Gays, lésbicas e Cia não são diferentes dos outros mortais; além
de também serem mortais, eles vivem, crescem, amam, odeiam, têm alegrias e
tristezas; são capazes de gestos nobres e de crimes hediondos. São apenas
humanos. E cometem suicídio. Kaíque matou Kaíque.
No Brasil morrem 50 mil pessoas por ano de crimes violentos, entre esses casos cerca de 300 gays. Não há um massacre homofóbico no país, há uma verdadeira mortandade de brasileiros, independente de sexo, idade, gênero e aparência.
Há pouco mais de uma semana o Brasil vive uma crise histérica,
ou melhor, parte da imprensa, e das redes sociais, estão em crise histérica e
hipócrita, por conta por conta da lamentável morte do jovem Kaique.
Um dos maiores problemas desta época é o excesso de
militância, a rapidez dos meios de comunicação e a falta de informações
concretas sobre algo. Se morreu um jovem gay em circunstâncias ainda não bem
esclarecidas, então só pode ter sido um crime de homofobia.
Com o devido respeito, mas se Kaique houvesse morrido
atropelado por atravessar uma avenida apressadamente sem tomar cuidado,
descobrindo-se depois que ela era gay, algum idiota bem que poderia dizer que o
motorista o atropelou por ser homofóbico.
O Brasil é um país em que as pessoas estão absolutamente sem
rumo, sem discernimento nos seus julgamentos, sem conteúdo real nas suas
afirmações. Basta ser militante de uma causa. Pronto. Os fatos terão que se
encaixar na fábula militante. Se fizermos um plebiscito e a maioria decidir que a Terra é plana (como queira Lula) então a Terra terá que ser aceita como plana, apesar das evidências... de que é redonda!
INVESTIGAÇÕES
Evidentemente a Polícia deve investigar a morte de alguém,
ainda mais no caso de Kaique, uma vez que não havia testemunha para o suicídio.
O corpo foi encontrado bastante desfigurado e machucado, em início de processo
de decomposição.
Mas, antes mesmo de qualquer informação da perícia a militância
já começou a gritar: “Homofobia”! Isso se alastrou pelas redes. Se um jovem
negro gay morreu, só pode ter sido morto por um homofóbico.
A morte de Kaique ocorreu quase simultaneamente aos brutais
episódios do massacre de presidiários por outros presidiários, na prisão
principal de Pedrinhas do Maranhão.
A ministra Maria do Rosário, que chegou a
emitir nota oficial sobre a morte de Kaique não abriu o bico para tratar da
indecência que é o sistema prisional no Brasil, muito menos os horrendos crimes
(decapitações) ocorridos em Pedrinhas.
Os Sarney são aliados de Dilma, de Rosário,
e do PT.
Agora a mãe de Kaíque, diante das sólidas evidências do suicídio
de seu filho diz que aceita a verdade e voltará atrás em suas acusações contra
a Polícia.
Kaíque havia saído de uma festa gay em uma boate no centro
de São Paulo. Saiu sozinho. Horas depois foi encontrado morto sob um viaduto.
DENTES ARRANCADOS
Os boatos e a desinformação funcionam como rastilhos de pólvora,
logo se espalham alimentando as teorias mais alucinadas e absurdas. Amigos do
rapaz disseram à imprensa que ele havia sido torturado, tivera os dentes
arrancados, e outras barbaridades.
Alguém já teve a oportunidade (não muito agradável) de ver
um corpo lacerado por uma queda de uns dez metros de altura? Especialmente
quando a pessoa satã e cai em pé, antes de morrer? Os ferimentos são terríveis.
Como a imprensa saiu divulgando sem questionar a polícia
sobre “todos os dentes arrancados? Seria
o assassino homofóbico um dentista maluco e sádico? É claro quem em uma queda podem
haver dentes quebrados. Mas o cidadão diz todos os dentes arrancados, expressando-se
muito mal, e a fala vira verdade.
O corpo estava machucado, sim, mas Kaíque já havia
manifestado a vontade de morrer a vários amigos, conforme se lê agora em matérias,
além de que mantinha um diário onde escreveu uma despedida.
Isabel Cristina Batista, mãe do jovem Kaique Augusto Batista
dos Santos, encontrado morto no sábado (11) no centro de São Paulo, disse nesta
terça-feira (21) acreditar que o jovem cometeu suicídio, e não foi vítima de
crime de homofobia, possibilidade que foi sugerida desde o início das
investigações e chegou a ser tratada como fato por representantes do governo
federal.
Kaíque não foi morto por um homofóbico. Kaíque foi morto por
Kaíque.
NOTA DA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS SOBRE O CASO DE KAIQUE. (NENHUMA PALAVRA SOBRE O MASSACRE DO MARANHÃ!):
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
(SDH/PR) vem a público manifestar solidariedade à família de Kaique Augusto
Batista dos Santos, assassinado brutalmente no último sábado (11/01). Seu corpo
foi encontrado pela Polícia Militar de São Paulo próximo a um viaduto na região
da Bela Vista, na Avenida 9 de Julho.
As circunstâncias do episódio e as condições do corpo da
vítima, segundo relatos dos familiares, indicam que se trata de mais um crime
de ódio e intolerância motivado por homofobia.
De acordo com dados do Relatório de Violência Homofóbica,
produzido pela Secretaria de Direitos Humanos, em 2012, houve um aumento de 11%
dos assassinatos motivados por homofobia no Brasil em comparação a 2011. Diante
desse grave cenário, assim como faz em outros casos que nos são denunciados, a
SDH/PR está acompanhando o caso junto às autoridades estaduais, no intuito de
garantir a apuração rigorosa do caso e evitar a impunidade.
A ministra da SDH/PR, Maria do Rosário, designou o
coordenador-geral de Promoção dos Direitos de LGBT e presidente do Conselho
Nacional de Combate a Discriminação LGBT, Gustavo Bernardes, para acompanhar o
caso pessoalmente. O servidor da SDH/PR desembarcou no início na tarde desta
sexta-feira (17) na capital paulista, onde deverá conversar com a família e
acompanhar o processo investigativo em curso.
Informamos ainda que a Secretaria de Direitos Humanos está
investindo recursos para a ampliação dos serviços do Centro de Combate à
Homofobia da Prefeitura Municipal de São Paulo, fortalecendo a rede de
enfrentamento à homofobia.
Diante desse quadro, reiteramos a necessidade de que o
Congresso Nacional aprove legislação que explicitamente puna os crimes de ódio
e intolerância motivados por homofobia no Brasil, para um efetivo enfrentamento
dessas violações de Direitos Humanos.
O Governo Federal reitera seu compromisso com o
enfrentamento aos crimes de ódio e com a promoção dos direitos das minorias, em
especial, com a população LGBT.
Brasília, 17 de janeiro de 2014.
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
E VIVA A IRRESPONSABILIDADE E A DEMAGOGIA!
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