надежда толоконникова NADEZHDA TOLOKONNIKOVA, 22 ANOS A componente mais expressiva do grupo já recebeu proposta da Playboy ucraniana para posar, mas não há resposta. надежда quer dizer Esperança |
Putin não parece querer desgrudar do poder, ora eleito como primeiro-ministro, ora como presidente. Para ele tanto faz, desde que tenha, sempre, a última palavra. A Rússia, desde que acabou a União Soviética, enfrenta dificuldade para implementar algo que se pareça a uma democracia ocidental.
Os russos sempre foram submetidos a regimes duros, como o dos czares, e mais ainda sob o tacão dos comunistas. A Santa Rússia, sob um ou outro império, sempre foi ligada profundamente à Igreja Ortodoxa. Apesar do ateísmo oficial dos comunistas, a religiosidade conseguiu sobreviver e hoje o pais tem uma imensa quantidade de fieis.
Os russos sempre foram submetidos a regimes duros, como o dos czares, e mais ainda sob o tacão dos comunistas. A Santa Rússia, sob um ou outro império, sempre foi ligada profundamente à Igreja Ortodoxa. Apesar do ateísmo oficial dos comunistas, a religiosidade conseguiu sobreviver e hoje o pais tem uma imensa quantidade de fieis.
A hierarquia da Igreja apos Putin. A oposição não. A opinião pública é formada por ondas de apoio e crítica, conforme a economia fui, mas, de modo geral, devido à estabilidade do pais a população, na maioria, apóia Putin e seu governo. Outro czar? Ou outro Stalin?
Ocorre que a Rússia, a despeito de suas características e seu aparente isolamento, está integrada no mundo moderno; além disso, como deixou claro no seu livro "A demolição do Homem" (Der Abbau des Menschlichen), dos anos 80, Konrad Lorenz, a juventude parece captar as tensões e pressões que o mundo moderno e a cultura tecnológica impõem à Humanidade, produzindo ondas de rebelião nas quais as coisas se misturam e faltando canalização adequada daquelas energias.
A condenação de três integrantes do Pussy Riot a 3 anos de prisão por vandalismo é indicador da situação. Por um lado, há percepção de parte do público a respeito das pretensões autoritárias de Putin, mas ao mesmo tempo aproveitam da estabilidade gerada na economia, o que tranqüiliza.
Há a percepção de que Putin e seu grupo não aceitam criticas, tratando opositores ou críticos como inimigos. A oposição, desorganizada, gera diversas reações, entre elas, espelhadas no ocidente, o movimento punk, que gerou Pussy Riot.
No dia 21 de fevereiro deste ano as integrantes do grupo entraram na Catedral de Cristo Salvador, em Moscou e cantaram uma canção, com guitarras e tudo, em protesto ap apoio da Igreja a Putin, e a canção era um pedido para que Santa Maria afastasse Putin.
As moças, Maria Alyokhina, Yekaterina Samutsevitch e Nadezhda Tolokonikova foram presas e hoje (17) o tribunal deu a sentença: dois anos de prisão para cada uma. Desde que foram presas há ondas de protesto, com o apoio de estrelas da musica popular como Madonna e Paul McCartney, entre outros à volta do mundo.
Todo o episódio demonstra que Putin não lida bem com a critica e a liberdade de expressão como, em geral, os autoritários e totalitários. Contudo, não há muito sentido em uma integrante do Femem, o grupo de protestos feminino que nasceu na Ucrânia, cortar com uma moto-serra uma cruz em homenagem aos mortos pelo antigo regime.
A observação de Lorenz em relação ao comportamento rebelde dos jovens é sobre como eles não conseguem fazer um ato rebelde sem ofender a civilização ou a cultura. Para protestar contra Putin e seu estilo agressivo – com o que muitos concordariam – não é necessário ofender a crença religiosa e nem as vitimas da repressão dos comunistas.
Essa falta de medida, essa desmesura, esse atirar para todo lado que provoca a incompreensão da Opinião Pública em relação ao Pussy Riot. Porque não foram fazer o protesto contra Putin no centro da Praça Vermelha?
Se não o quiseram, para também poder criticar o comando da Igreja, então não podem alegar que são “presas políticas”, vitimas do regime. Agiram politicamente, por óbvio. Provocaram o poder político e a fé do povo ao mesmo tempo. creio que foram com muita sede ao pote. Putin passa, a religiosidade fica.
As moças poderiam ter agido de forma mais esperta. A não ser que, pela própria ideologia do grupo também sejam anti-religiões. Sendo assim, protestassem em praça aberta. Ao invadir um templo ofenderam os fiéis e, talvez, como julgou o tribunal, cometeram vandalismo. Se pensaram nos seus atos, para provocar mesmo Putin e as autoridades, deveriam estar preparadas para a reação.
Conforme a coisa andar, o episódio todo poderá servir para os russos e outros povos pensarem na questão da democracia, liberdade de expressão e política, mas também no respeito à crença do próximo. Protestar, lutar por outras idéias, ou outros mundos possíveis não obriga à destruição, invasões ou outras formas de ofensa. Será que um dia aprenderemos a discutir idéias?
IMAGEM DE NADEZHDA:
PUSSY RIOT NO INTERIOR DA CATEDRAL DE MOSCOU
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