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Uma das grandes habilidades da esquerda (e não é coisa desprezível) é a capacidade de iludir incautos com idéias sensíveis, nomes impactantes e metáforas alucinantes. Isto é, são mestres na arte da Propaganda. Muitas e muitas vezes enganosa.
Como os tempos modernos -da ilusão do controle racional sobre a realidade- são os tempos revolucionários, e da desconstrução, nada mais bonito, digno mesmo, que reinventar a realidade, nominalmente.
Uma das grandes ilusões dos planejadores é que gostariam de ficar, como os generais de filme de guerra, trabalhando em grandes cenários, em gigantescas maquetes, manipulando as forças sociais, o progresso e o futuro. Quanta ilusão. Basta um maremoto, um furacão, a fúria de um vulcão para varrer tudo do mapa.
Nada contra modelos, de fato, podem servir para ensaios, o problema é quando os planejadores já foram absorvidos pelos seus planos e trocam estes pela realidade. Basta ver o resultado cruel, perverso mesmo, do excesso de planejamento no impacto brutal que nos atinge quando vemos as inacreditáveis imagens das moderníssimas cidades fantasmas chinesas. Os planos foram todos cumpridos, só não avisaram a realidade. Milhões de unidades residenciais vazias, sem alma.
E, como bem captou o Sponholz, o cartunista genial, alguns seguem à risca a frase que circula entre publicitários: "em propaganda nada se cria, tudo se copia", mesmo que aquilo que ora se copia era o que se combatia.
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