JOAQUIM FOI MORTO ANTES DE SER JOGADO NO CÓRREGO TANQUINHO. |
Desde o início, a história de
Joaquim é estranha, trágica demais, inaceitável. Como um garoto de três anos, que esteve
pouco tempo atrás na UTI por conta de uma Diabetes tipo 1, que tomava várias
doses de insulina por dia, teria conseguido sair de madrugada de uma casa cercada por muros
altos e cujo portão estava trancado por um cadeado, sem que ninguém percebesse
nada?
Ou ele teria saído sozinho e caído
no riacho, o que seria praticamente impossível à três horas da manha, ou ele
teria sido seqüestrado de dentro de casa sem que a mãe e o padrasto tivessem
percebido alguma coisa!
A outra hipótese é a mais
arrepiante: ele poderia ter sido morto – por algum motivo a descobrir – dentro de
casa, pelo padrasto ou por ele e a mãe.
HISTÓRIA DE JOAQUIM
É bom lembrar a história de
Joaquim. O garoto tinha três anos, sendo filho biológico de Natália Mingone Ponte
e Artur Pontes, de quem Natália se separou quando Joaquim tinha um ano de
idade.
Natália, 29 anos, era então psicóloga
de uma clínica para viciados e conheceu Guilherme Longo, 28 anos, técnico em
informática, que estava internado. Ela acabou se apaixonando por ele e, quando
ele foi liberado da clínica passaram, a viver juntos.
Isso aconteceu há cerca de
dois anos. Desse modo, Guilherme era como um pai para o menino Joaquim.
Há quatro meses nasceu uma
criança, filha dos dois, meio-irmã de Joaquim. Recentemente Guilherme voltou a
usar drogas. Recentemente os dois descobriram que Joaquim tinha uma doença
grave, quase tendo morrido e que o obrigou a ficar na UTI mais de uma semana,
uma Diabete tipo 1.
A saúde de Joaquim exigiu a máxima
atenção de Natália e Guilherme.
Guilherme conseguia trabalhar e
ganhar dinheiro com informática? Não se sabe. Natália havia começado a
trabalhar novamente como psicóloga e ajudar nas despesas? Não se sabe.
O que se sabe é que ela tinha uma
criança de quatro meses e um filho de 3 anos muito doente. Mulheres estafados após o parto
podem ficar muito descontroladas. Não há acusação formal da polícia contra Natália, a
situação é de suspeita, para investigação.
Guilherme, como dependente
químico que voltou a usar droga é outro caso de descontrole possível.
GUILHERME LONGO, INVESTIGADO |
HISTÓRIA DE UM VICIADO
Morei em uma república
estudantil, há 35 anos, no interior, com um grupo de universitários como eu,
mas tivemos a infelicidade de ter no grupo um sujeito que, normalmente, era de
bom trato.
Descobrimos que ele era viciado em cocaína (isso em 1968!). Seus dentes
rangiam à noite; e quando não conseguia a droga ficava violentíssimo. Certa
vez, diante das críticas, saiu correndo atrás de mim com uma longa faca de cozinha, certamente
para me matar.
Na época eu era um bom atleta e corri
mais rápido. Depois ele se desculpou, etc... mas, durante dias não consegui
dormir direito.
Imagino, apenas imagino, o
padrasto irritado por falta da droga e o garoto não querendo dormir, choramingando; ou a falta de dinheiro.
A mãe
disse que no dia quatro, segunda-feira, ela foi dormir e cuidar da outra criança
e que Joaquim ficou com Guilherme para fazê-lo dormir, perto da meia noite.
Quando ela acordou, às sete horas da
manhã, na terça, para dar insulina ao garoto ele não estava na cama. Ela procurou por
toda casa e não o achou. Daí avisou a polícia sobre o suposto desaparecimento
do menino.
Guilherme contou que depois da meia
noite, após o menino dormir, saiu para comprar drogas mas que não achou nada. Quando
voltou o menino estaria dormindo. A polícia encontrou, segundo a imprensa, um lenço molhado de urina. Joaquim pode ter urinado na cama e isso pode haver deixado Guilherme irritado.
Todavia, segundo os seus relatos à polícia, nem Guilherme e nem Natália
perceberam nada de estranho, não ouviram barulhos, não viram o menino acordar e
sair (se é que acordou e saiu) e nenhum suspeito dentro de casa. Mas afirmam
que o menino estava dormindo e sumiu!
NATÁLIA, INVESTIGADA |
O MISTÉRIO
É esse mistério que está sendo
investigado pela polícia. De minha parte, imagino que a possibilidade de um a garoto
doentio de 3 anos haver saído de dentro de casa de madrugada para aventurar-se é
quase uma alucinação.
Por isso no texto anterior contei a história da caixa de papelão que sequestrou a menina. Para mim Joaquim só pode ter saído de casa dentro de uma caixa de papelão mágica que o levou passear.
Aceitar que alguém tenha entrado na
casa apenas para sequestrar o garoto sem que ninguém percebesse nada, outra
alucinação igual. Seqüestros acontecem, mas dessa forma está um pouco estranho
demais.
Restam Guilherme e Natália.
A escola que o garoto freqüentava informou que
o menino não aparecia às aulas a uma semana, antes do sumiço do dia cinco. Algum
parente o viu nesses dias?
Não há acusações contra Guilherme
e Natália, apenas perguntas, dúvidas, mistério. E investigações. Foi por esse motivo que a Justiça decretou a prisão deles por 30 dias. Como a polícia técnica disse que o menino não morreu afogado, então ele foi assassinado, ou morto involuntariamente, mas alguém o matou. E isso precisa ser esclarecido.
Como um garoto de 3 anos saiu de
casa de madrugada, como foi morto, e, por que foi jogado em um riacho perto de
casa?
O resto já sabemos, seu corpo
apareceu flutuando no Rio Pardo, em Barretos.
Foi a última viagem de Joaquim.
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