DECLARAÇÃO FALSA É "ENGANO TEMPORAL" |
A presidente Dilma Rousseff - cautelosa - ainda não gravou qualquer mensagem de apoio ao candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a maior cidade do Pais, escolhido a dedo por Lula da Silva. No entanto, o mensaleiro João Paulo Cunha, deputado petista candidato a prefeito de Osasco, parece ter mais prestígio de Haddad e ser rápido no gatilho.
O site de Cunha e o seu jornal de campanha (50 mil exemplares), segundo matéria da Folha de São Paulo, trazem o apoio da presidente Dilma ao candidato. Mas como tudo que parece pode não ser, o jornal descobriu que o apoio de Dilma Rousseff a João Paulo Cunha era falso.
Claro que a assessoria do candidato não vai dizer isso. A desculpa oficial é de que houve um “engano temporal” (sabe-se lá o que seja isso). Lembram-se de quando Lula chamava os que haviam praticado crimes de “aloprados”? Talvez seja uma especialidade petista trocar o nome das coisas para mudar a sua realidade. E parecem não perder a mania!
Segundo a matéria de Daniel Rocaglia, no dia 7 de agosto o site do candidato petista tinha publicado uma declaração de apoio de Dilma a João Paulo. Essa declaração nunca foi feita!
É uma daquelas malandragenzinhas usadas para enganar leitor e eleitor trouxas. A foto era velha e a frase de Dilma, de 2010, se referia ao apoio dela a João Paulo Cunha quando ele disputava uma vaga como deputado federal.
Uma vez pegos em erro, no site e no jornal da campanha, com 50 mil exemplares, lá vem as desculpas esfarrapadas: foi um engano temporal! A assessoria do deputado precisa fazer um arquivo mais organizado e precisa de mais atenção ao escolher as fotos e frases. Ou aceitar que ainda existem jornalistas atentos no Brasil. Isto aqui ainda não virou a Venezuela do Chapolin de Caracas.
Precisam levar em conta que uma frase fora de contexto ou uma foto de outra datada podem levar o consumidor, digo, o pateta, digo outra vez, o eleitor incauto ao erro. Isso é quase um caso para aplicar o Código Brasileiro do Consumidor.
Leiam a matéria integral:
22/08/2012 - 06h15
João Paulo usa declaração de apoio falsa de Dilma
DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO
Único réu do mensalão a disputar a eleição deste ano, o deputado João Paulo Cunha (PT) utilizou uma declaração de apoio falsa da presidente Dilma Rousseff na sua disputa pela Prefeitura de Osasco.
No último dia 7, o petista publicou em seu site de campanha a declaração de voto da presidente.
A campanha também confeccionou jornal com tiragem de 50.000 exemplares destacando o apoio de Dilma.
No entanto, a fala da presidente foi feita em 2010, quando João Paulo disputava vaga de deputado federal. Tanto o site quanto o jornal indicavam que o apoio era para a candidatura a prefeito.
"Nas eleições de outubro, mais uma vez ele se coloca a serviço do povo. Conto com sua liderança para, juntos, avançarmos nas transformações econômicas e sociais que farão do Brasil um país sem miséria", foi a frase de Dilma usada no material.
O jornal de campanha destacava: "Dilma e Lula declaram apoio à candidatura de João Paulo".
O site e o jornal reproduzem foto de fevereiro de 2011 em que Dilma abraça João Paulo em um evento no Planalto. O ano da foto também não era informado.
Segundo o site, Dilma disse que João Paulo tem "inabalável compromisso com o projeto que trouxe desenvolvimento com justiça social" para o país.
O Palácio do Planalto não quis comentar a utilização da declaração da presidente.
Dilma tem evitado envolvimento explícito na eleição municipal deste ano. Ela ainda não gravou, por exemplo, declaração de apoio para o candidato do PT em São Paulo, Fernando Haddad.
Na última semana, o ministro do STF Joaquim Barbosa, relator do mensalão, votou pela condenação do petista por três crimes: peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Devido ao processo, setores do próprio PT pressionam João Paulo a abandonar a candidatura.
OUTRO LADO
A campanha de João Paulo disse ter errado ao ter reproduzido declaração de Dilma que estaria na página pessoal do petista desde 2010.
"Cometemos um erro temporal ao apresentar a informação, que já está sendo corrigido", afirmou a assessoria de imprensa do petista.
Segundo a assessoria, a fala de Dilma, que então era candidata à Presidência, foi de "cunho pessoal".
No atual material, ela é identificada como "presidenta do Brasil".
No final da noite, a notícia do site foi corrigida. Sobre o jornal, a campanha não soube informou se os exemplares foram totalmente distribuídos.
O material de João Paulo também destacou o apoio do ex-presidente Lula. A assessoria dele confirmou a declaração de voto.
O apoio de outros membros do governo está sendo utilizado, como os dos ministros Miriam Belchior (Planejamento), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) e Aldo Rebelo (Esporte).
FOTO JOÃO PAULO CUNHA
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