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quarta-feira, 30 de maio de 2012

O DOUTOR BASTOS E OS CAROS AMIGOS DE CARLINHOS CACHOEIRA. OU, POR QUE NINGUÉM PAGA AS NOSSAS CONTAS?

Amigos liquidam a fatura
O procurador regional da República, no Rio Grande do Sul, Manoel Pastana, encaminhou ao Ministério Público Federal, em Goiás, representação solicitando investigação sobre a origem do dinheiro pago pelo empresário Carlinhos Cachoeira ao seu advogado, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. A quantia paga teria sido de R$15 milhões.

Bem, isso é o que está noticiado na imprensa. Ali também se lê que o escritório de Bastos emitiu uma nota dizendo que essa é uma medida que foge à história democrática do Ministério Público: “Trata-se de retrocesso autoritário incompatível com a história democrática do Ministério Público. Esse procurador confunde deliberadamente o réu e o advogado responsável por sua defesa, abusando do direito de ação”.

É que o procurador Pastana disse haver ficado estupefato com a quantia que teria sido paga por Cachoeira e Bastos pela defesa no processo que envolve a CPI. Segundo o procurador, o mistério seria a origem do dinheiro.

Segundo o procurador Manoel Pastana, pode ter havido lavagem ou receptação culposa de dinheiro obtido por meio de crime. Ele cita reportagens que afirmam que Thomaz Bastos receberá R$ 15 milhões pela defesa de Cachoeira. De acordo com o procurador, Cachoeira está com bens bloqueados e não tem renda para justificar os pagamentos.

O ex-ministro, por meio de nota, disse repudiar as "ilações" do procurador e que o questionamento é "um retrocesso autoritário" e uma "tentativa de intimidação". (Folha de São Paulo).

QUANTIA ASTRONÔMICA

A OAB-Brasil também meteu a colher no caso e criticou o procurador, chamando a acão de “mídiática”. Assinada pelo presidente da entidade, Ophir Cavalcante, a nota diz que não se pode imputar a prática de crime a um advogado por estar exercendo a profissão.

“O Conselho Federal da OAB se põe ao lado do advogado Márcio Thomaz Bastos, que simboliza nesse caso o direito de defesa constitucional conferido a qualquer cidadão brasileiro e manifesta repúdio à atitude de um membro do Ministério Público que tenta denegrir a imagem da advocacia brasileira, tentando confundir o exercício profissional com os atos que são imputados ao seu constituinte”.

Tem razão a OAB em defender o trabalho do advogado; tem razão o procurador em ficar espantado e fazer perguntas. E tem razão o público de ficar interessado em saber como um empresário com os bens bloqueados pela Justiça poderá pagar a conta fabulosa.

Claro que Bastos não deve ter recebido nada ainda. Ele parece ser dono de uma banca bastante alimentada, financeiramente. Trabalho não lhe falta. Mas o procurador não parece estar de todo errado, ou apenas em busca dos holofotes da imprensa, quando se propõe descobrir a origem do dinheiro; afinal, a CPI já está mostrando como se cruzam interesses privados com dinheiro público nos bastidores mal iluminados de Brasília e outras capitais do Pais. As contas da Delta, que serão devassadas talvez possam jogar mais luz nessa história toda. 

Para nós, o reles público, aquele que paga muitas dessas contas, fica a oportunidade de saber como parece fácil a alguém endinheirado, que é o que parece ser o senhor Cachoeira, dispor, agora, ou mais adiante, pouco importa, de R$15 milhões para pagar sua defesa diante da Justiça.

Segundo Lauro Jardim, do Radar Online, Bastos teria dito que em situações assim, como a de Cachoeira, amigos costumam liquidar a fatura. Uau! Por onde andam esses amigos? Por que nunca temos amigos assim, não é sêo João, não é dona Maria? 

FOTO:
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/tag/marcio-thomaz-bastos/

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