar. O caso de
Thiele é um triste exemplo. Quem consegue escapar, de imediato,um tiro à queima-roupa, no
rosto, cuja bala saiu pela nuca? Pouquíssima gente, com certeza. Mesmo assim Thiele conseguiu isso.
Pois se há Justiça divina, por estranho que possa parecer, ela foi feita, não a Thiele, ao fim das contas, pois agora ela está morta; mas a garota conseguiu lutar com a morte por mais de 100 horas e, nesse tempo, antes de passar por várias operações, teve tempo de contar, ela mesma, a quem a socorreu, a história do crime. Isso colocará o agora seu assassino na cadeia.
Por ironia, a pobre moça teve que fingir-se de morta para que o suspeito a abandonasse caída na beira da estrada. Como a bala atravessou do rosto à nuca e ela caiu, o sujeito imaginou que ela estivesse morta.
O que faz a polícia pensar em crime premeditado (embora por motivos passionais) foi que Adilson, na sexta-feira (25), antes de dar um tiro em Thiele a teria torturado para que ela passasse alguns bens para ele, um deles um automóvel Astra que foi encontrado na casa de um parente dele.
Pois se há Justiça divina, por estranho que possa parecer, ela foi feita, não a Thiele, ao fim das contas, pois agora ela está morta; mas a garota conseguiu lutar com a morte por mais de 100 horas e, nesse tempo, antes de passar por várias operações, teve tempo de contar, ela mesma, a quem a socorreu, a história do crime. Isso colocará o agora seu assassino na cadeia.
Por ironia, a pobre moça teve que fingir-se de morta para que o suspeito a abandonasse caída na beira da estrada. Como a bala atravessou do rosto à nuca e ela caiu, o sujeito imaginou que ela estivesse morta.
O que faz a polícia pensar em crime premeditado (embora por motivos passionais) foi que Adilson, na sexta-feira (25), antes de dar um tiro em Thiele a teria torturado para que ela passasse alguns bens para ele, um deles um automóvel Astra que foi encontrado na casa de um parente dele.
THIELE E ADILSON. QUANDO ERAM FELIZES? |
Depois disso, ela mesmo contou a
uma mulher que a atendeu na beira da estrada, ele a levou até perto de uma
plantação, a mandou ajoelhar-se e rezar, pela última vez!
E ele foi capaz, mesmo, de puxar o gatilho.
Mais tarde ele foi até a loja em que Thiele trabalhava perguntando por ela, como se a procurasse. O delegado acredita que ele estaria pretendendo criar um álibi, e apresentar-se como inocente.
Mas, embora Thiele visse a morrer no dia 29, após algumas operações, pode ela mesma contar o que aconteceu.
Assim, Thiele escapou da morte uma vez, o que a permitia ajudar no esclarecimento do crime, mas não resistiu ao destino traçado pelas parcas, morreu às margens da BR 163, uma das estradas que ligam o Paraná ao Rio Grande do Sul.
Estradas, além de ligar lugares, também carregam sonhos, e simbolizam a vida.
Ao longo do tempo uma das metáforas mais fortes é considerar a vida como uma estrada pela qual viajamos. Há muitas paisagens à beira da estrada. Há estradas retas e estradas cheias de curvas; trajetos acidentados; trajetos interrompidos, como a da viagem de Thiele na Terra.
Podemos imaginar estradas retas e longas pelo deserto ou grandes montanhas que devem ser ultrapassadas, no horizonte, como o casal de Tempos Modernos (Filme de Charlie Chaplin).
E ele foi capaz, mesmo, de puxar o gatilho.
Mais tarde ele foi até a loja em que Thiele trabalhava perguntando por ela, como se a procurasse. O delegado acredita que ele estaria pretendendo criar um álibi, e apresentar-se como inocente.
Mas, embora Thiele visse a morrer no dia 29, após algumas operações, pode ela mesma contar o que aconteceu.
Assim, Thiele escapou da morte uma vez, o que a permitia ajudar no esclarecimento do crime, mas não resistiu ao destino traçado pelas parcas, morreu às margens da BR 163, uma das estradas que ligam o Paraná ao Rio Grande do Sul.
Estradas, além de ligar lugares, também carregam sonhos, e simbolizam a vida.
Ao longo do tempo uma das metáforas mais fortes é considerar a vida como uma estrada pela qual viajamos. Há muitas paisagens à beira da estrada. Há estradas retas e estradas cheias de curvas; trajetos acidentados; trajetos interrompidos, como a da viagem de Thiele na Terra.
Podemos imaginar estradas retas e longas pelo deserto ou grandes montanhas que devem ser ultrapassadas, no horizonte, como o casal de Tempos Modernos (Filme de Charlie Chaplin).
A VIDA DE THIELE: TEMPESTADE NA ESTRADA |
Ou
estradas que, de um momento para outro, vêem o Sol desaparecer e surgir uma
tempestade.
Às vezes, como no caso da estrada da vida de Thiele, a tempestade pode ser mortal.
RIP Thiele.
Às vezes, como no caso da estrada da vida de Thiele, a tempestade pode ser mortal.
RIP Thiele.
ADILSON PRESO
A DOR DA FAMÍLA DE THIELE
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