Ah, o amor. O amor muitas vezes remete à figura do velho e bom Nelson
Rodrigues, e à frase que registra a confusão entre amor e posse: “Se não podes
ser minha, não serás mais de ninguém”.
Há
os que confundem amar com propriedade, com ser dono de alguém. Quando contrariados,
explodem em ódio e fúria, como máquinas mortíferas, eliminando aquele que
deveria ser o objeto de seu amor.
E foi isso o que aconteceu, parece, em Itirapina, SP, com Thomas Hiroshi
Haraguti, de 33 anos de idade, aluno da professora Simone de Lima, de 27 anos
idade. Furioso por não ser correspondido naquilo que ele imaginava ser seu amor
por Simone, resolveu matá-la.
Itirapina é uma cidade antiga e pacata, de 14 mil habitantes, perto de São Carlos, um destino para quem gosta de aventuras naturais em rios e cachoeiras. Agora a cidade fervilha de revolta e dor com o triste fim da professora.
Foi tipicamente um crime passional. Vestido de preto, como se fosse um
samurai, ele dirigiu-se ao anoitecer à Escola Estadual Prof. Joaquim de Toledo
Camargo. Entrou na escola e dirigiu-se à sala dos professores. Simone estava se
preparando para mais um turno de aulas, para seus alunos adolescentes e adultos
do curso noturno.
“Agora eu termino com isso”, deve ter pensado, Hiroshi. “Agora ela vai ver
que não pode me desprezar. Se não aceita o meu amor, será seu fim”. Enfurecido,
obcecado por aquele sentimento que ele imaginava ser amor, empunhou com ódio a
faca. Ele deveria ser dominado pela imagem daquela moça bonita e meiga, de grande olhos castanhos.
Não houve qualquer possibilidade de reação. Surpresa. Hiroshi, com a mão
guiada pelo ódio, deu sete facadas em Simone, deixando-a agonizante e fugiu. Uma
faca de 24 centímetros
de lâmina.
THOMAS HIROSHI HARAGUTI |
Segundo relatos de imprensa, o comandante da PM na região, tenente Ademar
Gregolim, disse que Hiroshi decidiu matá-la devido à paixão que sentia por ela,
sem ser correspondido.
E, naquela noite Hiroshi também gostaria de haver matado Ramon, um amigo que chegou a levar recados dele para a professora, sem sucesso. Ramos escapou, pois Hiroshi fugiu para o mato e foi preso em um canavial.
E, naquela noite Hiroshi também gostaria de haver matado Ramon, um amigo que chegou a levar recados dele para a professora, sem sucesso. Ramos escapou, pois Hiroshi fugiu para o mato e foi preso em um canavial.
O padrasto de Hiroshi disse que se ele não tivesse sido encontrado e preso,
o teria entregue à polícia. Para ele, segundo o policial, Hiroshi tinha a
cabeça fraca e era usuário de drogas.
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