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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

RIBEIRÃO PRETO. O DESAPARECIMENTO DO MENINO JOAQUIM. Sua mãe Natália e o padrasto Guilherme dizem que sumiu, misteriosamente, de dentro de casa, durante a madrugada de terça-feira. Coisas assim acontecem, a vida é capaz de muitas surpresas, mas são muito raras. Que eu saiba, o garoto não trabalhava para mágicos de circo.



NATÁLIA. POR ONDE ANDA JOAQUIM?

O caso do garoto Joaquim Ponte Marques, 3 anos de idade, com um tipo raro de diabete, sumiu de casa de modo absolutamente inexplicável, como se tivesse escapado de um quarto fechado, sem portas ou janelas. Seu desaparecimento aparentemente intriga a polícia e seus parentes, especialmente sua mãe que disse que o viu dormindo de madrugada, quando foi amamentar outra criança. 

O padrasto já confessou que saiu de casa logo após a meia-noite para comprar drogas mas que, quando voltou, sem que a mulher percebesse, a criança estava dormindo.

Pois bem, pelas narrativas, se o garoto foi visto dormindo por Guilherme depois da meia-noite, e pela mãe depois das três horas da madrugada, deve ter saído de casa entre essa hora e as sete da manhã, quando Natália foi ao seu quarto para aplicar uma injeção de insulina.

O menino teria, então, conforme a história deles, desaparecido no espaço dessas 4 horas.

JOAQUIM, 3 ANOS

MISTÉRIO

Mas a casa tem grades altas e com pontas, o menino tinha só 80 cm de altura, o portão estava trancado a cadeado, os muros laterais têm mais de dois metros de altura. Como Joaquim saiu da casa?

Pois é, é essa história estranha, quase inacreditável que a Polícia terá que investigar.

Teria alguém entrado na casa e tirado a criança sem que alguém percebesse? Sem que o menino acordasse e chorasse, gritasse ou fizesse barulho? Eu não acredito em histórias de abduzidos.

DÉCADA DE 60

A misteriosa história de Joaquim Ponte Marques me fez lembrar de uma revistinha de banca de contos policiais, de excelente qualidade, que existia na década de 60: Mistery Ellery Queen. Publicava os melhores contos de gente como Edgar Allan Poe e outros mais ou menos famosos, mas todos muito bem escritos e engenhosos.

Aprendi que não há o crime perfeito. Quem roubaria o menino de dentro de casa? Com qual finalidade? Pedir algum resgate? É possível, talvez a polícia esteja investigando essa hipótese. Mas, ao menos em termos de noticiário, não há nada sobre isso.

O menino teria a mania de acordar de madrugada para explorar o quarteirão e as redondezas? Não seria impossível algo assim, mas creio que não de madrugada. Muitas crianças podem ter o espírito aventureiro, mas não de noite. Noites escuras podem ser assustadoras.

Se ninguém invadiu a casa (e não há mesmo sinais de arrombamento e invasão), e se o menino não saiu sozinho para se aventurar, há a hipótese de ter sido tirado por alguém que estivesse na casa.

Quem saiu à meia noite para comprar drogas? O padrasto, segundo ele mesmo. A mãe, pelo visto, não percebeu nada, pois estaria dormindo, segundo contou. Quem diz que deixou o menino dormindo foi o próprio Guilherme.

A polícia terá que descobrir se ele saiu ou não com o garoto. Mas, nesse caso, qual poderia ser a razão?  Levaria um menino de 3 anos a um encontro com um traficante de drogas? Levaria o menino a passear na beira de um córrego com muito mato em plena madrugada escura?

A HISTÓRIA DO LEÃO

Certa vez li uma história de caçador que também me intrigou bastante, eu deveria ter uns dez anos de idade. Um leão que era líder recente de um grupo de leões matou cruelmente vários filhotes das leoas do grupo, as “suas” leoas. 

Segundo li anos mais tarde, leões que lideram grupos matam filhotes que ele não sabe se são seus para controlar a sua herança genética. Ele só deixa com vida os seus próprios filhos.

Isso me fez lembrar de uma história dos anos 60, ocorrida na região de Presidente Prudente, em que um homem que morava com uma professora acabou acusado de haver matado o filho pequeno da professora que, na verdade, era apenas seu filho adotivo.

O garoto era muito doente, tinha dois, três, ou quatro anos, não me lembro bem, e a criança dava muito trabalho. O casal havia tido outra criança, que tinha alguns meses. Era uma crise constante, a doença de um, a falta de dinheiro, a falta de tempo, a tensão.

Um dia a criança sumiu.

Outros tempos. Sem Internet. Muita gente imaginou que a criança pudesse ter sido raptada por grupos de nômades, que montavam acampamentos aqui e ali e, vez ou outra, faziam pequenos roubos.

Muitos anos mais tarde descobriu-se que o padrasto e a mãe, cansados da doença da criança e da falta de condições, haviam atirado a criança em um velho poço abandonado. Entre a criança doente, que não era do casal (só da mãe) e a menor, filho de ambos, fizeram uma escolha. 

Tudo em nome do amor.  

RIBEIRÃO PRETO

GUILHERME, O ÚLTIMO A VER  JOAQUIM? (FOTO MAURICIO GLAUCO/EPTV)

Voltando dessa viagem no tempo, temos o caso do menino Joaquim. A Polícia acha os depoimentos de Natália e Guilherme um pouco divergentes. O cão farejador policial Apache parece haver farejado uma trilha com o cheiro de Guilherme e Joaquim até o córrego Tanquinho.

O córrego Tanquinho desagua no ribeirão Preto, que desagua no Rio Pardo. Os bombeiros andaram fazendo buscas no Rio Pardo. A Polícia, com o apoio da Promotoria, pediu à Justiça a prisão temporária do casal.

Eu nunca acreditei, de fato, que crianças pudessem sair sozinhas de caixas fechadas, como no circo. Sempre é um truque. Algum adulto deve ter dado uma ajudinha.

Crianças não saem sozinhas de noite, pode haver leões estranhos por perto. 


LEIA O TEXTO ANTERIOR SOBRE O CASO DE JOAQUIM:




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