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terça-feira, 5 de março de 2013

HUGO CHÁVEZ NÃO NÃO ESTÁ MAIS ENTRE NÓS. O CORONEL BOLIVARIANO CALOU-SE PARA SEMPRE. Seis anos após a ríspida ordem dada pelo rei Juan Carlos de Espanha, em Santiago do Chile ao falastrão da Venezuela: “Por qué não te callas?”, Chávez silenciou definitivamente. Será enterrado na sexta-feira (8), 89 dias após haver se despedido dos venezuelanos pela TV, em 8 de dezembro. (video)


A morte de Hugo Chávez não me espantou, o que me espantou foi a teimosia dos comandantes chavistas em assumirem a gravidade da doença e o real estado em que o líder bolivariano se encontrava. Mantiveram o povo venezuelano desinformado e ainda acusaram a oposição e a imprensa de tentarem desestabilizar o governo com boatos.

De certo modo, de fato, nem isso deveria nos espantar, uma vez que a política bolivariana, inspirada pelos ventos vindos de Havana, está embebida da idéia leninista de que os fins justificam os meios. Sendo assim, valeria até mentir sobre a saúde de Chávez, para manter o povo emocionado e aumentando as chances de Nicolás Maduro, o herdeiro político escolhido por Chávez, nas próximas eleições, que agora, após a sua morte anunciada, deverão acontecer em 30 dias.

A história toda do drama do homem Hugo Chávez, acometido por um câncer agressivo, em metástase, não é fora do comum. Milhares de pessoas conhecem alguém que morreu devido a um câncer intratável.

Mas a história do presidente Hugo Chávez, aquele que, em sua própria imaginação, deveria ser o novo Simon Bolívar, foi um pouco diferente. Um coronel acreditando-se predestinado a levar o povo venezuelano à salvação não pode ficar doente. Um salvador não pode ter uma doença como os simples mortais que o cercam.

Embora seu colega brasileiro, Lula, também tenha sido acometido por um câncer, este, assim como Dilma Rousseff, ou o ex-presidente Lugo, do Paraguai, ambos também doentes, lidaram de modo diferente com a divulgação de informações.

Todos os três foram transparentes com a difusão de informações, além de submeterem-se ao tratamento em hospital altamente qualificado como o Sírio Libanês, em São Paulo.

O PARANÓICO

Hugo Chávez, desde que aceitou publicamente estar com câncer, nunca esclareceu, de fato, que tipo de câncer tinha e, ao contrários dos demais líderes ligados ao Foro de São Paulo, não aceitou ser tratado no Sírio Libanês.

No caso da recusa de Chávez em ser tratado no Brasil (não sei se o teriam salvo, posto que o câncer que o acometeu é terrivelmente agressivo, mas talvez pudesse ter vivido um pouco mais e em melhores condições físicas) ficou evidente a mesma paranóia com segurança, provavelmente herdada de seu mestre Fidel Castro.

Para ser tratado no Brasil Chávez queria um andar inteiro do hospital isolado, com a presença de policiais e, ainda, que os médicos não emitissem os boletins diários relativos ao tratamento. Tinha pavor de ser envenenado ou ser morto por agentes da CIA!  

Assim, não restou outra alternativa que submeter-se ao tratamento médico cubano, absolutamente insuficiente para uma doença como a dele. Cuba faz muita propaganda de sua medicina, mas quase nunca alguém para para refletir como pode um país paupérrimo, onde falta papel higiênico, ter uma medicina de ponta como a que se propaga. Na verdade não tem. O que existe é uma medicina preventiva, para doenças comuns. Cuba não tem dinheiro para investir em pesquisas como a cura do câncer.



Foi assim que Chávez foi quatro vezes operado em Havana, sem sucesso, e acabou perdendo a vida. Em sua conta de Twitter o médico venezuelano radicado na Florida, José Rafael Marquina, vem dizendo, há meses, e também em entrevistas a veículos americanos e estrangeiros, que Chávez não agüentaria, especialmente devido a erros no seu tratamento. Bem, Marquina, ao que parece, estava coberto de razão.

O médico Marquina, mais de uma vez, sugeriu que Hugo Chávez fosse tratar-se em hospitais altamente especializados, em Houston, no Texas, onde a pesquisa é avançada e o conhecimento de ponta.

Creio que o medo de ser morto é que o impediu de ir tratar-se nos Estados Unidos. Outro motivo foi que Hugo Chávez acabou vítima de seus intermináveis discursos em que pintava os Estados Unidos como o próprio demônio. Como tratar-se na casa do demo?

Mas Hugo Chávez, lembrem-se, não tinha absolutamente nada contra vender petróleo aos ianques. Na hora da venda os dólares capitalistas eram bem vindos. Então, de certa forma, o que acelerou a sua morte foi a sua teimosia e a sua língua comprida.  

IMPRENSA LIVRE

Evidentemente os auxiliares de Hugo Chávez e sua família deveriam saber da gravidade da doença. Como a imprensa deveria tratar do caso? Fazendo perguntas, ora, como se faz habitualmente em Jornalismo. Mas em regimes com características ditatoriais como o da Venezuela, onde ser oposição é quase um crime, e onde a imprensa livre é um fantasma molestador, perguntas incomodam.

Como não perguntar onde e como estava Hugo Chávez após um sumiço que faria três meses em 10 de março?No dia 8 de dezembro de 2012 Chávez falou diretamente ao povo pela TV e disse que poderia não voltar vivo. Nesse caso deveriam votar em Maduro para a presidência. Mas a posse de Chávez seria em 10 de janeiro.

Caso não tomasse posse Diosdado Cabello deveria assumir o governo, como presidente da Assembléia, e convocar eleições para dali a 30 dias (dez de fevereiro).

Mas isso não foi feito; o desejo de Chávez não foi cumprido, não sei se com a concordância dele ou não. O fato é que foi dado um golpe na Constituição e Maduro acabou dirigindo o país, sem ter sido eleito para qualquer cargo.

Agora, com a confirmação da morte de Chávez, a Venezuela deverá ter eleições em 30 dias. Vamos aguardar. Depois de haverem mentido tanto aos venezuelanos, com Chávez morto, nunca se sabe o que seus auxiliares farão. Talvez tenham que receber novas ordens de Cuba.

Desde que partiu da Venezuela na madrugada de 10 de dezembro Chávez nunca mais foi visto em público. Há quem acredite que tenha morrido perto do Natal, devido às complicações pós-operatórias. Talvez mais adiante saibamos a verdade.

O fato é que Maduro, há poucos dias, ainda mentia, sem ficar vermelho, que Chávez tomava decisões, fazia reuniões de cinco horas e governava. Isso sem poder falar, debilitado pelo câncer, e com respiração feita por máquinas. Chávez não morreu, morreu o Super-Chávez, o Chapolim de Caracas.

Gutenberg J.  

A DESPEDIDA DE CHÁVEZ





 

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