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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

KAYO SILVA COSTA. GAROTO DE OITO ANOS TOMA TIRO E MORRE EM BANGU. Kayo não conseguiu atravessar a rua, uma bala o pegou antes. Ele estava com a avó, Rosana da Silva: “...Não deu nem tempo da gente correr. Na hora, só pedi a Deus para tirar ele dali, para salvar ele. Na hora só pensei: Senhor, não era para eu estar aqui agora com ele” (VIDEO).

KAYO SILVA COSTA, 8 ANOS (FACEBOOK)


IMPOTENTE, A AVÓ PEDE A DEUS PELA VIDA DE KAYO. ELE ESTÁ CAÍDO NO CHÃO

Deus do Céu, uma avó é duas vezes mãe. Kayo, Kayo, que triste despedida para a sua avó!

Imaginem o horror, o medo, a sensação de impotência pela qual passou a avó do pobre garoto. Observem o vídeo e vejam que todos foram tomados de surpresa por conta do tiroteio provocado pela tentativa de bandidos invadirem o Fórum de Bangu, na qual morreu, também um policial além do garoto.

O menino toma o tiro e começa a cair, a avó não percebe claramente o que acontece e tenta esconder-se também mas, numa fração de segundo, volta até o menino e percebe que ele não se mexe. 

Ela fica meio ajoelhada e levanta as mãos para o alto, como a pedir a Deus.




ONDE ESTÃO AS ONGS DOS DIREITOS HUMANOS?

Até o momento eu não soube de grandes manifestações daqueles grupos ligados a ongs dos direitos humanos, que choram tanto por bandidos mortos, nem de entidades como a OAB, ou outras que se manifestam quando alguém do crime morre ou desaparece.

A solidariedade, o amor ao próximo, a atenção ao outro ficou seletiva no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, onde se desenvolveu a Cultura Bandida. 

Ao longo dos anos as coisas foram ficando tão deformadas que aqueles que se julgam bons, ligados às tais entidades, mal prestam a atenção aos mortos do dia a dia, anônimos, pessoas comuns, crianças, jovens ou idosos vítimas da violência que mata 50 mil pessoas por ano no Brasil.

Não, para essa gente o menino Kayo, cheio de futuro, pode ser tratado como mais um número, como estatística, quase como coisa descartável, assim como tantas outras vítimas silenciosas.

Por Kayo choram as pessoas comuns, que ficam entre os tiroteios de gangues criminosas ou de enfrentamentos entre polícia e bandidos. Por Kayo choram os anônimos, que se identificam com seu triste destino pois, com certeza, já perderam alguém assim dessa forma, levado pela má sorte.

No Brasil, este país de dirigentes cínicos e corruptos, só as pessoas comuns, sem nome, sem pedigree, sentem emoções fortes e choram, e lamentam quase anonimamente, pedindo proteção a Deus, para que não sejam as próximas vítimas.   

Existe a sorte, existe o azar; existe a vida, existe a Morte. O garoto Kayo da Silva Costa teve a má sorte de estar naquele lugar, perto do Fórum de Bangu, exatamente quando uma quadrilha de criminosos tentou invadir o prédio para resgatar outro bandido.

O garoto ficou no trajeto de uma bala que buscava, talvez, ninguém. A conformação é difícil nesse caso; talvez Deus escreva mesmo por linhas tortas. 

Mas os homens, especialmente aqueles que dirigem a cidade, o estado e o país, deveriam ter mais vergonha na cara e parar de namorar com a violência, fazer discursos ambíguos que estimulam a bandidagem. Está na hora do governador parar de fazer de conta que pacificou alguma coisa no Rio de Janeiro.

Ele apenas brinca de gato e rato com os bandidos; mas para que a brincadeira possa continuar é preciso que os ratos possam escapar. 

E, numa cidade em que artistas e intelectuais e acadêmicos fazem arte, música, filmes e teses sobre a bandidagem, com um olhar cheio de carinho, até o limite do obsceno, o ambiente sempre será perigoso, desfavorável, um inferno para os cidadãos que gostariam apenas de trabalhar decentemente, ver as leis cumpridas, acompanhar o crescimento de seus filhos.

Coisa que os pais de Kayo não terão, agora, a chance de sentir e viver.

VIDEO DE KAYO SENDO BALEADO 






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