NATÁLIA. POR ONDE ANDA JOAQUIM? |
O caso do garoto Joaquim Ponte Marques,
3 anos de idade, com um tipo raro de diabete, sumiu de casa de modo
absolutamente inexplicável, como se tivesse escapado de um quarto fechado, sem portas
ou janelas. Seu desaparecimento aparentemente intriga a polícia e seus
parentes, especialmente sua mãe que disse que o viu dormindo de madrugada,
quando foi amamentar outra criança.
O padrasto já confessou que saiu de casa logo
após a meia-noite para comprar drogas mas que, quando voltou, sem que a mulher
percebesse, a criança estava dormindo.
Pois bem, pelas narrativas, se o
garoto foi visto dormindo por Guilherme depois da meia-noite, e pela mãe
depois das três horas da madrugada, deve ter saído de casa entre essa hora e as
sete da manhã, quando Natália foi ao seu quarto para aplicar uma injeção de
insulina.
O menino teria, então, conforme a
história deles, desaparecido no espaço dessas 4 horas.
JOAQUIM, 3 ANOS |
MISTÉRIO
Mas a casa tem grades altas e com
pontas, o menino tinha só 80 cm de altura, o portão estava trancado a cadeado,
os muros laterais têm mais de dois metros de altura. Como Joaquim saiu da casa?
Pois é, é essa história estranha,
quase inacreditável que a Polícia terá que investigar.
Teria alguém entrado na casa e
tirado a criança sem que alguém percebesse? Sem que o menino acordasse e
chorasse, gritasse ou fizesse barulho? Eu não acredito em histórias de
abduzidos.
DÉCADA DE 60
A misteriosa história de Joaquim
Ponte Marques me fez lembrar de uma revistinha de banca de contos policiais, de
excelente qualidade, que existia na década de 60: Mistery Ellery Queen. Publicava
os melhores contos de gente como Edgar Allan Poe e outros mais ou menos
famosos, mas todos muito bem escritos e engenhosos.
Aprendi que não há o crime
perfeito. Quem roubaria o menino de dentro de casa? Com qual finalidade? Pedir algum
resgate? É possível, talvez a polícia esteja investigando essa hipótese. Mas,
ao menos em termos de noticiário, não há nada sobre isso.
O menino teria a mania de acordar
de madrugada para explorar o quarteirão e as redondezas? Não seria impossível
algo assim, mas creio que não de madrugada. Muitas crianças podem ter o espírito
aventureiro, mas não de noite. Noites escuras podem ser assustadoras.
Se ninguém invadiu a casa (e não
há mesmo sinais de arrombamento e invasão), e se o menino não saiu sozinho para
se aventurar, há a hipótese de ter sido tirado por alguém que estivesse na
casa.
Quem saiu à meia noite para
comprar drogas? O padrasto, segundo ele mesmo. A mãe, pelo visto, não percebeu
nada, pois estaria dormindo, segundo contou. Quem diz que deixou o menino
dormindo foi o próprio Guilherme.
A polícia terá que descobrir se
ele saiu ou não com o garoto. Mas, nesse caso, qual poderia ser a razão? Levaria um menino de 3 anos a um encontro com um
traficante de drogas? Levaria o menino a passear na beira de um córrego com muito mato em plena madrugada escura?
A HISTÓRIA DO LEÃO
Certa vez li uma história de
caçador que também me intrigou bastante, eu deveria ter uns dez anos de idade. Um
leão que era líder recente de um grupo de leões matou cruelmente vários
filhotes das leoas do grupo, as “suas” leoas.
Segundo li anos mais tarde, leões que lideram grupos matam filhotes que ele não sabe se são seus para controlar a sua herança genética. Ele só deixa com vida os seus próprios filhos.
Segundo li anos mais tarde, leões que lideram grupos matam filhotes que ele não sabe se são seus para controlar a sua herança genética. Ele só deixa com vida os seus próprios filhos.
Isso me fez lembrar de uma
história dos anos 60, ocorrida na região de Presidente Prudente, em que um
homem que morava com uma professora acabou acusado de haver matado o filho pequeno
da professora que, na verdade, era apenas seu filho adotivo.
O garoto era muito doente, tinha
dois, três, ou quatro anos, não me lembro bem, e a criança dava muito trabalho.
O casal havia tido outra criança, que tinha alguns meses. Era uma crise
constante, a doença de um, a falta de dinheiro, a falta de tempo, a tensão.
Um dia a criança sumiu.
Outros tempos. Sem Internet. Muita
gente imaginou que a criança pudesse ter sido raptada por grupos de nômades,
que montavam acampamentos aqui e ali e, vez ou outra, faziam pequenos roubos.
Muitos anos mais tarde
descobriu-se que o padrasto e a mãe, cansados da doença da criança e da falta de condições,
haviam atirado a criança em um velho poço abandonado. Entre a criança doente, que não era do casal (só da mãe) e a menor, filho de ambos, fizeram uma escolha.
Tudo em nome do amor.
RIBEIRÃO PRETO
GUILHERME, O ÚLTIMO A VER JOAQUIM? (FOTO MAURICIO GLAUCO/EPTV) |
Voltando dessa viagem no tempo,
temos o caso do menino Joaquim. A Polícia acha os depoimentos de Natália e
Guilherme um pouco divergentes. O cão farejador policial Apache parece haver
farejado uma trilha com o cheiro de Guilherme e Joaquim até o córrego
Tanquinho.
O córrego Tanquinho desagua no
ribeirão Preto, que desagua no Rio Pardo. Os bombeiros andaram fazendo buscas no Rio Pardo. A Polícia, com o apoio da Promotoria, pediu à Justiça a prisão temporária do casal.
Eu nunca acreditei, de fato, que
crianças pudessem sair sozinhas de caixas fechadas, como no circo. Sempre é um truque.
Algum adulto deve ter dado uma ajudinha.
Crianças não saem sozinhas de
noite, pode haver leões estranhos por perto.
LEIA O TEXTO ANTERIOR SOBRE O CASO DE JOAQUIM:
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